quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Repórter Renata Cristiane

NEGLIGÊNCIA? Paciente de Arraial do Cabo morre após exame em clinica particular de Cabo Frio
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Por: Da Redação em 18/05/2015
Um exame, até então, de rotina, em uma clínica de Cabo Frio, terminou com a morte de uma mulher de 46 anos e a destruição de uma família inteira de Arraial do Cabo. Na manhã do último dia 12, Maria Aparecida Domingues de Oliveira Carolina deu entrada na Clinerp para fazer um procedimento chamado video histeroscopia. O procedimento, considerado simples e comumente feito em mulheres dessa faixa etária, serve para a visualização do útero por dentro, a chamada cavidade endometrial, ou seja, a visualização da cavidade uterina através de endoscopia. Logo após o exame, Maria Aparecida foi transferida para um quarto da clínica - acompanhada o tempo todo pelo marido, Carlos Soares da Silva. E a partir daí foi um verdadeiro filme de terror o que aconteceu.


Carlos explica que ao entrar no quarto, Maria Aparecida já demonstrava comportamento estranho. Salivava excessivamente e tossia muito, além de estar sonolenta, mas a família foi avisada que ainda era efeito da anestesia e que em pouco tempo ela voltaria ao normal. Sem conseguir andar, a paciente foi colocada em uma cadeira de rodas e liberada pela clínica para ir para casa, mesmo estando naquele estado. Já em Arraial do Cabo, as horas que se seguiram foram de verdadeiro horror: a sonolência deu lugar a vômitos e desmaio. A família levou Maria Aparecida para a emergência do hospital geral de Arraial do Cabo mas, segundo os médicos de lá, não havia mais nada a fazer e ela faleceu por volta das 23h45, cerca de 15 horas depois de ter sido submetida ao procedimento na clínica cabo-friense.

A família, revoltada, vai entrar com um processo contra a clínica por negligência. Na visão da advogada da família, Maria de Lourdes da Silva, a clínica "jamais poderia ter sido liberada do jeito que ela estava, passando mal, era visível. Uma mulher de 46 anos, saudável, não fumava nem bebia e praticava atividade física. Alguma coisa deu errado e a clínica não se responsabiliza?", disse a advogada.


O marido, que ficou o tempo todo ao lado da mulher, viu de perto todo o sofrimento, sem poder fazer nada. Ele ressalta que só viu a equipe médica antes da esposa passar pelo procedimento, quando se apresentaram e explicaram como seria o exame. "Depois do exame, quando ela já estava passando mal, chamei pelos médicos, mas apenas uma enfermeira vinha olhar minha esposa. Nenhum médico veio aqui depois do exame, em momento nenhum", indignou-se Carlos. Muito emocionado, ele afirma que a família está destruída. Os dois filhos - na faixa dos vinte e poucos anos - estão transtornados com a situação. A família está aos pedaços.


Mas o sofrimento da família continua. O prontuário médico ainda não havia sido liberado (o que deve acontecer esta semana) e até uma ocorrência já foi feita na delegacia, em função da morte de Maria Aparecida. 


A reportagem do Portal RC24h esteve na Clinerp (que fica no centro de Cabo Frio), na tarde da última sexta-feira (15), para buscar uma resposta ao sofrimento da família. Quem poderia falar seria uma funcionária de nome Carla, da administração da clínica, mas foi avisado que ela estaria em reunião e não poderia conversar sobre o assunto, o que ocorreria esta semana.


Enquanto isso não acontece, a família clama por justiça. Nesta terça-feira (19), o viúvo vai prestar depoimento na 132 DP, delegacia de Arraial do Cabo, que está investigando o caso. Para os parentes de Maria, ficou claro a negligência de uma paciente que possui um plano de saúde de alto custo financeiro: "Fico pensando se ela foi a única. Será que outras pessoas passaram por isso? Pode ter outras mulheres passando pelo mesmo perigo que a minha esposa passou. Mas ela infelizmente não está mais aqui. Nossa família está destruída...", disse, chorando, o marido da vítima.


Portal RC24h esperou até essa manhã de segunda-feira (18) direção da clínica Clinerp para saber sobre o que teria acontecido com Maria Aparecida e porque ela foi liberada no estado em que estava, mas a direção não se posicionou até o presente momento.
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Repórter Renata Cristiane 
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