quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Menino de três anos morre à espera por vaga em CTI da Santa Casa

4/08/2014 16:40

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado

Menino, que sobreviveu a três cirurgias, morreu a espera de vaga em CTI (Foto: Reprodução/Marcelo Calazans)Menino, que sobreviveu a três cirurgias, morreu a espera de vaga em CTI (Foto: Reprodução/Marcelo Calazans)
Um menino de três anos de idade morreu, por volta das 4h de hoje (14), esperando vaga no CTI (Centro de Terapia Intensivo) da Santa Casa de Campo Grande. É a segunda morte nesta semana de um paciente a espera por vaga na emergência na rede pública da Capital. No domingo, uma jovem de 24 anos morreu no Hospital Universitário após ficar por 48 horas em uma “UTI improvisada” na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
A morte trágica de João Guilherme Teixeira Menezes, 3 anos, ocorreu após a família comemorar o fato do menino ter ficado um ano longe do hospital. Cardiopata, a criança passou mal na segunda-feira, quando foi encaminhada à Santa Casa da Capital.
Apesar de ser conveniado da Unimed, ele deu entrada na emergência pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O tio, o economista Celso Fabrício Corrêa Souza, 38, contou que ele recebeu uma fita verde no braço, o que indica que o caso não era tão grave.
A família revolta-se porque o menino tem problema em uma válvula do coração e deveria ser tratado na ala vermelha (emergência médica). Outra crítica, ele só foi atendido por médicos plantonistas e não pelo médico responsável pelo seu caso.
Nos últimos dias, enquanto esperava por uma vaga no CTI, o menino foi transferido para uma enfermeira de cuidados intensivos. Segundo relato da mãe, feito ao tio, uma enfermeira fez o furo no pescoço do menino, que passou a ter uma forte hemorragia.
Como a criança utiliza medicamento para o sangue não coagular, houve uma dificuldade da equipe hospitalar estancar o sangue. Celso diz que o furo foi maior do que o feito no pescoço da avó do menino. Na idosa, o serviço teria sido feito por um médico especializado, enquanto na criança foi realizado por uma enfermeira.
O menino passou a ficar mais fraco e ficar roxo após o furo, segundo relato feito pela mãe aos familiares. Em seguida, por volta da 1h da madrugada de hoje, a criança foi retirada do quarto. Por volta das 4h, a família foi informada da sua morte.
A dor da família é maior porque o menino, mesmo sendo cardiopata, já tinha sobrevivido a três cirurgias e chegou a ficar internado no CTI por seis meses. Há aproximadamente um ano, segundo o tio, ele não ficava internado em um hospital, o que vinha sendo considerado um bom sinal para os pais.
Menino de três anos morre à espera por vaga em CTI da Santa Casa
No atestado de óbito de João Guilherme, o médico apontou pneumonia bacteriana sem causa definida como causa da morte. O médico plantonista do hospital se recusou assinar o atestado, que foi feito pelo médico legista.
O menino será velado a partir das 17h30 de hoje no Parque das Primaveras.
Outro caso - Esta é a segunda morte de paciente que aguarda vaga em CTI na Capital. No domingo, Camila Delmondes Flores, 24, morreu no Hospital Universitário. Mãe de duas crianças, ela passou mal e ficou em um “CTI improvisado” na UPA da Vila Almeida por 48 horas até ser transferida para o HU.
Ontem, o prefeito da Capital, Gilmar Olarte (PP), destacou que o poder público vem realizando todos os esforços para salvar vidas.
A Santa Casa informou que o menino ficou em uma enfermeiro de cuidados intensivos. Ele recebeu todos os atendimentos necessários. Sobre a falta de vaga no CTI, o hospital ficou de se manifestar.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Médicos são condenados por retirar órgãos de pacientes vivos em SP

20/10/2011 21h27 - Atualizado em 20/10/2011 23h25


Trio foi condenado a mais de 17 anos de prisão em julgamento em Taubaté.
Caso ocorreu há 24 anos; eles irão recorrer da decisão em liberdade.

