terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Condenação de médico por morte de criança.

OMISSÃO

Ministério Público pede condenação de médicos por morte de criança

Eles são acusados de prática de crime de homicídio qualificado (doloso), tendo como vítima a menina Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos

27/08/2014 14:29:34 - Atualizado em 27/08/2014 18:42:46 | Autor: Gazeta Online - Redação Integrada

Foto: Divulgação/Facebook
Bárbara Agostinho Coitinho morreu à espera de vaga no HGL
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da 2ª Promotoria Criminal de Linhares, ofereceu denúncia à Justiça contra os médicos Fábio Poton Furieri, Patrick Ferreguete Oliveira e Will Robson da Silva Andrade. Eles são acusados de prática de crime de homicídio qualificado (doloso), tendo como vítima a menina Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos.
 
A família da criança alega que houve negligência médica no tratamento dispensado à garota. Bárbara sofria de cardiopatia congênita (anormalidade da estrutura ou função do coração) e foi internada no dia 10 de agosto após uma crise que a levou a perder os movimentos e a fala. 
 
De acordo com o pai da criança, o motorista Marcos Coitinho, ela deu entrada no hospital às 15h, e foi atendida pelo neurocirurgião Fábio Poton Furieri, pois não havia pediatra de plantão. Após o atendimento, o neurocirurgião não foi mais localizado.

“Estávamos em Rio Quartel, Linhares, quando Bárbara passou mal. Então a levamos ao HGL e ela foi medicada. Dizem que o médico saiu às 18 horas, mas o plantão dele seria até às 7 horas de segunda-feira. Ninguém sabia dizer onde ele estava”, diz o pai.
 
Na ocasião, Marcos explicou que dois enfermeiros sensibilizaram-se com a situação, e depois das 21 horas informaram que a garota havia morrido. O fato aconteceu Hospital Geral de Linhares (HGL).

Segundo o MPES, o médico plantonista deveria ter acompanhado a criança, por conta da gravidade do caso. No entanto, ele se ausentou do plantão sem justificativa e sem informar aos funcionários do HGL.
 
Foto: Reprodução/TV Gazeta
Pais de Bárbara Agostinho Coitinho, que morreu à espera de atendimento no Hospital Geral de Linhares
Ainda de acordo com o órgão, os outros dois médicos foram chamados para realizar o atendimento, mas negaram a ajuda. De acordo com o depoimento dos familiares, apenas enfermeiros e técnicos de enfermagem tentaram manter a criança viva.

Diante desses fatos, o MPES entendeu que os médicos acusados – o primeiro ao abandonar o plantão, e os demais por não atenderem à situação de emergência – agiram com dolo eventual, situação em que, embora não haja intenção direta de praticar o crime, o agente não se abstém de agir e assume o risco de produzir o resultado, que, neste caso, foi a morte da criança.

A denúncia será analisada agora pelo Poder Judiciário, a quem compete o processamento da causa. Caso seja confirmada a denúncia do MPES, os médicos serão levados ao Júri Popular, a quem compete o julgamento, por se tratar de crime doloso contra a vida.

Neurologista foi indiciado

O neurologista Fábio Poton Furieri, que atendeu a menina Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos, que morreu no Hospital Geral de Linhares (HGL) no último dia 10, foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção ou assume o risco de matar) por ter abandonado a paciente em estado grave antes do término de seu plantão.

“Durante a investigação ficou apurado que o médico que atendeu a vítima, abandonou o hospital, sem justificativa, sem informar aos colegas de sua saída e sem informar sobre a gravidade do caso. Ele disse que saiu porque garantiram que outro médico assumiria o plantão, mas ele não deveria ter saído antes do outro profissional chegar”, explicou o delegado Fabrício Lucindo, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV).

Outros dois médicos que estavam de plantão também foram indiciados por omissão de socorro, por terem negado atendimento à paciente. Eles não tiveram os nomes divulgados.

“Após a saída do médico, os únicos profissionais que tentaram manter a criança viva foram os enfermeiros e técnicos de enfermagem do setor de emergência. No momento de desespero, os enfermeiros pediram ajuda a outros dois médicos, que se recusaram a atender, por não serem pediatras”.

Para a família de Bárbara a decisão gera esperança. “Estamos acompanhando para ver o que vai ser feito”, disse o pai Marcos Coitinho.

Médicos não falam sobre acusação

O neurologista Fábio Poton Furieri disse que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que se reunir com o Conselho Regional de Medicina (CRM). O clínico Will Robson da Silva Andrade não quis falar com a reportagem. Já o médico Patrick Fereguette Oliveira não foi localizado.

 
 
Médicos não falam sobre acusação
 

Fonte: Gazeta Online

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