sexta-feira, 4 de dezembro de 2015


04/07/2013 19h19

RJ: médica fica no celular antes de parto e bebê morre
Gustavo Ribeiro

Após aguardar nove meses a chegada de seu bebê, com exames que indicavam uma gestação sem riscos, a professora Renata Siqueira Guedes, de 29 anos, recebeu a criança morta em uma caixa de papelão. Segundo familiares, a médica Maria de Fátima Nolasco teria feito pouco caso da paciente e esperado mais de quatro horas para dar início à cirurgia cesariana. O caso ocorreu no sábado, 29 de junho, no Hospital Municipal Victor de Souza Breves, em Mangaratiba, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Avó recebeu a neta sem vida dentro de uma caixa de papelão. Foto: Arquivo Pessoal
Renata deu entrada no hospital às 15h.  Fátima Siqueira Lopes Guedes disse ao SRZD que a filha chegou ao local sangrando e, mediante a baixa dilatação apresentada para realizar o parto normal, implorou várias vezes para que a médica realizasse a cesariana. Sem sucesso.
"Ela ficou no hospital tendo as contrações, mas só dilatou até 7 cm, perdeu as forças e pediu insistentemente para que a médica fizesse a cesárea, o que só foi feito quatro ou cinco horas depois".
A mãe da gestante contou que chegou a tentar por duas vezes convencer a médica a realizar a cirurgia, mas a obstetra teria dito que o procedimento "era assim mesmo". "A médica ficou falando durante uns 40 minutos no celular e fazendo pouco da minha filha, mandando ela ficar calada. Fez exame de toque umas duas ou três vezes, saía 'bife' e ela jogava no chão na frente da Renata, que via tudo. Sem contar que ela fez minha filha passar de uma maca para outras pelo menos quatro vezes".
O suposto tratamento ríspido dado à paciente e a forma usada para noticiar o óbito foram o que mais revoltou a família. Ao SRZD, o pai de Renata, Mauro Guedes, afirmou que a filha ouviu insultos da médica.
Segundo Fátima, a filha ouviu a médica dizer em alto e bom tom: "Olha a merda. Antes tivesse feito o que esta menina pediu". Neste momento, ela retirou a criança e pediu um saco plástico para colocar a menina dentro. Depois, chamou a minha mulher para comunicar que o neném tinha falecido sem o mínimo de sensibilidade e respeito humano para dar tal notícia", relatou o pai da grávida.
Família tem dúvida sobre momento da morte
De acordo com a mãe de Renata, o atestado de óbito da criança aponta "parada cardiorrespiratória" como a causa da morte. Mas, ainda segundo ela, a médica responsável pelo parto e a chefe de enfermagem do hospital teriam informado que a criança nasceu morta. "Tivemos até problema para registrar o óbito, porque, se ele dizia que houve parada cardiorrespiratória, é porque a criança nasceu com vida. Então ainda íamos ter que registrar o nascimento", destacou a avó.
Médica pode responder criminalmente 
A secretaria de Saúde da Prefeitura de Mangaratiba afirmou ao SRZD que uma sindicância foi aberta para apurar os fatos e que "todo o procedimento à paciente foi realizado pela equipe médica com responsabilidade da Dra. Maria de Fátima Nolasco e a equipe de enfermagem".
A secretaria salientou que, "se comprovada em sindicância alguma irregularidade como imprudência, negligência ou imperícia, a médica responderá civilmente ou criminalmente por seus atos". A pasta informou ainda que Maria de Fátima Nolasco não faz mais parte do quadro de funcionários da Saúde de Mangaratiba.
O setor explicou que o coração do bebê estava batendo quando Renata Guedes chegou ao hospital e que o quadro evoluía regularmente para o trabalho de parto normal. No entanto, segundo o órgão, houve parada na evolução do parto, quando foi indicada a realização do parto cesariana.
"Em seguida, durante a cirurgia cesariana evidenciou-se a rotura uterina (quando há o rompimento espontâneo do útero) da paciente e, quando o feto foi retirado, já estava em óbito", acrescenta a nota.