Marcelo Mora  

Do G1 SP, em Taubaté


Os três médicos acusados de matar quatropacientes em um hospital de Taubaté, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, em 1986, foram condenados a 17 anos e 6 meses de prisão na noite desta quinta-feira (20). O juiz Marco Montemor, porém, permitiu que eles recorram da sentença em liberdade.
O destino do trio foi decidido por um júri composto por quatro mulheres e três homens após quatro dias de julgamento, realizado do Fórum Central da cidade. Os médicos foram responsabilizados pelos quatro homicídios.
Um dos réus, o urologista Rui Noronha Sacramento, 60 anos, passou mal duas vezes durante a leitura da sentença e teve de ser amparado por parentes para sair do fórum.
Segundo a Promotoria, além de Sacramento, o nefrologista Pedro Henrique Masjuan Torrecillas e o neurocirurgião Mariano Fiore Júnior, de 62 anos, retiraram rins irregularmente das vítimas como parte de um suposto esquema de tráfico de órgãos humanos.
“Muito tempo já passou, mas a justiça foi feita. O próprio povo de Taubaté que fez o julgamento e está de parabéns por não ter esquecido, não ter deixado o tempo apagar esse fato tão sério, tão grave, que marcou a história da cidade”, o promotor do caso, Márcio Augusto Friggi de Carvalho. Ele acrescentou que não irá recorrer.
Questionado pelo fato de os condenados responderem em liberdade, o promotor disse não se opor à decisão judicial. "O juiz entendeu que há os pressupostos para isso e a decisão é correta. Não vejo nenhum absurdo nisso."
Antes de começar a leitura da sentença, o juiz Montemor afirmou: “Na primeira leitura que fiz desse processo, há algum tempo, minha primeira impressão uma única palavra pode descrevê-la: tragédia. Não cito nomes. Todos, indistintamente, abraçados pela mesma tragédia.”
Os defensores dos condenados disseram que irão recorrer da decisão. "A pena é pesada demais, sem sombra de dúvida. O recurso vai atacar a decisão e a pena", afirmou o advogado Sérgio Badaró, que defende Fiore.
Romeu Goffi, que representa Sacramento e Torrecillas, disse acreditar que o júri será anulado. "Amanhã mesmo vamos fazer um termo de apelação e vamos apresentar as razões no prazo legal. A possibilidade de ser anulado esse júri é de 99,99%.”
Segundo a acusação, os médicos falsificaram prontuários de pacientes vivos, informando que estavam com morte encefálica (sem atividade cerebral e sem respiração natural) para convencer suas famílias a autorizar a retirada dos órgãos para doação, de acordo com a denúncia.
Os réus responderam no exercício legal de suas profissões pelo crime de homicídio doloso (com intenção de matar) dos pacientes José Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobbo e José Faria Carneiro.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os quatro estavam vivos quando entraram no extinto Hospital Santa Isabel de Clínicas (Hosic), onde atualmente está localizado o Hospital Regional de Taubaté, e morreram após a retirada de seus rins há mais de 24 anos. Segundo o promotor do caso, as vítimas morreram por outras complicações em razão da ausência desses órgãos.
Julgamento
O júri começou na manhã de segunda-feira (17), com o depoimento das testemunhas arroladas pela acusação: o médico Roosevelt de Sá Kalume (que revelou o caso), a médica Gilzélia Batista (responsável por guardar os prontuários médicos), a enfermeira Rita Maria Pereira (que afirmou ter visto um médico retirar os órgãos de um paciente vivo), o médico César Vilela, Ivã Gobbo (irmão de um dos pacientes mortos), Regina Teixeira (telefonista que trabalhava no setor de prontuários), Lenita Bueno (médica anestesista). Também foi ouvida na segunda a testemunha de defesa PauloArantes de Moura.
Na terça (18), foram ouvidas seis testemunhas solicitadas pela defesa, outras três foram dispensadas. Nesse mesmo dia, também aconteceu uma acareação entre a enfermeira Rita Pereira e uma anestesista que negou ter ocorrido retirada de órgãos de paciente vivo. Em seu interrogatório, que durou quase três horas, o réu Rui Sacramento voltou a negar que foram retirados rins de pacientes vivos. O médico afirmou que Kalume revelou o suposto esquema por “disputa de poder”.
