segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Vítimas de médico acusado de mutilar pacientes são ouvidas no Amazonas

29/11/2016 14h58 - Atualizado em 29/11/2016 14h58


Médico é apontado como falso cirurgião plástico.
Crimes foram relatados em 2013; oitivas devem ocorrer até sexta.

Do G1 AM

Médico Carlos Jorge Cury Mansilla (Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)Médico Carlos Jorge Cury Mansilla
(Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)
Vítimas do clínico geral Carlos Jorge Cury Mansilla, que responde a mais de 15 processos na justiça por complicações pós-cirúrgicas em pacientes, são ouvidas nesta terça-feira (29) no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).

O médico é apontado como falso cirurgião plástico. Ele teria mutilado dezenas de pacientes, que denunciaram o caso à justiça.
As oitivas ocorrem na 11ª Vara Criminal do Fórum Henoch Reis e são presididas pela a juíza Eurinete Tribuzy. Ao menos dez vítimas devem ser ouvidas até a sexta-feira (2), segundo o Tribunal de Justiça.
O processo está em fase de instrução. Primeiro são ouvidas as vítimas, na sequencias as testemunhas e defesa. O réu vai ser o último a ser ouvido.
Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, a empresária Andrea Bernardino, iniciou uma campanha em uma rede social, onde conseguiu localizar outras vítimas do médico.
À época, a polícia informou que, em depoimento, o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico, disse que o corpo dessas mulheres reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico
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Médico pioneiro em cirurgias de troca de sexo na mira da polícia

Médico pioneiro em cirurgias de troca de sexo na mira da polícia

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São Paulo - Primeiro urologista a realizar cirurgias de mudança de sexo desde que o procedimento foi autorizado no País em 1998, o médico Carlos Adib Cury é investigado pelo Conselho de Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) por não cumprir a legislação que regulamenta este tipo de cirurgia no Brasil.

O Cremesp anunciou nesta quarta a abertura de sindicância para investigar as cirurgias realizadas por Cury no Hospital de Base de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. O local foi o primeiro hospital do País a realizar cirurgia de troca de sexo, mas deixou de atender o SUS em 2008.

"Segundo as denúncias, ele (Cury) não estaria cumprindo resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que obriga o paciente a passar pelo acompanhamento de uma comissão multidisciplinar antes de ser submetido à cirurgia", diz o conselheiro Pedro Teixeira Neto, do Cremesp em Rio Preto.

De acordo com o conselheiro, Cury é acusado de há 20 dias submeter a transexual L.S., de 22 anos, à cirurgia sem encaminhá-la ao acompanhamento da comissão, que é formada por psicólogo, psiquiatra, assistente social e outros profissionais, e tem a responsabilidade de dizer se o paciente está preparado ou não para a cirurgia. L.S. mora no Rio de Janeiro e foi para Rio Preto para passar pela cirurgia. De acordo com Teixeira Neto, ela e outras testemunhas, assim como Cury, devem ser ouvidas após o Carnaval.

Cury negou a irregularidade e disse que sua conduta foi correta. "Essa denúncia não condiz com a realidade porque neste caso específico a paciente não precisava passar pelo acompanhamento da comissão, uma vez que já tinha sido acompanhada por uma psicóloga, no Rio, por cinco anos", disse.

Segundo Cury, o caso da L.S. ainda é diferente da maioria dos transexuais, porque ela tem uma carga genética feminina maior que das outras, a chamada Síndrome de Clinefelter. "Além disso, ela passou, aqui em Rio Preto por uma consulta de quatro horas de uma psicóloga, que nos informou que ela estava apta para passar pela cirurgia", completou o médico.

"Ela (L.S.) já divulgou uma carta na qual diz que está feliz com o procedimento", afirmou. "Nunca houve um caso de arrependimento de algum paciente", completou, afirmando que desde que a cirurgia foi liberada no Brasil de forma experimental em 1998, ele operou 96 pessoas. Atualmente faz cerca de 10 cirurgias de troca de sexo por ano.

Médico pioneiro em cirurgias de troca de sexo na mira da polícia - O Dia
 

Justiça ouve cinco vítimas de médico acusado de mutilar pacientes no AM

30/11/2016 01h25 - Atualizado em 30/11/2016 01h25


Outras três pessoas devem ser ouvidas ainda nesta semana, diz TJAM.
Clínico foi liberado após pedido das vítimas.

