terça-feira, 8 de dezembro de 2015

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POSSÍVEL OMISSÃO

Polícia Civil investiga morte de paciente à espera de atendimento em UPA de Curitiba

Maria da Luz das Chagas dos Santos, de 38 anos, teria esperado atendimento por cerca de quatro horas em unidade do Fazendinha

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A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Maria da Luz das Chagas dos Santos, de 38 anos, que teria esperado atendimento por cerca de quatro horas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Fazendinha, em Curitiba. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que intimou a família da paciente e solicitou à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) uma lista dos funcionários que trabalhavam no estabelecimento no momento da ocorrência.
O delegado Francisco Caricati informa que duas testemunhas já foram ouvidas. Segundo ele, o caso está sendo tratado como omissão de socorro e a pena prevista em lei é de um a seis meses de detenção. “As equipes da UPA e uma equipe do Samu, que estaria por perto, estão sendo investigadas”, afirma. O delegado terá que esperar o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que deve ficar pronto em 30 dias, para encerrar o inquérito. O documento irá apontar a causa da morte de Maria da Luz. “Queremos ouvir o máximo de testemunhas possível para apurar o caso da melhor maneira possível”, completa Caricati.
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A paciente morreu na noite da última terça-feira (23) após esperar por atendimento. De acordo com a família, Maria da Luz das Chagas dos Santos chegou à unidade por volta das 19 horas, sentindo fortes dores na cabeça e no peito, e morreu por volta das 23 horas. O corpo de Maria da Luz foi sepultado na manhã desta quinta-feira (25) no Cemitério Vertical, em Curitiba.

Secretaria instaura comissão

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que irá investigar o ocorrido através de procedimento administrativo, e instituiu nesta quinta-feira uma comissão para conduzir as investigações. Fazem parte da comissão representantes de diferentes categorias profissionais e de serviços de saúde. Serão verificados documentos, imagens e áudios com o intuito de esclarecer o episódio e verificar se houve qualquer tipo de erro de conduta ou negligência no atendimento. Em um segundo momento, profissionais da equipe de saúde que atenderam a paciente e familiares que a acompanhavam serão chamados para serem ouvidos e prestarem esclarecimentos. O prazo para apresentação das conclusões é até dia 23 de julho.
Em nota à imprensa, a SMS informou também que já entrou em contato o Conselho Regional de Medicina (CRM) e com o Ministério Público (MP) para relatar o caso. Além disso, todas as informações solicitadas pela Polícia Civil a respeito do atendimento prestado à paciente devem ser encaminhadas ainda nesta quinta-feira.

