Mateus da Costa Meira(O Atirador do Shopping)

Mateus da Costa Meira

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Mateus da Costa Meira
Nascimento04 de abril de 1975 (39 anos)
Salvador Bahia
Nacionalidade brasileiro
Pseudônimo(s)“O Atirador do Cinema”
“O Atirador do Shopping”
Crime(s)Homicídios
PenaInicialmente foi condenado a 120 anos e seis meses deprisão, mais foi reduzida a pena para 48 anos e nove meses de prisão.
SituaçãoPreso
Mateus da Costa Meira (Salvador4 de abril de 1975), mais conhecido por 
"O Atirador do Cinema", ou "O Atirador do Shopping", é um assassinoex-estudante universitário que cursava o 6º ano de medicina da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. A alcunha vem do fato de ter disparado uma submetralhadora 9mm portátil contra pessoas da platéia de uma sala de cinema do shopping center Morumbi Shopping na cidade deSão Paulo.


História

Segundo testemunhas oculares da ação, na noite de 3 de novembro de 1999, dentro da sala 5 do cinema do Morumbi Shopping, zona sul da capital paulista, Mateus começou a assistir ao filme na primeira fila. Mateus teria levantado de seu lugar, ido ao banheiro - onde tira a arma da bolsa e resolve testá-la atirando no espelho, aparentemente contra a própria imagem, com sua submetralhadora americana Cobray M-11 - e depois voltado a sala de projeção e ficado de frente para a plateia, junto à tela do cinema e sacando novamente a sua arma, ele atira para o alto. Quem está na primeira fila vê a tempo que se trata de tiros reais e se abaixa, enquanto os demais acreditavam que os tiros viessem da tela. A sala permanece escura. A fotógrafa Fabiana Lobão Freitas, 25 anos, morre na hora. O economista Júlio Maurício Zeimaitis, 29, chega ao hospital com vida, mas não resiste. A publicitária Hermé Luísa Jatobá Vadasz, 46, também não resiste aos ferimentos na cabeça. Os cinco feridos por balas ou estilhaços ficaram fora de perigo. Dessa tragédia resultaram 3 mortes, 4 pessoas feridas e mais 15 em pânico. Os tiros duraram cerca de três minutos. Tal tragédia rendeu a Mateus o apelido que carrega até hoje, ele tinha 24 anos na data do crime. O filme exibido no momento dos disparos era “Clube da Luta” (1999).

Julgamento e condenação[editar | editar código-fonte]

Preso em flagrante, acabou condenado a mais de 120 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Seus advogados alegaram que Mateus era semi-imputável, ou seja, possuía consciência parcial de seus atos. A sua defesa tentou mostrar que Mateus sofria de alucinações, ouvia vozes misteriosas, tinha crises de agressividade, além de um comportamento estranho e solitário. Depois de várias apelações judiciais, Mateus foi condenado aos formais 30 anos máximos previstos pela Justiça brasileira. Os advogados de defesa tentaram, em vão, alegar insanidade mental de seu cliente e argumentar que Mateus havia sido influenciado pelo jogo “Duke Nukem 3D”, no qual há uma cena de tiroteio dentro de um cinema.1
Em 2007, os magistrados reduziram a pena para 48 anos e nove meses. Mateus ficou preso no Centro de Observação Criminológica (COC) do Complexo do Carandiru, em São Paulo, até o presídio ser desativado, em 2002. Foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé (SP) e, depois, em 2009, para a Penitenciária Lemos Brito, em Salvador (BA), onde nasceu e mora parte da família.

Tentativa de homicídio

No dia 8 de maio de 2009, Mateus tentou matar seu colega de cela o espanhol Francisco Vidal Lopes de 68 anos, com uma tesoura, na Penitenciária Lemos Brito na cidade de Salvador e foi autuado por tentativa de homicídio, aparentemente porque o homem ouvia a televisão em volume muito alto.2 Em 2011, a Justiça da Bahia, por meio do júri popular, absolveu Mateus da acusação de tentativa de homicídio contra o colega de prisão. Foi considerada a tese, defendida até pela promotora do caso, Armênia Cristina Santos, de que o ex-estudante era é inimputável por sofrer de doenças mentaisatestadas por laudos médicos. Com tal decisão, Mateus foi encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) de Salvador, onde permanece até hoje.