Do G1 AM
Médico Carlos Jorge Cury Mansilla (Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)Médico Carlos Jorge Cury Mansilla
(Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)
Cinco das oito vítimas do clínico geral Carlos Jorge Cury Mansilla de 58 anos, que responde a processos por lesão corporal grave dolosa e estelionato, foram ouvidas nesta terça-feira (29). Outras três pessoas devem ser ouvidas ainda nesta semana na 11ª Vara Criminal, assim como testemunhas de acusação e defesa, além do acusado. O médico é apontado como falso cirurgião plástico e teria mutilado dezenas de pacientes.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) informou que os processos foram reunidos por terem as mesmas características e o mesmo denunciado.
A promotora de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Lucíola Honório de Valois Coelho diz que o clínico foi liberado após um pedido das vítimas.
"O acusado compareceu, mas como as vítimas pediram que ele não ficasse no local, ele foi liberado e vai ser ouvido após a oitiva das vítimas e testemunhas", afirmou em nota.
A promotora ressalta que o MP trabalha para enquadrar Mansilla nos crimes de estelionato e lesão corporal grave. Os processos foram reunidos em um bloco e caso o clínico seja condenado, a pena por uma vítima será a mesma para os demais processos.
"Ele vai ser julgado por cada um dos crimes. Uma vez comprovado que ele os cometeu, será aplicada a continuidade delitiva, ou seja, a pena por um crime será a mesma pelos demais", disse.
Os processos contra Mansilla apuraram casos diferentes. Os mais comuns são de cirurgias plásticas como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e cirurgia no nariz. Segundo o MP, são 16 vítimas lesionadas e uma vítima fatal.
Ainda há processos em outras varas criminais que devem ser redistribuídos para a 11ª Vara Criminal, pois os inquéritos estão nas delegacias ou com o Ministério Público. No caso da vítima fatal, o processo poderá ser enviado a uma Vara do Tribunal do Júri.
O caso
Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.
Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico disse que o corpo das vítimas reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico.

Instituto de Oftalmologia deve retomar cirurgias em fevereiro

INSTITUTO DE OFTALMOLOGIA DEVE RETOMAR CIRURGIAS EM FEVEREIRO
18 DE JANEIRO DE 2017
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Instituto de Oftalmologia deve retomar cirurgias em fevereiro

Centro Estadual de Vigilância em Saúde emitiu parecer favorável para a reabertura do bloco cirúrgico
Encantado - Depois de mais de um ano com o bloco cirúrgico interditado, o Instituto de Oftalmologia Encantado deve retomar as cirurgias na segunda quinzena de fevereiro. A 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (16ª CRS) recebeu, na tarde de segunda-feira, o relatório final da vistoria do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). 

Após a inspeção, em 4 de janeiro, técnicos do órgão aprovaram as adaptações realizadas na clínica e, a partir da infraestrutura do local, estabeleceram o limite diário de 16 cirurgias. Serão quatro operações, por turno (manhã e tarde), em duas salas cirúrgicas. O número máximo de cirurgias deve ser uma das principais mudanças com o objetivo de garantir mais segurança nos atendimentos.

O centro regional de oftalmologia foi alvo de uma investigação do Ministério Público após pacientes perderem a visão de um olho por contaminação bacteriana, depois de cirurgias de catarata no local. O caso ganhou repercussão nacional e culminou em uma ação civil pública em busca de indenização às vítimas e um processo judicial, o qual busca responsabilizar seis profissionais da clínica por lesão corporal de natureza grave.

"Estamos focados em retomar a segurança dos pacientes e a credibilidade do instituto", destaca o coordenador regional de Saúde, Ramon Tiago Zuchetti. "Tomamos conhecimento desse caso a partir da investigação do Ministério Público. Com certeza, em função da dimensão do caso, iremos acompanhar de perto essa retomada", garante.

Fiscalização
Segundo Zuchetti, outra exigência na reabertura do bloco cirúrgico será a entrega de relatórios mensais do instituto para a 16ª CRS. Um representante da coordenadoria também participará de uma comissão da Câmara Setorial da Saúde do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Taquari (Consisa-VRT) - órgão responsável pela contratação do instituto para atender via Sistema Único de Saúde (SUS).

O secretário executivo da entidade, Nilton Rolante, explica que o grupo será formado pelos secretários de Saúde de Lajeado, Muçum, Encantado, Nova Bréscia e Santa Clara do Sul, além de um integrante do Conselho de Saúde e um médico auditor de Encantado. A princípio, ocorrerão reuniões a cada 60 dias, nas quais serão analisados os procedimentos do instituto - o que não ocorria antes. "Vamos nos reunir periodicamente para fazer essa fiscalização das atividades, em busca de transparência e segurança para os pacientes, o Consisa, a clínica e os municípios."