O caso

Pelas informações do Paraná TV 2ª Edicão, segundo o boletim de ocorrência registrado pelo marido de Maria da Luz, ao perguntar sobre quando seria atendida, a mulher foi maltratada pelos funcionários da unidade. Para aliviar as dores crescentes de Maria, os dois foram até a farmácia em frente a UPA comprar remédios.
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Na calçada da farmácia a mulher passou mal e caiu no chão, o que fez o marido voltar à unidade para pedir socorro. De acordo com a testemunha Cristiane Nunes Ferreira, o homem pediu ajuda para mais de 3 pessoas do posto, que afirmaram não poderem sair do local para atender a enferma. Ele então foi orientado a buscar ajuda com os Bombeiros ou com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Nenhum dos dois serviços se deslocou até o local, sob alegação de, por ser em frente a uma unidade de saúde, não haver necessidade de enviar uma viatura.
Os funcionários da farmácia ainda ajudaram o marido a levar Maria até a UPA utilizando uma cadeira de rodas, mas ela não resistiu.
*Colaborou Cecília Tümler
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    • Marcio Antonio 25/06/2015 11:44:37
      somente quem precisou do atendimento urgente sabe o que a família passou, espero que a policia cumpra seu papel, prenda médicos, atendentes, enfermeiros, o responsável pela UPA, pois quem vai lá sabe como eles tratam as pessoas, como animal.
    • Marcio Antonio 25/06/2015 12:49:29
      o atendimento sempre é péssimo. se o atendente, a enfermeira, medica, estão insatisfeito no local que trabalham, peçam para sair, se demitam e e deixem gente com interesse em salvar vidas, não precisa lamber o paciente, mais tem que ser mais humano, e não frio, eu já busquei atendimento nestas UPAS e sei do que estou falando.
    • Patricia 25/06/2015 14:14:28
      Dizer somente que é caso de negligência é pouco! Isso é falta de HUMANIDADE! Como pode alguém ver outra pessoa passando mal e não prestar ajuda?!?
    • Iara Regina Teixeira 25/06/2015 14:00:48
      "Na calçada da farmácia a mulher passou mal e caiu no chão, o que fez o marido voltar à unidade para pedir socorro. De acordo com a testemunha Cristiane Nunes Ferreira, o homem pediu ajuda para mais de 3 pessoas do posto, que afirmaram não poderem sair do local para atender a enferma. Ele então foi orientado a buscar ajuda com os Bombeiros ou com o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Nenhum dos dois serviços se deslocou até o local, sob alegação de, por ser em frente a uma unidade de saúde, não haver necessidade de enviar uma viatura." Só pela resposta do SAMU dá pra ver que o pessoal da UPA foi negligente, pra dizer o mínimo.
    • Mauro Prado 25/06/2015 13:09:10
      Os atendentes são sempre estúpidos com os "pacientes", a grosseria come solta, dá impressão que não estamos pagando nada pelo atendimento, que muitas vezes esta saindo mais caro que um particular.
    • MAYCON CORREA 26/06/2015 11:56:04
      Que fechem essa porcaria mesmo! Quem sabe assim os necessitados tenham melhor atendimento em outro lugar! Eu lamento muito a existência destes lugar! É simples (se alguém tiver interesse) constatar o péssimo atendimento do local, é só fazer uma pesquisa de satisfação na saída dos pacientes! (mas tenha pacienciense mesmo, pois eles demoram a sair (caso sejam atendidos), pois muitos desistem devido a longa demora! Entrevistem os farmacêuticos da frente, quantos casos de clientes que até então era pacientes e desistem da espera e trocam o atendimento por um analgésico do outro lado da rua.
    • Walter Bergasse 26/06/2015 08:52:31
      Como estão os postos de saúde de Curitiba? Têm condições mínimas para atender a população? Ou se transformaram num retrato da gestão Fruet, que fala, fala, fala, zzzzz... Sobrou algum dinheiro, ou a prefeitura gastou tudo na Copa? É esse o legado? A situação financeira de Curitiba é tão ruim que nem o décimo terceiro integral será pago pelo atual prefeito... E dizer que a Secretaria da Saúde vai instaurar uma sindicância, é pura bobagem, depois que a vítima faleceu, nada a trará de volta... Que a polícia e a justiça coloquem os responsáveis atrás das grades. Lamentável!
    • Iara Regina Teixeira 26/06/2015 08:25:56
      Opa, Sr José, a culpa é dos médicos e dos atendentes também. Se eles tivessem uma atitude mais profissional, mas humana, era bem possível que a vítima ainda estivesse viva. E tem mais é que botar a boca no trombone, só com a imprensa divulgando, e os cidadãos (eleitores) se revoltando, exigindo respostas, há uma chance de o governo se ver na obrigação de tomar uma providência.
    • JOSÉDE PAULA 25/06/2015 17:14:22
      ACHO QUE NADA VAI DEVOLVER A VIDA DESTA MÃE QUE MORREU POR FALTA DE ATENDIMENTO.A POLICIA NÃO VAI TRAZER A VIDA DELA DE NOVO.ENTÃO VAMOS FALAR DO CASO SEM SENSACIONALISMO BARATO PRA TIRAR DOS POLITICOS ESTA FALTA GRAVE.,QUE A SAUDE PUBLICA . NÃO ADIANTA CULPAR MEDICOS ,FUNCIONARIOS ,PREFEITO . A CULPA ESTA NO SISTEMA POLITICO CRIADO ,ONDE OS IMPOSTOS NÃO REVERTEM PARA O CAMINHO CERTO. PRECISAMOS DE MUITA GRANA E APARELHAMENTO DOS HOSPPITAIS ,POSTO DE SAUDE, E AMBULATORIOS PARA FAZEREM EXAMES PREVENTIVOS.TA TUDO PARADO , SEM INVESTIMENTOS ,ONDE O POVO ESTA SEM PROTEÇÃO DO ESTADO PARA FAZER UM TRATAMENTO.UM EXAME DE RAIO X LEVA ANOS PARA LIBERAR ,EXAMES DE LABORATOSIOS TINHA QUE SER NA HORA ,
    • Jânio 25/06/2015 16:48:53
      Imaginem a situação: Médico não tava no local, bateu o ponto e se mandou, duas enfermeiras mal-humoradas achando que estão fazendo um favor para as 30 pessoas na fila. Um guarda municipal para sentar a borracha nos exaltados. Uma mulher morta na porta do Atendimento. Retrato da Saúde neste país.


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