sábado, 26 de setembro de 2015


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dr. Roger é também investigado por prática médica ilegal

Roger Abdelmassih, 65, o mais conhecido especialista em reprodução humana assistida do país, está sendo investigado pelo CRM (Conselho Regional de Medicinal) por ilegalidades como inseminação com a escolha do sexo do bebê e troca de óvulos entre suas pacientes, inclusive com o desconhecimento delas.
A informação é do presidente do CRM-SP, Henrique Carlos Gonçalves. Ao portal UOL, ele falou que, embora existam recursos tecnológicos para essas práticas, elas são proibidas e ferem a ética médica.
Gonçalves falou que, por essas ilegalidades, existem “vários processos” contra o médico, mas nada adiantou sobre o andamento deles e quando foram abertos. Abdelmassih, em entrevistas dadas nos últimos anos, falava que suas pacientes poderiam escolher o sexo de seu bebê.
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O portal ouviu uma mulher que tomou conhecimento de uma dessas entrevistas e se tornou paciente do médico. “Ele [o dr. Abdelmassih] disse que me daria um filho homem”, falou ela, que se manteve no anonimato. “Falou que seria um caso muito rápido.” Ela já tinha então três filhas.
Essa paciente tratou-se com o médico por dois anos, gastou cerca de R$ 120 mil e não conseguiu engravidar-se.
Ela disse que questionou Abdelmassih sobre a demora do tratamento sem que houvesse resultado. Abdelmassih teria dito que ela tinha uma “lesão grave” no útero, o que não foi confirmado por médicos de outras clínicas.
Dois anos após o tratamento, ela engravidou-se naturalmente – teve mais uma filha.
A paciente disse que sofreu assédio sexual do médico. “Ele tentou me agarrar duas vezes e me beijar na boca. Na segunda vez, chegou a encostar o bigode em mim. Aí eu o empurrei e falei que ia gritar.”
Já passa de 40 o número de mulheres que acusam formalmente -- em depoimentos na Delegacia da Mulher -- o médico de abuso sexual. Duas delas, a empresária Ivanilde Vieira Serebrenic, 43, e a fotógrafa Monika Bartkevitch, 43, saíram do anonimato para tornar públicas suas denúncias. Ivanilde, por exemplo, contou que, ao acordar de uma sedação na clínica do médico, viu que Abdelmassih tinha colocado o pênis dele na mão dela.
Por intermédio do advogado Adriano Salles Vanni, o médico nega todas as acusações.
A previsão do promotor de justiça José Reinaldo Carneiro, do Ministério Público do Estado de São Paulo, é que o inquérito policial termine em fevereiro, quando o Ministério Público do Estado de São Paulo deverá denunciar (acusar) o médico à Justiça.
Antes disso, o CRM, que tem sido criticado por ex-pacientes de estar sendo conivente com os supostos crimes do médico por causa da demora da apuração de denúncias, deverá cassar a licença de médico de Abdelmassih.
Desde que as denuncias obtiveram repercussão com a notícia publicada pela Folha de que o médico está sob investigação da polícia e do MP, a clínica de Abdelmassih não tem sido procurada por novas pacientes.
imageO médico fez fama por ter dado atendimento a famosos (e as suas companheiras), como Roberto Carlos, Pelé, Gugu, Tom Cavalcante, Carlos Alberto da Nóbrega.
Ele trouxe ao Brasil no ano passado a inglesa Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo que então estava completando 30 anos. Em um restaurante de São Paulo, o médico promoveu um encontro com “400 amigos e ex-pacientes”, conforme noticiou na época a Caras (foto acima).
Caso Abdelmassih.
Brasil ainda não tem legislação para o bebê de proveta. (fevereiro de 2009)

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