Conforme ele, o instituto também já acenou a possibilidade de que um profissional médico ou enfermeiro dos municípios acompanhe os procedimentos, no dia das cirurgias. "Foi foi uma situação lamentável que aconteceu, e agora estaremos com esse controle para dar segurança a todos os envolvidos


Mais de 2,3 mil pessoas na espera

A interrupção das cirurgias em dezembro de 2015 gerou uma fila de espera de mais de 2,3 mil pessoas. O secretário executivo do Consisa-VRT, Nilton Rolante, lembra que, durante o período de interdição do bloco cirúrgico continuaram ocorrendo consultas na clínica, o que elevou ainda mais os números de pacientes na espera. "Foram mais de 2,3 mil diagnósticos, mas é possível que muitos desses pacientes já tenham realizado a cirurgia de forma particular ou até mesmo falecido", comenta.

Para o coordenador regional de Saúde, Ramon Tiago Zuchetti, a reabertura do bloco cirúrgico é fundamental para atender a demanda da região. "Hoje, estamos descobertos na área de cirurgia oftalmológica. O hospital de Taquari também parou de realizar os procedimentos, por atraso de recursos. A fila de espera por cirurgia de catarata aumentou consideravelmente nesse último ano. O próximo passo é trabalhar possibilidades de um mutirão para reduzir essa fila."

O contrato do instituto com o Consisa-VRT prevê um limite mensal de 40 cirurgias de catarata, 4,8 mil exames e diagnósticos, 1.326 consultas e 212 procedimentos cirúrgicos simples, como retirada de cisco do olho. Por meio do Fundo Municipal de Saúde de Encantado, o estabelecimento recebe em torno de R$ 162.140 - R$ 116 mil são oriundos da União e há uma complementação de R$ 46.140 mil do Estado.
"Vamos buscar a retomada desse incentivo do Estado, que não estava sendo pago enquanto não ocorreriam as cirurgias. Só com os R$ 116 mil não é possível viabilizar a retomada das cirurgias", pondera Rolante. Além disso, ele observa que uma possível ampliação no número de cirurgias está atrelada à autorização da 16ª CRS e a um aumento no aporte de recursos.

"Todas as exigências da Vigilância Sanitária foram atendidas"
Advogado do Instituto de Oftalmologia Encantado, Victor Kundzin Júnior comemora a liberação do bloco cirúrgico. "Depois de muitas idas e vindas, finalmente conseguimos que o bloco seja reaberto para atender essa população que aguarda pelo procedimento cirúrgico." Ele ressalta que, por meio de investimentos do Consisa-VRT, foram realizadas todas as adequações estabelecidas pelo Cevs. "Todas as exigências da Vigilância Sanitária foram atendidas: questão de esterilização, do ar-condicionado, o posicionamento da sala de espera. Tudo isso foi remodelado e melhorado, e comprados equipamentos mais sofisticados em termos de esterilização", afirma.

Apesar da liberação do bloco cirúrgico da clínica, Kundzin adianta que os serviços podem ser impactados por reflexos da ação civil pública contra o instituto. Mais de R$ 500 mil que a clínica tinha a receber do Estado e da União foram bloqueados pela Justiça como forma de garantir o pagamento de uma possível indenização às vítimas. "Isso pode comprometer o funcionamento da clínica futuramente. Teremos um quadro (de funcionários) mais reduzido, em função da ausência desse valor. Não teremos como desenvolver uma atividade plena sem ele. Estamos em uma batalha jurídica, usando todos os recursos visando ao desbloqueio desses valores. "

Saiba mais
As modificações estruturais no Instituto de Oftalmologia Encantado para cumprir as exigências do Cevs foram realizadas pelo Consisa-VRT e custaram em torno de R$ 150 mil. O prédio pertence ao município de Encantado e é cedido ao Consisa-VRT. De acordo com o secretário executivo do consórcio, Nilton Rolante, a Prefeitura já acenou positivamente para um projeto de ampliação da recepção - um das exigências para se aumentar a capacidade de atendimento da clínica. No ano passado, a reforma havia sido orçada em R$ 124 mil. A previsão é de que o valor seja dividido entre as cidades abrangidas pelo instituto.

Relembre o caso
O bloco cirúrgico e o centro de esterilização de materiais da clínica foram interditados no início de dezembro de 2015. Em vistoria no local, a Vigilância Sanitária apurou falhas nos processos de trabalho e esterilização; prontuários médicos incompletos e irregularidades como falta de insumos para higienização das mãos, medicamentos oftalmológicos abertos, sem rótulo e sem prazo de validade adequado. Remédios e anestésicos estavam armazenados com alimentos no refrigerador na copa, havia lixeiras sem tampa e sem pedal. Também foram encontradas baratas, teias de aranha, infiltrações no teto e instalação elétrica com fiação exposta em alguns ambientes.