Ligações externas

Referências

  1. Ir para cima Justiça de SP condena "atirador do shopping" a 120 anos de prisão Folha de São Paulo
  2. Ir para cima Folha de São Paulo



03/06/2004 - 22h54

Justiça de SP condena "atirador do shopping" a 120 anos de prisão

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CARLOS FERREIRA
da Folha Online

O ex-estudante de medicina Mateus da Costa Meira, 29, foi condenado a 120 anos e seis meses de reclusão por matar três pessoas, tentar matar outras quatro --que ficaram feridas-- e colocar em risco a vida de outras 15 pessoas em uma sala de cinema do MorumbiShopping (zona sul de São Paulo) em 1999. A sentença foi anunciada na noite desta quinta-feira pela juíza Maria Cecília Leone. A defesa recorreu da decisão.

Do total, 110 anos e 6 meses deverão ser cumpridos em regime fechado pelas três mortes e quatro tentativas de homicídio. Os outros 10 anos, por conta do crime de periclitação de vida, deverão ser cumpridos em regime semi-aberto. Porém, no Brasil, o condenado pode permanecer, no máximo, 30 anos na prisão.

O julgamento, que havia começado na terça-feira, ocorreu no fórum da Barra Funda (zona oeste) e foi acompanhado por parentes das vítimas. O júri, composto por quatro mulheres e três homens, se reuniu por volta das 19h30 para definir a sentença, divulgada por volta das 22h50.

O crime aconteceu na noite de 3 de novembro de 1999. Meira, armado com uma submetralhadora 9 mm, atirou contra pessoas que assistiam ao filme "Clube da Luta", na sala 5 do cinema. À época do crime, Meira, que ficou conhecido como o atirador do shopping, cursava o 6º ano de medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Sentença

Os jurados rejeitaram a tese da defesa de que Meira sofre de desvio mental e que, por isso, seria semi-imputável (que ele tinha apenas consciência parcial dos fatos), o que poderia resultar na diminuição da pena em até dois terços.

Ao ler a sentença, a juíza ressaltou que Meira era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato, sendo capaz de distinguir o certo e o errado. "O réu não foi considerado doente mental", disse.

"De forma covarde ele invadiu uma sala de cinema [...] as vítimas não tinham culpa dos transtornos do réu e perderam suas vidas em um ato frio. Ele planejou o crime e matou pessoas de bem. Um crime em grande estilo", afirmou a juíza.

Depois de proferida a sentença, emocionadas, as filhas da publicitária Hermé Luísa Jatobá Vadas, 46, morta por Meira, gritaram "assassino".

R.Cavallari/Folha Imagem
Mateus Meira
Acusações

Na sala de cinema estavam mais de 60 pessoas. Meira foi denunciado em 1999 pelo Ministério Público por três homicídios e 36 tentativas, já que o pente da submetralhadora usada por ele tinha capacidade para 40 balas. Porém, um dos tiros havia sido disparado contra o espelho do banheiro do shopping.

No início de 2003, o 1º Tribunal do Júri da Capital chegou a marcar o julgamento para o dia 4 de fevereiro, mas foi adiado.

Promotoria

Durante as alegações da acusação, nesta quinta-feira, o promotor Norton Geraldo Rodrigues da Silva voltou a afirmar que Meira, ao efetuar os disparos na sala de cinema, tinha consciência do que estava fazendo. 

Segundo Silva, Mateus é uma pessoa com personalidade diferenciada. "Ele não consegue desenvolver afeto por um defeito de personalidade. Mateus tem pleno conhecimento do ilícito."

De acordo com o promotor, Meira usou cocaína antes de ir ao cinema. Em seu depoimento, Meira negou que estivesse sob efeito de drogas.

Silva pediu a condenação máxima ao acusado. "O correto é que ele fique encarcerado para sempre, tomando seus remédios. Não permitam que Mateus saia antes de 30 anos [de prisão]", disse ao júri.

A acusação rebateu a tentativa da defesa de alegar que Meira é semi-imputável (com parcial consciência dos atos).

Defesa

Os advogados de defesa alegaram a incapacidade mental do acusado, e pediram justiça no lugar de pena de prisão.

"Não podemos admitir que ele seja uma pessoa normal, um sujeito plenamente capaz (...) Julguem esse homem na condição de responsabilidade diminuída. Pedimos justiça", disse o advogado Domingo Arjones durante suas alegações.

