terça-feira, 8 de dezembro de 2015

15/12/2011 - 11:57
Família lamenta morte por falta de atendimento médico
Família aponta espera de três horas e o Samu nega a informação
Katilene da Silva percebeu que a sogra passava mal ainda na madrugada (Fotos:Portal Infonet)
Uma senhora de 53 anos faleceu após aguardar atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por mais de três horas na madrugada dessa quinta-feira, 15, no Bairro Industrial. A família de Maria Santina dos Santos, que já havia sofrido um derrame e tinha problemas renais, entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e foi orientada a pedir ajuda do Samu que chegou à casa da senhora por volta das seis da manhã, quando ela já havia morrido.

Maria dos Santos morava numa casa com o filho e a nora, Katilene da Silva. Na madrugada, Katilene levantou para amamentar a filha e percebeu que a sogra respirava com dificuldade. Ela tentou ajudar já que não tinha como ligar para o Samu, mas quando percebeu que não havia meios de salvá-la, recorreu a uma vizinha que fez a ligação para o Corpo de Bombeiros.

A família foi orientada a buscar ajuda do Samu, já que o Corpo de Bombeiros afirmou que não pode atender a esse tipo de chamado e a ligação foi realizada por volta das quatro da manhã. Célia Maria do Nascimento, vizinha da família que fez a chamada, relata que ao ligar para o Samu, recebeu a notícia de que não havia viaturas. “A mulher que me atendeu disse que só tinha dois carros que estavam atendendo a chamados de acidente”, conta. A equipe médica chegou ao local de óbito da vítima depois das seis horas e constatou a morte. “Eles só fizeram medir o pulso e dizer que estava morta. Entregaram o número da funerária, desejaram os pêsames e saíram”, completa Célia Maria.

Caso recorrente
Vítima de queimaduras graves, a neta de Maria Santina também não teve pronto atendimento do Samu
Essa mesma família já havia sofrido com a falta de viaturas do Samu no começo do ano. No mês de março, uma filha do casal, que hoje tem um ano e oito meses de idade, sofreu queimaduras graves por causa de um princípio de incêndio na residência em que vivem. “O botijão de gás tinha acabado e fizemos um fogão com tijolos, eu saí para comprar tomates e deixei ela [a criança] com o pai. Quando voltei ele já estava com ela queimada nos braços”, conta Katilene da Silva.

Desesperados, os pais tentaram de forma incessante ligar para o Samu, mas a resposta de que não havia viaturas foi tudo o que conseguiram. A menina foi levada ao hospital no carro de vizinho e hoje passa por cirurgias de reparação. “Eu me sinto uma vítima do Samu. Nas duas vezes que precisei não fui socorrida”, lamenta Katilene.

Respostas do Samu
Maria Célia do Nascimento foi quem ligou para o Samu
A coordenação da rede de urgência e emergência informou que os registros oficiais são de que a família contatou o Samu às 5h11 da manhã e que uma viatura foi enviada à residência às 5h30. Também foi explicado que não procede a informação de que só existem duas viaturas, de acordo com o órgão, hoje funcionam seis veículos de atendimento e duas unidades avançadas, mas que na madrugada de hoje, 15, houve duas baixas já que um funcionário estava doente e outro foi acidentado num atendimento, o que foi classificado pela coordenação como imprevistos comuns a qualquer ambiente de trabalho.

Segundo a coordenação dois chamados de acidentes no final da madrugada conturbaram ainda mais o plantão, um às 4h33 no bairro Orlando Dantas e outro às 5h na Farolândia. Por fim, foi explicado que a equipe médica agiu da maneira correta, já que não é função do Samu encaminhar corpos para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) no Parreira Horta.
Nota enviada pela SMS
Leia nota na íntergra: "A coordenação da Rede de Urgência e Emergência informa que a ligação referente ao caso foi registrada às 5h53seg. A viatura saiu da base do SAMU às 5h20min, chegando ao local às 5h38min e constatando o óbito.
O tempo entre chamada e saída da viatura depende da regulação e se a viatura está na base ou em atendimento.
O SAMU Aracaju trabalha hoje com 17 ambulâncias, sendo 4 de Socorro Avançado e 13 de Socorro Básica. Dessas, oito rodam diariamente por turno, conforme preconiza o Ministério da Saúde. O número de ambulância maior do que o de equipes permite a rotatividade dos carros para manutenção preventiva e de correção, sem o comprometimento da assistência.

No turno da noite, das oito ambulâncias, seis circularam, já que dois servidores adoeceram. Apesar da tentativa imediata para substituição desses servidores, a coordenação não obteve sucesso."


Por Caio Guimarães e Raquel Almeida
A matéria sofreu acréscimo da nota enviada pela SMS às 16h
 

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