Santa Casa da capital recusa criança com anomalia congênita
Jessé Ramos, cujo filho nasceu na sexta-feira em Ponta Porã com anomalia congênita, tenta desde sábado obter uma vaga na Santa Casa de Campo Grande para realizar a cirurgia.
A criança, que está com o crânio aberto, com o cérebro exposto, precisa de uma cirurgia imediatamente. O menino está internado desde sábado no HM (Hospital da Mulher) em Dourados sob cuidados.
Porém, o hospital não tem profissional para fazer a cirurgia, já que é um caso raro, segundo a chefe de enfermagem do HM, Grace Chedid. Esta é uma cirurgia que deve ser feita por um neurocirurgião pediátrico, profissional que a Santa Casa tem.
Grace explicou que mesmo sabendo que o HM não poderia realizar a cirurgia, aceitou receber a criança, que chegou sábado às 13h, porque em Dourados ela tem como receber melhores cuidados que em Ponta Porã, até que seja transferida para a cirurgia.
Jessé disse ao Diário MS que está desesperado por não conseguir o atendimento. Ele disse que a criança está bem, mas que foi orientado pelo médico, Dr. Falcão, a buscar a transferência para a Santa Casa o mais rápido possível para evitar complicações. A enfermeira Grace confirmou que a cirurgia requer urgência.
Jessé diz que a Santa Casa não quer receber a criança, alegando falta de vagas. Nesta terça-feira, o Diário MS conversou com um atendente da central de vagas do Estado em Campo Grande. Ele disse que a central apenas faz o encaminhamento, mas se não houver vagas o hospital recusa e não há o que fazer.
O Diário MS também tentou falar na central de consultas da Santa Casa. A atendente transferiu a ligação para a central de consultas do hospital, mas ninguém atendeu ao telefone. A Santa Casa tem enfrentado sérios problemas de atendimento há vários meses. De acordo com informações de fontes do setor da saúde, é comum o hospital recusar pacientes do interior, alegando falta de vagas.
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