Ele questionou o laudo da perícia, que avaliou as condições do réu. O diagnóstico é de transtorno de personalidade esquizóide, problema que não impediria Meira de ter consciência de seus atos. 

Segundo a defesa do ex-estudante, a perícia foi realizada em nove dias, "dentro de uma cela com cerca de 60 pessoas", o que seria prejudicial ao resultado.

"A lei diz que o prazo para seja realizado o laudo é de 45 dias, podendo ser prorrogado", disse Arjones.

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  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o "atirador do shopping"



  • 20/07/2012
     às 7:20 \ EM DIA

    Em 1999, Mateus Meira e o massacre que chocou o Brasil

    Um atirador matou 14 pessoas e feriu ao menos 50 na madrugada desta sexta-feira em Denver, nos Estados Unidos. O homem abriu fogo em um cinema lotado em que era exibida a sessão de estreia do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. O caso lembra uma tragédia ocorrida no Brasil há treze anos. Em 1999, Mateus da Costa Meira, então estudante de Medicina, abriu fogo contra a plateia de um shopping em São Paulo. O crime foi tema de reportagem de capa de VEJA em novembro daquele ano.
    Em VEJA de 10/11/1999: O horror fora da tela
    Era só o que faltava. Na semana passada, o Brasil se horrorizou com a chegada por aqui de um tipo de crime até então inédito no país e que já se tornou uma das grandes preocupações da polícia dos Estados Unidos: o assassinato em massa. O estudante de medicina Mateus da Costa Meira, de 24 anos, invadiu uma sala de cinema do Morumbi Shopping, em São Paulo, e disparou a esmo contra a platéia. Três pessoas morreram e cinco ficaram feridas. A perplexidade e a sensação de insegurança geradas pelo crime abriram uma discussão sobre os motivos que levaram Meira a cometê-lo. Não faltaram críticas aos filmes com cenas violentas e à falta de segurança nos shoppings. Examinar a vida de Meira foi a solução encontrada por VEJA para entender o episódio. A revista mergulhou na vida do rapaz de classe média e encontrou um desajustado. Na Santa Casa de Misericórdia, onde estudava, não tinha sequer um amigo e tampouco namorada. Vivia sozinho e jamais recebia visitas. Sua única companhia eram as “misteriosas vozes” que o perseguiam e amedrontavam. Sofria de delírios, alucinações e crises de agressividade e havia interrompido um tratamento psiquiátrico. Para piorar, passara a consumir cocaína dois meses antes do crime.
    O que aconteceu depois
    Em julho de 2004, quase cinco anos depois do crime, o ex-estudante Mateus da Costa Meira foi condenado em São Paulo a 120 anos e seis meses de prisão. Em 2007, porém, os magistrados do Tribunal de Justiça do estado decidiram reduzir a pena do atirador a 48 anos e nove meses. De qualquer forma, ele ficará no máximo 30 anos atrás das grades, como reza a lei brasileira. Durante todo o julgamento, a defesa tentou sustentar que ele sofre de desvios mentais, na tentativa de obter uma redução de até dois terços da pena. “Ele invadiu uma sala de cinema de forma covarde. Ele planejou o crime e matou pessoas de bem. Foi um crime em grande estilo”, disse a juíza Maria Cecília, logo depois de ler a sentença.
    Mateus ficou preso no Centro de Observação Criminológica (COC) do Complexo do Carandiru, em São Paulo, de 2000 até a desativação do presídio, em 2002, quando foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo. Em fevereiro de 2009, foi transferido para a Penitenciária Lemos Brito, em Salvador (BA), onde está até hoje. Em maio daquele ano, Mateus tentou assassinar seu colega de cela com uma tesoura.
    Na época dos assassinatos no shopping, o caso causou muita polêmica sobre a influência de filmes e jogos violentos sobre os jovens. O game Duke Nukem chegou a ser proibido – um dos preferidos de Mateus, o jogo tinha cenário e ações semelhantes aos do assassinato. Com a redução da pena do atirador, bastam 8 anos e 45 dias na prisão (um sexto do total da pena) para que o criminoso possa pedir transferência para o regime semi-aberto. Como foi preso em flagrante em novembro de 1999, o atirador atingiu o tempo mínimo em janeiro de 2008 – segue na cadeia até hoje, porém.
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