terça-feira, 6 de setembro de 2016

Médico preso por estupro em MG atendia sozinho e com porta trancada
Ele examinava partes íntimas de pacientes para fazer laser no rosto, diz PC. Médico foi preso após abusar de duas jovens, que eram virgens.
07/04/2016 12h30 - Atualizado em 07/04/2016 12h30
Por Michelly Oda
Do G1 Grande Minas
Médico foi preso pela Polícia Civil na clínica dele (Foto: Thiago Felipe/Arquivo Pessoal)Médico foi preso pela Polícia Civil na clínica dele (Foto: Thiago Felipe/Arquivo Pessoal)
“Ele confessou que sempre pedia para fazer um exame clínico no corpo da mulher e chegava a olhar as partes íntimas delas, mesmo que se tratasse de um laser no rosto e mesmo que a paciente apresentassem exames laboratoriais”, fala a delegada Karine Maia sobre o médico Linton Wallis Fiqueiredo Souza, preso nesta quarta-feira (6) em Montes Claros suspeito de abusar sexualmente de duas pacientes. Ele não tinha antecedentes criminais e atendia na cidade desde 2008.
As vítimas contaram para a delegada que o dermatologista sempre realizava os procedimentos com a porta trancada e sozinho. “Ele alegava que não queria ser incomodado, que se alguém abrisse a porta de uma vez poderia virar o laser e atingir a retina de alguém”, fala Karine Maia.
A Polícia Civil começou a investigar o médico depois que duas pacientes relataram os abusos, que também foram confirmados por exames de corpo de delito. Elas são primas, têm 21 e 23 anos, e nunca haviam tido relações sexuais.
“A vítima de 21 anos realizou laser que, em regra, não necessita de sedação, porque é quase indolor. Ela ficou de 13h30 até às 10h30 do dia seguinte dormindo em razão da sedação, o que causou estranheza em alguns familiares que já realizaram o procedimento e não tinham sido sedados. Ao acordar da sedação, ela percebeu um desconforto do órgão genital” explica a delegada. Ao ir no banheiro, ela percebeu que ele havia cauterizado uma pinta na virilha que ela não havia mostrado para ele”, afirma a delegada.

A jovem foi levada para casa por uma prima, que precisou da ajuda do namorado para conseguir que ela subisse as escadas do apartamento. Ao acordar, ainda sonolenta, a vítima disse se lembrar de alguns momentos em que Linton Wallis tocava no corpo dela. 
A mulher foi submetida a exames no Instituto Médico Legal e em uma ginecologista, e ambos confirmaram o abuso. De acordo com Karine Maia, após a constatação, a prima da vítima, de 23 anos, também se atentou que havia sido dopada por Linton Figueiredo durante um procedimento a laser. Ela também passou por exames e foi confirmado o estupro. Em ambas as pacientes, as avaliações médicas constataram que houve rompimento de hímen.
“Ele era uma pessoa renomada e de grande credibilidade na cidade. Quando iniciei a investigação, perguntava sobre ele sem dizer do que se tratava e até cheguei a ligar na clínica. Todo mundo falava muito bem do comportamento dele como médico, então realmente não levantava suspeitas e as vítimas tinham confiança nele”, fala Karine maia.
A partir dos dois casos, a Justiça decretou a prisão temporária do dermatologista, que vale por 30 dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período. Também foram apreendidas na clínica e na casa de Linton Wallis computadores e remédios.
A expetativa da Polícia Civil é de que com a divulgação dos casos outras vítimas apareçam. Mais duas mulheres já procuraram pela Delegacia de Mulheres para denunciar o médico. "A partir de agora termos noção do tamanho e dimensão dos crimes, precisamos dar um basta nesta situação e fazer Justiça”, disse a delagada.
Linton Wallis Fiqueiredo Souza foi preso por estupro de vulnerável, já que as vítimas estavam sedadas. A mulher dele, que também trabalha na recepção da clínica, foi ouvida mas negou ter conhecimento dos fatos. O médico foi levado para o Presídio Regional de Montes Claros.
Posicionamento do médico
Durante o depoimento, Linton Wallis negou as acusações. O G1 não conseguiu localizar o advogado dele.

Cassação CRM
O conselheiro do Conselho Regional de Medicina em Montes Claros, Itagiba de Castro Filho, informou que independente de denúncia formal ou da autoridade policial, o CRM “instaura uma sindicância para apuração de eventual infração ética”, sempre que toma conhecimento dos casos.

Ele informou também que estas denúncias são “extremamente graves” e serão objeto de uma apuração rigorosa. “Caso fique comprovado, o médico sofre uma série de penalidades, dentre elas a cassação de seu registro profissional”.

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COMENTÁRIOS
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  • Marcus Dantas
    HÁ 5 MESES
    Excelente profissional, atencioso e extremamente sério. É médico da minha família há anos. Difícil de acreditar. De qualquer forma, o inquérito criminal foi instaurado e até que se prove a veracidade das acusações, ele não é culpado. Às vítimas, meus votos de solidariedade. Que a justiça seja feita.
    • Seu Silva
      HÁ 5 MESES
      Primeiro coloca em dúvida a veracidade dos fatos, depois se solidariza com as vítimas. Meio incoerente!
    • Marilia Batista
      HÁ 5 MESES
      Não vai dar em nada. Alias, depende muito do pai ou do irmão das VIOLENTADAS. E AÍ PAI, SUA FILHA É VIOLENTADA E VAI FICAR POR ISSO MESMO?
      • Igor Maciel
        HÁ 5 MESES
        mulher machista é tão triste. tsc tsc tsc
      • Monica
        HÁ 5 MESES
        Não dá pra acreditar!!!!

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