No primeiro semestre de 2016, a clínica passou por adaptações. Entretanto, na inspeção realizada em 28 de julho, a equipe do Cevs exigiu novas modificações no sistema de climatização de ar e em rotinas de trabalho, para que o instituto voltasse a realizar procedimentos cirúrgicos.

Ações judiciais
Pelo menos 21 pessoas perderam a visão de um olho, após passarem por cirurgias de catarata no instituto. Eles foram contaminados por bactérias, durante operações realizadas entre outubro de 2014 - um mês após a reabertura do centro oftalmológico - e agosto de 2015. Os pacientes integram uma ação judicial, movida pelo Ministério Público (MP), que busca a responsabilização penal de seis profissionais da instituição pelo caso. Além disso, uma ação civil pública de autoria do MP busca indenização por danos morais, materiais e estéticos a 16 pacientes que ficaram cegos de um olho, após cirurgia de catarata.

Em 29 de dezembro de 2015, O Informativo do Vale divulgou, com exclusividade, a investigação do Ministério Público sobre as cirurgias de cataratas que deixaram pacientes sem visão, em um olho, na clínica de Encantado. O caso ganhou repercussão nacional. Os desdobramentos são acompanhados, de perto, pelo jornal.

Crédito da notícia: Juliana Bencke
Última atualização: 18 de janeiro de 2017 às 08h14min
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Especialista recomenda mudança nos regimes de mutirões de cirurgia de catarata

Especialista recomenda 

mudança nos regimes de 

mutirões de cirurgia de catarata

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Dr. Celso Afonso GonçalvesDr. Celso Afonso GonçalvesDivulgação/ E5+ Comunicação
Segundo oftalmologista especialista em catarata, retina e vítreo, Celso Afonso Gonçalves, as intercorrências podem ser evitadas ampliando a rotina deste procedimento
Há poucos dias, um novo caso de contaminação por bactéria em mutirão de cirurgia de catarata causou vítimas e chamou a atenção para os riscos deste tipo de ação, já que a cirurgia é considerada simples. As graves intercorrências deste novo episódio, que levaram alguns pacientes à cegueira, colocam em cheque este regime cirúrgico.

O oftalmologista especialista em catarata, retina e vítreo, Dr. Celso Afonso Gonçalves, responsável por mais 25 mil cirurgias de catarata, explica que os mutirões foram criados para reduzir a espera no sistema público de saúde, mas tornaram-se rotina em muitas cidades do País.

Para o ele, o novo episódio de contaminação em mutirões deve servir de alerta às autoridades. “A cirurgia de catarata é eletiva e a mais realizada no mundo no corpo humano. É um dever do poder público manter a rotina desses procedimentos com constância, para evitar o acúmulo de filas”, sugere o sócio-diretor da Unilaser Unidade Oftalmológica de Santos.

E acrescenta: "nos rincões do Brasil, os mutirões podem ainda ser uma solução, mas devidamente organizados e fiscalizados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, CRMs, CFM e instituições de ensino regionais. Agora em grandes centros, como São Bernardo, parece haver um problema de gestão pública associado".

O médico acrescenta que os mutirões apresentam uma sequência ilógica, pois nem sempre o oftalmologista que indica o procedimento realiza a cirurgia. “Nestes casos, não existe a relação médico/paciente. Fundamental para o processo. A escolha do cirurgião deve ter empatia”, diz.

O especialista também afirma o Brasil tem hoje especialistas de nível internacional, altamente capacitados, sendo referências mundiais, mas que o paciente deve tomar alguns cuidados ao escolher o médico e o local da operação.

“Consulte informações sobre a sua capacitação, converse com outros pacientes já operados pelo profissional. Depois, visite o centro cirúrgico e verifique as condições de salubridade, higiene e se há humanização no atendimento. E siga as orientações pré e pós operatórias”, recomenda Gonçalves.

Tecnologia
A cirurgia, que consiste em trocar o cristalino (lente natural do olho) por uma lente artificial, é indicada quando a redução da visão, ocasionada pela catarata, compromete a qualidade de vida do paciente ou até oferece riscos, tanto para a saúde ocular como para acidentes domésticos.

Nos últimos anos, a cirurgia de catarata evoluiu muito, com facoemulsificadores mais eficientes, associação do fentossecond, lentes intraoculares multifocais e tóricas. Porém, todo esse modernismo isolado, não é suficiente para garantir o sucesso do procedimento.