O prefeito Evandro Capixaba e seu vice, Dr. Ruy, lamentaram o ocorrido e se colocaram à disposição para o que for conveniente do setor públicoo. Um psicólogo e um veículo foram colocados à disposição de Renata para a realização dos exames pós-operatórios.
Nossa equipe não conseguiu localizar Maria de Fátima Nolasco até a publicação desta reportagem para responder às acusações.
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Comentários
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    28/03/2014 11:52:28Rosane CruzAnônimo
    Realmente, a Doutora Maria de Fátima Nolasco, na época que me consultei com ela, era uma pessoa explosiva, desbocada,grossa.Foi a primeira e última consulta com ela.Vi coisas no consultório dela em Padre Miguel, que qualquer pessoa normal se sentiria mal. Por isso nunca mais voltei e achei que era totalmente incapaz de exercer tal profissão.Jamais recomendaria a ninguém!!!!
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    23/07/2013 12:04:48Camila SindeleAnônimo
    Estive este ano no consultório dela e percebi seu temperamento explosivo. Na verdade nem me senti a vontade já que era minha primeira consulta. Na hora pensei: "Se eu for ter um filho c/ela, se eu disser durante a gestação, ou na hora do parto que tenho algo, é bem capaz dela dizer que estou com frescura." E outro, ela me perguntou aonde tive meu primeiro filho, disse q havia nascido na Perinatal, ela me disse que era uma palhaçada ter filho lá. Que ela só realiza parto no Panamericano e no Pasteur que são perto da casa dela. Ou seja, estou grávida e tenho q em trabalho de parto me deslocar pra pra um hospital próximo a casa dela, e não da minha?! Achei um absurdo a sua arrogância! Eu, meu filho e minha família fomos muito bem tratados na Perinatal, e muitos conhecem a boa conduta de lá. Ã? uma pena meu atual plano não cobrir mais atendimento na Perinatal. Após essa atitude, com certeza não me senti segura e, resolvi procurar outro médico.
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    12/07/2013 21:01:05mirian maria amncioAnônimo
    Eu a conheço a muitos anos...acredito que foi uma fatalidade...ela trouxe a vida meus sobrinhos...já foi minha médica por muitos anos..{só nao continuei porque nao aceita meu plano de sau´de}Apenar do temperamento explosivo,não acredito que ela tenha deixado isso acontecer de proposito...ela em tantos anos de profissão,é triste mais pode acontecer com qualquer profissional.Peesoas doente do coração,corre risco de morrer na mão de um cardiologista.....gestante morrer ou perder um filho com um obstreta....nunca vi ninguem morrer com oftalmologista....morrer com um dentista....sei que é muito facil falar quando está fora do ploblema....mais vamos analizar melhor antes de coloca la na cruz....
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    12/07/2013 08:34:30Ana ClaudiaAnônimo
    Realmente é uma fatalidade, peço a Deus que esteje confortando os familiares, imagino a dor da perda. Tenho 2 filhos e sou paciente da dra Fatima a mais de 20 anos , eu acho que realmente tem ser apurado. Mais tem ser visto os dois lados ate agora só estamos ouvindo o lado da vitima. A dra tem um jeito meio explosivo, mais nunca deixou de ser uma excelente PROFISSIONAL , ela ja salvou é claro abaixo de Deus, a vida da minha cunhada e sempre vou agradecer ela por isso e outra coisa não cobrou nada e foi no seu consultorio, não foi em hospital publico.(ELA Ã? HUMANA).
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    04/07/2013 20:44:10Amigo da OnçaAnônimo
    Oh! Corporativismo do c@r@lho, e ainda fazem passeatas elitista, para não se contratarem médicos estrangeiros para trabalharem no interior do Brasil.

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