Na quarta (19), foram ouvidos os outros réus: o nefrologista Pedro Henrique Masjuan Torrecillas e o neurocirurgião Mariano Fiore Júnior, de 62 anos.
Nesta quinta, houve o fim dos debates entre defesa e Promotoria e a reunião do júri.
Caso Kalume
Kalume, que chegou a ser internado no início da noite de segunda no Hospital Regional de Taubaté com taquicardia após prestar seu depoimento, foi o responsável por revelar o caso em 1987. Então diretor da Faculdade de Medicina de Taubaté (Unitau), o médico procurou o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) para informar que um programa ilegal de retirada de rins de cadáveres para doação e transplantes acontecia sem o seu conhecimento e aval.
Na época, o assunto ficou conhecido nacionalmente e a imprensa o tratou como caso Kalume, em referência ao sobrenome do denunciante. O escândalo culminou com a abertura de inquérito policial em 1987 e até virou alvo em 2003 da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurava a atuação de organizações criminosas atuantes no tráfico de órgãos no Brasil.
Os médicos foram absolvidos das acusações de tráfico de órgãos e eutanásia nos procedimentos administrativos e éticos do Cremesp, em 1988, e do Conselho Federal de Medicina (CFM), em 1993. Além disso, o caso em Taubaté ajudou na discussão a respeito da elaboração da atual lei que trata sobre a regulamentação dos transplantes de órgãos no país até hoje. Segundo o CFM, a lei é a 9.434, de 1997.
Em 1993, Kalume chegou a publicar um livro sobre o caso. Para narrar os fatos, ele usou nomes diferentes dos personagens da vida real. “Transplante”, no entanto, deixou de ser publicado. Apesar disso, a obra também faz parte do processo contra os médicos.
Já em 1996, após quase dez anos de investigação, a Polícia Civil de Taubaté concluiu o inquérito que responsabilizou quatro médicos pelas mortes de quatro pacientes. Um dos acusados morreu em maio deste ano.
Defesa
Antes de o início do julgamento, os réus disseram ao G1 pessoalmente ou por meio de seus advogados serem inocentes. “Ficou comprovado que [os pacientes] estavam em morte encefálica. Estavam mortos. Se os indivíduos estavam mortos, não tem como eu ser acusado de uma coisa, se eles estavam mortos. O que eu fiz...a minha participação foi no diagnóstico da morte encefálica”, disse o neurocirurgião Mariano Fiore Júnior.
O urologista Noronha Sacramento também rebateu as acusações. “Nunca agi contra a vida em nenhum momento da minha carreira. Na equipe que há vinte e tantos anos, na cidade de Taubaté, realizou retiradas de rim, nefrectomias de cadáver para transplante renal, e que realizou transplante renal na cidade de Taubaté e em outras cidades lá, eu era o cirurgião responsável pela retirada do órgão e pela colocação nos outros pacientes que precisavam do transplante. Nunca foi feita retirada de órgão de paciente que tivesse o menor sinal de vida.”
O advogado Romeu Correa Goffi, que defende, além de Sacramento, o nefrologista Torrecillas, também afirmou que seus clientes são inocentes das acusações. “Esses rapazes [médicos] estão sendo injustiçados, profundamente injustiçados. Quando foram feitas as retiradas dos rins, não estavam somente eles, equipe de transplante, presentes na sala. Havia estudantes de medicina, anestesistas, havia um grande corpo clínico, pessoas que se interessavam em conhecer o procedimento. Então, como num contexto desse pode ter havido algo tão grotesco?”, questionou o defensor.
Acusação
A acusação da Promotoria contra os médicos se baseou somente no homicídio doloso. Segundo Friggi de Carvalho, laudos do Instituto Médico-Legal (IML), da Polícia Técnico Científica e do Cremesp concluíram que os pacientes não estavam mortos antes da retirada dos rins.
Durante o processo, testemunhas relataram que até uma espécie de médium foi apresentado pelos médicos aos parentes para dizer que havia entrado em contato com o suposto morto no plano espiritual e ele havia pedido para os familiares autorizarem a doação.
Os réus disseram que os órgãos iam para o programa de transplantes de um convênio entre a Unitau e o Hospital das Clínicas (HC), da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Mas segundo o promotor Friggi de Carvalho, esse acordo jamais existiu. “Não há nenhum registro disso em lugar algum”, disse.