“O local onde ele é realizado deve ser adequado, em geral no regime de hospital dia, e não em salas isoladas ou clínicas impróprias para tal. A humanização e atenção de toda a equipe, desde faxineira, copeira, recepção, equipe de enfermagem, médico anestesista e principalmente ao médico cirurgião”, salienta o especialista da Unilaser.

Catarata
A catarata é uma das principais causas de cegueira reversível no Brasil. No país, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima o surgimento de cerca de 550 mil novos casos da doença todos os anos. A principal forma de catarata é a chamada de senil por atingir faixas etárias acima de 60 anos. No mundo, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que cerca de 160 milhões de pessoas apresentam catarata, responsável por 47,8% dos casos de perda de visão.

Os sintomas mais frequentes são visão turva, opaca ou nebulosa, sensibilidade à claridade excessiva, dificuldade de enxergar à noite e para distinguir objetos. A catarata tem uma evolução lenta e progressiva e, em muitos casos, passa despercebida. Já a exposição ao sol e aos raios ultravioletas, cada dia mais agressivos, é outro fator que tem feito com que a catarata tenha aparecido mais precocemente nas pessoas. “Os pacientes têm tido mais catarata e temos operado mais cedo também”, revela.

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Indenização a paciente vítima de contaminação hospitalar

Indenização a paciente vítima de contaminação hospitalar

Responsabilidade civil do hospital em virtude do dano/lesão causado a paciente.

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Cassia Versiane Dias Albuquerque, Advogado
há 9 meses
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Determinada indenização de R$ 100 mil a paciente cega após cirurgia de catarata

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o pagamento de indenização de R$ 100 mil por danos morais a paciente que ficou parcialmente cega após se submeter a cirurgia de catarata. A decisão foi unânime.
Em 2005, a autora passou por exames em instituto de oftalmologia em São Paulo, que apontaram a presença de catarata em seu olho direito. Após o diagnóstico, a paciente realizou cirurgia em hospital oftalmológico. A operação foi conduzida por profissionais do instituto responsável pelo diagnóstico.
Nos dias posteriores à realização da cirurgia, a paciente sentiu diversas dores no olho operado e, por isso, teve que realizar outras duas intervenções cirúrgicas. Mesmo assim, devido a uma infecção, a autora ficou sem a visão do olho direito, tendo inclusive perdido o bulbo ocular (uma das partes que compõe o sistema ocular).

Responsabilidade

Em primeira instância, o pedido de indenização foi negado. Baseado em perícia judicial, a juíza entendeu que os profissionais de saúde que atenderam a paciente agiram de forma adequada. A magistrada também considerou que havia dúvidas sobre o local de ocorrência da contaminação pós-operatória que ocasionou a cegueira parcial — no hospital ou fora dele. A decisão de primeiro grau foi mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
No recurso dirigido ao STJ, a paciente alegou que ficou comprovada no processo a infecção hospitalar e, dessa forma, não caberia a ela provar de quem foi a culpa pelo contágio e pela lesão definitiva. A autora também afirmou que o hospital e os profissionais de saúde não a avisaram, mesmo sendo diabética, sobre os riscos de insucesso do procedimento cirúrgico.

Origem dos danos

Ao analisar o recurso da paciente, os ministros decidiram reformar o julgamento de segunda instância. O relator do caso, ministro Marco Buzzi, destacou que os danos sofridos pela paciente resultaram de infecção hospitalar, o que afasta a responsabilidade dos médicos envolvidos na cirurgia.
O ministro Buzzi sublinhou que a responsabilização de hospitais e clínicas por infecção contraída em seus ambientes por paciente é objetiva, com base no risco do empreendimento, e não no exame simplesmente da culpa. Assim, é possível a análise de responsabilidade das pessoas jurídicas sem avaliar, necessariamente, os elementos relacionados à negligência, imperícia ou imprudência do corpo médico.
“Com efeito, não cabe afastar a responsabilidade do hospital por infecção contraída por paciente com base na inexistência de culpa dos agentes médicos envolvidos, pois nessas hipóteses incide a responsabilização objetiva”, afirmou o ministro ao apontar o nexo entre o dano sofrido pela paciente e os serviços prestados pelas instituições de saúde.
De acordo com a decisão do ministro Buzzi, como faziam parte da mesma cadeia de prestação de serviços, o instituto oftalmológico e o hospital arcarão de forma solidária com a indenização estabelecida pela turma.
RL

Esta notícia refere-se ao (s) processo (s): REsp 1511072