sábado, 29 de agosto de 2015


Sem atendimento médico, mulher morre em frente a UPA em Curitiba
Como ninguém apareceu para medicá-la, o marido decidiu levá-la até uma farmácia para tomar um remédio. No caminho, o estado dela se agravou.
24/06/2015 21h05 - Atualizado em 24/06/2015 21h11
De Curitiba, chega a notícia da morte de uma brasileira que precisava de atendimento médico, mas não teve.
A UPA, Unidade de Pronto Atendimento, mostrada no vídeo acima, fica num dos maiores bairros de Curitiba. Na madrugada desta quarta-feira (24), imagens gravadas por um celular mostram o desespero para socorrer uma mulher em frente a UPA. Passando muito mal, ela teve que ser colocada numa cadeira de rodas e depois levada até a unidade. Maria da Luz, de 39 anos, morreu logo em seguida. Esse foi o desfecho de uma história que, segundo testemunhas, começou horas antes.
A família de Maria da Luz diz que ela chegou a Unidade de Pronto Atendimento junto com o marido. A mulher se queixava de fortes dores no peito, na cabeça e sentia falta de ar. Passou por uma triagem e teria esperado por mais de três horas. Como ninguém apareceu para medicá-la, o marido decidiu levá-la até uma farmácia para tomar um remédio. No caminho, o estado dela se agravou e Maria desmaiou na calçada da farmácia.
A mulher que gravou as imagens no celular conta que o marido correu até a UPA em busca de socorro.
“Ele já correu para cá implorando ajuda. Ele falou com mais de três pessoas dentro do posto e todas as três negaram atendimento, dizendo que era procedimento deles não sair de dentro do posto. Que já que ela tinha saído de dentro do posto, ele que se virasse com ela do outro lado da rua”, conta Cristiane Nunes Pereira, comerciante.
O marido de Maria da Luz registrou boletim de ocorrência e afirmou que pediu ajuda para o motorista de uma ambulância e para funcionários da unidade de saúde. Segundo ele, o motorista "teria se negado a prestar socorro" e um dos médicos teria dito que “não era possível deslocar alguém para prestar auxílio".
“O funcionário público tinha obrigação de socorrer, independentemente da situação da pessoa viver ou não, é obrigação do funcionário público, principalmente da área de saúde”. Destaca Francisco Caricati, delegado.
O secretário de Saúde de Curitiba disse que vai apurar as responsabilidades.
“Eu determinei a abertura de uma sindicância para apurar todos os fatos. Solicitar documentos, imagens, ouvir os profissionais, familiares para que a gente possa apurar com todo o rigor o que aconteceu”, disse Adriano Massuda, secretário municipal de Saúde.
Maria da Luz das Chagas vai ser enterrada nesta quinta (25). Ela deixou quatro filhos.
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