segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Justiça ouve cinco vítimas de médico acusado de mutilar pacientes no AM

30/11/2016 01h25 - Atualizado em 30/11/2016 01h25


Outras três pessoas devem ser ouvidas ainda nesta semana, diz TJAM.
Clínico foi liberado após pedido das vítimas.

Do G1 AM
Médico Carlos Jorge Cury Mansilla (Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)Médico Carlos Jorge Cury Mansilla
(Foto: Reprodução/ Câmara dos Deputados)
Cinco das oito vítimas do clínico geral Carlos Jorge Cury Mansilla de 58 anos, que responde a processos por lesão corporal grave dolosa e estelionato, foram ouvidas nesta terça-feira (29). Outras três pessoas devem ser ouvidas ainda nesta semana na 11ª Vara Criminal, assim como testemunhas de acusação e defesa, além do acusado. O médico é apontado como falso cirurgião plástico e teria mutilado dezenas de pacientes.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) informou que os processos foram reunidos por terem as mesmas características e o mesmo denunciado.
A promotora de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Lucíola Honório de Valois Coelho diz que o clínico foi liberado após um pedido das vítimas.
"O acusado compareceu, mas como as vítimas pediram que ele não ficasse no local, ele foi liberado e vai ser ouvido após a oitiva das vítimas e testemunhas", afirmou em nota.
A promotora ressalta que o MP trabalha para enquadrar Mansilla nos crimes de estelionato e lesão corporal grave. Os processos foram reunidos em um bloco e caso o clínico seja condenado, a pena por uma vítima será a mesma para os demais processos.
"Ele vai ser julgado por cada um dos crimes. Uma vez comprovado que ele os cometeu, será aplicada a continuidade delitiva, ou seja, a pena por um crime será a mesma pelos demais", disse.
Os processos contra Mansilla apuraram casos diferentes. Os mais comuns são de cirurgias plásticas como lipoescultura, mamoplastia, abdominoplastia e cirurgia no nariz. Segundo o MP, são 16 vítimas lesionadas e uma vítima fatal.
Ainda há processos em outras varas criminais que devem ser redistribuídos para a 11ª Vara Criminal, pois os inquéritos estão nas delegacias ou com o Ministério Público. No caso da vítima fatal, o processo poderá ser enviado a uma Vara do Tribunal do Júri.
O caso
Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.
Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano. Na ocasião, a defesa do médico disse que o corpo das vítimas reagiu de forma adversa às cirurgias, mas que não é culpa do médico.

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