terça-feira, 22 de setembro de 2015

Caso Quadrilha da Degola: réu reafirma em interrogatório que foi pressionado por Flores

Publicado por Associação do Ministério Público de Minas Gerais (extraído pelo JusBrasil) - 4 anos atrás
O primeiro dos cinco réus presos por envolvimento nos assassinatos de dois empresários no Bairro Sion, foi interrogado nesta quinta-feira (23) no Fórum de Belo Horizonte. A audiência começou ainda pela manhã com a oitiva de mais quatro testemunhas de defesa, duas de Frederico Flores e duas de André Luis Bartolomeu.
Durante o depoimento das testemunhas de defesa, todos os acusados presos estiveram presentes. Terminado o depoimento das testemunhas, a defesa de Frederico Flores ajuizou um pedido de incidente de sanidade mental. Com isso, o processo em relação ao réu fica suspenso. Ainda resta uma testemunha a ser ouvida em defesa de Frederico. O seu interrogatório só será realizado após o julgamento do incidente e da oitiva dessa testemunha.
Após o pedido de incidente de sanidade ser acolhido pelo Ministério Público e pela juíza do caso, a principal expectativa do dia passou a ser entorno do interrogatório do primeiro réu. Em depoimento que durou cerca de seis horas, o norte-americano Adrian Gabriel Gricorcea confirmou parcialmente suas declarações feitas à polícia e disse que, na ocasião, estava sob muita pressão. O réu disse que, além de não falar o português fluentemente, sofreu pressão de Frederico, foi influenciado pelos depoimentos dos outros acusados contra ele e estava sem alimentação havia 48 horas.
O norte-americano relatou toda a sua versão, também colhida na fase policial: o motivo que o trouxe ao Brasil, como conheceu Frederico Flores e os outros acusados, e todo o desenrolar dos fatos que culminaram na morte dos empresários, bem como os episódios que se deram posteriormente à ocorrência do crime.
Segundo Adrian Gricorcea, todo o seu envolvimento no crime foi resultado de pressões e constrangimentos impostos por Frederico, que, mesmo depois de preso, continuou ameaçando o norte-americano. O réu também afirmou que recebeu outras ameaças na cadeia de um suposto policial federal que conhecia a família de uma das vítimas. Relatou que o crime foi executado por Frederico e pelos dois policiais e que nenhum deles demonstrou arrependimento nos momentos seguintes.
Ainda segundo o depoente, sua participação no episódio se limitou a levar seu genro, o empresário Rayder Rodrigues, até o apartamento do Bairro Sion, limpar o local do crime e tentar fazer o depósito dos cheques assinados pela vítima.
A resolução de relatar todos os fatos à polícia se deu, de acordo com o réu, depois que um sócio da vítima foi até a casa do norte-americano indagá-lo sobre seu paradeiro. Tomando conhecimento dos fatos, o sócio da vítima sugeriu que Adrian fizesse a denúncia.
Adrian Gabriel Gricorcea, além de outras sete pessoas, foram denunciadas pelo Ministério Público por homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. (O Tempo)

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