segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Especialista recomenda mudança nos regimes de mutirões de cirurgia de catarata

Especialista recomenda 

mudança nos regimes de 

mutirões de cirurgia de catarata

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Dr. Celso Afonso GonçalvesDr. Celso Afonso GonçalvesDivulgação/ E5+ Comunicação
Segundo oftalmologista especialista em catarata, retina e vítreo, Celso Afonso Gonçalves, as intercorrências podem ser evitadas ampliando a rotina deste procedimento
Há poucos dias, um novo caso de contaminação por bactéria em mutirão de cirurgia de catarata causou vítimas e chamou a atenção para os riscos deste tipo de ação, já que a cirurgia é considerada simples. As graves intercorrências deste novo episódio, que levaram alguns pacientes à cegueira, colocam em cheque este regime cirúrgico.

O oftalmologista especialista em catarata, retina e vítreo, Dr. Celso Afonso Gonçalves, responsável por mais 25 mil cirurgias de catarata, explica que os mutirões foram criados para reduzir a espera no sistema público de saúde, mas tornaram-se rotina em muitas cidades do País.

Para o ele, o novo episódio de contaminação em mutirões deve servir de alerta às autoridades. “A cirurgia de catarata é eletiva e a mais realizada no mundo no corpo humano. É um dever do poder público manter a rotina desses procedimentos com constância, para evitar o acúmulo de filas”, sugere o sócio-diretor da Unilaser Unidade Oftalmológica de Santos.

E acrescenta: "nos rincões do Brasil, os mutirões podem ainda ser uma solução, mas devidamente organizados e fiscalizados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, CRMs, CFM e instituições de ensino regionais. Agora em grandes centros, como São Bernardo, parece haver um problema de gestão pública associado".

O médico acrescenta que os mutirões apresentam uma sequência ilógica, pois nem sempre o oftalmologista que indica o procedimento realiza a cirurgia. “Nestes casos, não existe a relação médico/paciente. Fundamental para o processo. A escolha do cirurgião deve ter empatia”, diz.

O especialista também afirma o Brasil tem hoje especialistas de nível internacional, altamente capacitados, sendo referências mundiais, mas que o paciente deve tomar alguns cuidados ao escolher o médico e o local da operação.

“Consulte informações sobre a sua capacitação, converse com outros pacientes já operados pelo profissional. Depois, visite o centro cirúrgico e verifique as condições de salubridade, higiene e se há humanização no atendimento. E siga as orientações pré e pós operatórias”, recomenda Gonçalves.

Tecnologia
A cirurgia, que consiste em trocar o cristalino (lente natural do olho) por uma lente artificial, é indicada quando a redução da visão, ocasionada pela catarata, compromete a qualidade de vida do paciente ou até oferece riscos, tanto para a saúde ocular como para acidentes domésticos.

Nos últimos anos, a cirurgia de catarata evoluiu muito, com facoemulsificadores mais eficientes, associação do fentossecond, lentes intraoculares multifocais e tóricas. Porém, todo esse modernismo isolado, não é suficiente para garantir o sucesso do procedimento.

“O local onde ele é realizado deve ser adequado, em geral no regime de hospital dia, e não em salas isoladas ou clínicas impróprias para tal. A humanização e atenção de toda a equipe, desde faxineira, copeira, recepção, equipe de enfermagem, médico anestesista e principalmente ao médico cirurgião”, salienta o especialista da Unilaser.

Catarata
A catarata é uma das principais causas de cegueira reversível no Brasil. No país, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima o surgimento de cerca de 550 mil novos casos da doença todos os anos. A principal forma de catarata é a chamada de senil por atingir faixas etárias acima de 60 anos. No mundo, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que cerca de 160 milhões de pessoas apresentam catarata, responsável por 47,8% dos casos de perda de visão.

Os sintomas mais frequentes são visão turva, opaca ou nebulosa, sensibilidade à claridade excessiva, dificuldade de enxergar à noite e para distinguir objetos. A catarata tem uma evolução lenta e progressiva e, em muitos casos, passa despercebida. Já a exposição ao sol e aos raios ultravioletas, cada dia mais agressivos, é outro fator que tem feito com que a catarata tenha aparecido mais precocemente nas pessoas. “Os pacientes têm tido mais catarata e temos operado mais cedo também”, revela.

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