Juiz condena médicos que retiraram órgãos de garoto ainda vivo para vender


Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte


  • O menino Paulo Pavesi, cujos órgãos foram retirados quando ainda estava vivo, na Santa Casa de Poços de Caldas (MG)
    O menino Paulo Pavesi, cujos órgãos foram retirados quando ainda estava vivo, na Santa Casa de Poços de Caldas (MG)
Mais três médicos envolvidos na comercialização de órgãos e tecidos humanos na cidade de Poços de Caldas (460 km de Belo Horizonte, MG) foram condenados pela Justiça.
Os médicos Celso Roberto Fransson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar foram considerados responsáveis pela morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, 10.
Em abril de 2000, o garoto foi atendido pelos médicos na Santa Casa de Poços de Caldas após ter caído do prédio onde morava. Ele passou por procedimentos inadequados e teve os seus órgãos removidos, quando ainda estava vivo, para posterior transplante, por meio de diagnóstico forjado de morte encefálica.
Gaspar, Scafi e Fernandes foram condenados, respectivamente, a 14 anos, 18 anos e 17 anos de reclusão em regime fechado.
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Crianças e adolescentes vítimas de violência14 fotos

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O menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5, foi morto com um tiro na cabeça no dia 28 de junho de 2013 durante um assalto a uma residência, na região de São Mateus, zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, seis homens armados invadiram a casa no bairro de Jardim Conquista, anunciaram o assalto e fizeram uma família de bolivianos refém. Após levarem R$ 4.500, um dos criminosos, insatisfeito com o valor da quantia, atirou contra o garoto, que chorava e pedia para não ser morto Leia mais Reprodução/ SBT
Cabe recurso à sentença emitida nesta sexta-feira (7) pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Poços de Caldas, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro.
O magistrado considerou os médicos culpados pelo crime de remoção de órgãos, com o agravante de tê-lo praticado em pessoa viva, resultando em morte, baseado na Lei 9.434/97 (Lei de Transplantes).
Foram ainda estabelecidas penas pecuniárias, de acordo com as "excelentes condições financeiras dos médicos".
A multa fixada para Gaspar foi de 250 dias-multa, sendo cada um equivalente a 2,5 salários mínimos. Os outros dois médicos vão pagar 320 dias-multa, fixado cada dia em três salários mínimos.
Na sentença, o magistrado não permitiu que os condenados aguardem eventual recurso em liberdade e decretou a prisão preventiva imediata deles.
Na avaliação do juiz, a liberdade desses médicos poderá prejudicar a tramitação processual deste e de outros processos e inquéritos em andamento com relação à chamada "máfia de órgãos de Poços de Caldas".
"A prisão se justifica para garantir a ordem pública, nitidamente abalada pelas ações dos condenados, a conveniente instrução processual dos outros feitos conexos e a futura aplicação da lei penal", afirmou Castro, em sua decisão.
"Até o trânsito em julgado das sentenças condenatórias, muito tempo irá passar, pois recursos e mais recursos serão impetrados, dado o poderio financeiro dos réus e a infinidade de recursos à disposição (por uma legislação retrógrada, pouco afinada com os dias atuais)", disse.
Eles foram presos logo após o anúncio da sentença, nesta sexta-feira (7), e estão à disposição da Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, na delegacia da cidade.
A reportagem do UOL não localizou os advogados dos condenados para comentarem a decisão da Justiça.
Os condenados formavam a equipe médica da MG-Sul Transplantes, organização clandestina e criminosa responsável por realizar transplantes e remoção de órgãos irregularmente.
Em fevereiro do ano passado, Scafi e Fernandes foram condenados pelo mesmo crime, juntamente com os médicos Alexandre Crispino Zincone e João Alberto Goes Brandão, no caso de outra vítima.
Dois outros médicos também denunciados por comercialização de órgãos e tecidos humanos do município tiveram declarada a "extinção da punibilidade" por terem completado 70 anos de idade.
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Relembre crimes e julgamentos brasileiros famosos56 fotos

