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Silvio José Ramos Júnior, 33, era trabalhador autônomo e segundo a família teve várias convulsões durante o atendimento no posto de saúde do Tiradentes, entrou em coma e nunca mais reagiu (foto: Leonardo de França)
“Meu irmão entrou no posto de saúde do Tiradentes andando, com ânsia de vômito, e por causa de uma medicação ele foi para o CTI”. O trabalhador autônomo Renato Gama, 35, resume assim o que, de acordo com ele, aconteceu com seu irmão, Silvio José Ramos Júnior, 33, em 31 de agosto de 2014. Hoje, o Júnior já não se movimenta e não se comunica e vive sob os cuidados do irmão e de uma prima em uma casa alugada no Jardim Tarumã – região sudoeste de Campo Grande. Segundo Gama, seu irmão foi vítima de erro médico.
“Lá (no posto de saúde) ele foi medicado, ficou em uma sala de repouso, e por conta dessa medicação ele convulsionou. Ficou assim das 21h às 5h, sem os médicos fazerem nada”, narra Gama. Ele conta que o acesso ao prontuário médico registrado no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Tiradentes – leste da Capital – foi negado pelos funcionários da unidade, mas alega que uma das medicações aplicadas foi o Diazepam, indicado para “tratamento agudo do status epilepticus e outros estados convulsivos”, conforme a bula do remédio.
Ainda de acordo com Gama, Silvio Júnior fora encaminhado em ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) à Clínica Campo Grande Procardio, na rua Marechal Rondon, onde teria sido constatado um AVC (Ataque Vascular Cerebral), um aneurisma e estado de mal epilético.
O autônomo conta que o irmão ficou em coma induzido durante 21 dias no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do local. Junior então foi levado para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, onde passou 17 dias no CTI e mais um mês em um dos leitos do local, quando recebeu alta médica.
Gama entrou em contato com o presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Valdemar de Souza, que já se movimenta para buscar solução ao caso. “Nosso advogado está entrando com uma ação, registramos boletim de ocorrência como lesão corporal culposa e vai correr uma ação por danos morais e materiais contra o município e o médico que fez esse procedimento”, pontuou Valdemar.
Resposta da Sesau 
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), responsável pelo CRS do bairro Tiradentes, se manifestou via assessoria de imprensa e justificou que Silvio Junior chegou à unidade se sentindo mal e com falta de ar. Segundo o órgão, o paciente tem histórico de problemas cardíacos. A assessoria informou, ainda, que não tem autorização para repassar informações contidas no prontuário médico do paciente.
SERVIÇO – A família de Silvio Junior disponibilizou os contatos para quem tenha interesse em colaborar com os custos de seu tratamento, de aproximadamente R$ 2 mil por mês gastos com dieta por sonda e higiene. Os telefones são o (67) 3341-4503 e o (67) os.