segunda-feira, 8 de abril de 2013

Casos de erro médico estão em fase



25/12/2012 21h30 - Atualizado em 25/12/2012 21h30


De julgamento no CRM de SE

Ao todo são mais de 40 casos.
Segundo o CRM nunca um profissional teve o registro cassado.

Do G1 SE
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Mais de 40 casos de erro médico estão em fase de julgamento no Conselho Regional de Medicina de Sergipe. Segundo o presidente da entidade, Júlio Seabra, este ano foram julgados oito casos, mas nunca um profissional teve o registro cassado por esse motivo aqui no estado.
Uma paciente, que prefere não se identificar, entrou na justiça por acreditar que foi vítima de um erro médico, pois percebeu que no pós-operatório, algo de errado havia acontecido com uma de suas mamas.
“Ele fazia o curativo e isolava. Aí eu perguntei assim a ele: porque esse peito está isolado direto e o outro não está? Ai ele disse que era um probleminha e que ia fazer o curativo todos os dias e vai recuperar”.
Preocupada ela procurou outro especialista que alertou que uma parte do seu mamilo estava prejudicada. “Fui a outro médico para ver o que era que estava acontecendo. Quando o médico tirou o curativo e viu o estrago, pois havia perdido o mamilo do peito”.
Casos como esse citado acima não são raros, mas nem todos entram para as estatísticas do CRM, pois os tramites da justiça não necessariamente passa pelo Cremese. “Nos aqui lidamos com  questões éticas, com o ser do profissional enquanto prestador de serviço e de assistência médica ao seu semelhante”, explica o presidente.
O presidente do CRM orienta a quem quiser fazer algum tipo de queixa ou denúncia deve procurar a sede da entidade localizada na rua boquim no centro de Aracaju.

CPI do 'Erro Médico' aguarda indicação de membros


06/03/2013 - 10h40 CPIs - Atualizado em 06/03/2013 - 15h45
 
Marilia Coêlho
Os líderes dos partidos no Senado devem indicar nos próximos dias os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Violação ao Direito Humano à Saúde. Criado no final de fevereiro, o colegiado será composto por 11 membros titulares e sete suplentes e vai apurar e analisar erros dos dirigentes, médicos e demais profissionais de hospitais públicos e privadas que resultaram em lesões físicas e causaram a morte dos pacientes.
O requerimento para a criação da CPI do Erro Médico, de autoria do senador Magno Malta (PR-ES), contou com mais 30 assinaturas de senadores. No documento, foi estabelecido o prazo de 120 dias para duração da comissão e o limite de despesa foi fixado em R$ 150 mil. Para começar a funcionar, a comissão ainda deve ser instalada, com a indicação de seus membros.
No requerimento, justifica-se a necessidade de criação da CPI citando os frequentes casos de erros de dirigentes, médicos e profissionais de saúde que resultam em morte dos pacientes. Entre eles, cinco ocorridos em Brasília.
O primeiro foi a morte do então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, de 56 anos, em janeiro de 2012. De acordo com as notícias, Duvanier foi levado a dois hospitais particulares da cidade, o Santa Lúcia e o Santa Luzia, mas, sem um talão de cheques, teve o atendimento negado e morreu de infarto agudo do miocárdio.
Outro caso foi a morte do adolescente Marcelo Dino, de 13 anos, atendido e internado no Hospital Santa Lúcia em fevereiro do ano passado. A única médica de plantão na UTI Pediátrica teria deixado o posto para fazer um parto e, quando voltou, não conseguiu prestar atendimento eficaz e célere para salvar a vida do menino.
Também foi citado pelo requerimento o caso do Hospital Santa Maria, onde pelo menos 13 pessoas morreram. Uma troca de oxigênio por ar comprimido na tubulação de um leito teria sido responsável pelas mortes.
O recente caso da morte da criança Rafaela Luiza, de 1 ano e 7 meses também foi citado pelo requerimento. Internada no Hospital Materno Infantil de Brasília com manchas vermelhas no corpo, a garota recebeu uma superdosagem de adrenalina e acabou morrendo após cinco paradas cardíacas.
“É de se indagar se os mecanismos de controle preventivo e repressivo estão funcionando a contento. Devem ser perquiridas as causas para tantas ocorrências, que não podem ser aceitas como normais”, afirmam os senadores que assinaram o requerimento.
Além de apurarem os casos citados no requerimento, a CPI pretende ainda investigar qual tem sido a atuação dos conselhos profissionais, da polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário nos casos de erros cometidos por médicos e demais profissionais da saúde; qual tem sido a atuação dos órgãos da Vigilância Sanitária na dimensão preventiva e repressiva a erros cometidos em hospitais; as competências legais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a necessidade de criação de varas e juizados especiais com competência exclusiva para julgar erros e crimes ocorridos em hospitais.
A CPI do Erro Médico também vai apurar se a legislação tem oferecido proteção suficiente para os usuários do sistema de saúde; se o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde está sendo devidamente atualizado e respeitado pelos hospitais e profissionais; se pode ser criado um sistema de avaliação dos serviços hospitalares e quais medidas legislativas devem ser criadas ou alteradas para proteger o direito à saúde.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)