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A engenheira Patrícia Amieiro Franco, 24, desapareceu em 14 junho de 2008, depois de sofrer um acidente automobilístico na saída do túnel do Joá, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A polícia nunca encontrou o corpo da engenheira. Quatro policiais militares são acusados de homicídio qualificado e ocultação do corpo Leia maisReprodução/Agência O Globo

Médicos serviam no SUS

O juiz decretou também a perda dos cargos públicos dos três sentenciados, ressaltando que eles "são servidores públicos e houve lesão à administração pública, devido ao recebimento indevido de verbas do SUS (Sistema Único de Saúde)". 
Assim, o magistrado determinou também a expedição de ofícios ao Ministério da Saúde, ao governo de Minas Gerais, à Prefeitura de Poços de Caldas e aos hospitais da região, instruindo o descredenciamento imediato dos condenados no SUS.
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Pesquisadores desenvolvem órgãos biônicos para transplantes humanos19 fotos

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A empresa francesa Carmata apresentou em julho de 2013 um coração artificial com tecido bovino que será testado em breve por pacientes com problemas cardíacos. O material orgânico (formas elípticas marrons, na ilustração à direita) substitui o plástico nas superfícies irrigadas pelo sangue, diminuindo os problemas de coagulação após o transplante, segundo o fabricante. O órgão biônico é regulado por sensores, softwares e microeletrônicos e funciona com duas baterias externas de íons de lítio Carmat     

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como Roger Abdelmassih financia há três anos sua fuga da polícia

Em VEJA desta semana

Médico foi condenado em 2011 a 278 anos de prisão por crimes sexuais contra as pacientes

Bela Megale e Alana Rizzo
Porta-retrato com foto do casamento de Abdelmassih com a ex-procuradora Larissa encontrado em uma das fazendas do médico em Avaré. A polícia suspeita que Abdelmassih e a mulher estiveram lá em algum momento nos últimos seis meses.
Porta-retrato com foto do casamento de Abdelmassih com a ex-procuradora Larissa encontrado em uma das fazendas do médico em Avaré. A polícia suspeita que Abdelmassih e a mulher estiveram lá em algum momento nos últimos seis meses.
Na qualidade de fugitivo mais procurado do Estado de São Paulo e um dos 160 brasileiros na lista da Interpol, era de esperar que o médico Roger Abdelmassih vivesse em condições bem mais precárias do que as que desfrutava no tempo em que era dono da clínica de fertilização in vitro mais famosa do Brasil e oferecia jantares para amigos como a apresentadora Hebe Camargo. Documentos obtidos por VEJA, no entanto, mostram que o médico, condenado por 56 estupros e foragido desde 2011, não vem tendo problemas para se manter na clandestinidade. Por meio de uma engenharia financeira montada pouco antes da condenação, ele recebe remessas regulares — e polpudas — de dinheiro na conta de sua mulher, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, que o acompanha na fuga e com quem está casado desde 2010.
Um dos homens mais procurados do Brasil, Roger Abdelmassih, condenado a quase 13 anos de prisão por uma série de estupros, continua foragido. O Domingo Espetacular seguiu as pistas no interior de São Paulo e acompanhou a rota de fuga do médico até países da Europa, onde ele se escondeu da polícia durante um ano.