quinta-feira, 29 de março de 2018

Quadrilha desviava remédios de hospitais públicos em SP

Ação de fraudadores gerou um prejuízo aproximado de R$ 40 milhões

Operação Medula. Remédios apreendidos na residência de um dos detidos durante a ação em São Caetano, no ABC Paulista
Ação de fraudadores gerou um prejuízo aproximado de R$ 40 milhões
PUBLICADO EM 18/09/09 - 23h32
SÃO PAULO. Uma ação em conjunto da Polícia Civil e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo investiga 13 distribuidoras que comercializam remédios desviados dos hospitais públicos para 20 Estados, além do Distrito Federal. As investigações fazem parte da operação Medula, deflagrada na manhã de ontem. Nove pessoas - entre aliciadores, distribuidores e receptadores - foram detidas e duas estão foragidas. O desvio gerou um prejuízo de aproximadamente R$ 40 milhões para a Secretaria de Estado da Saúde, desde 2007.
A maioria dos medicamentos desviados, roubados ou furtados dos hospitais públicos era utilizada no tratamento contra o câncer. As distribuidoras comercializavam principalmente o Mabthera e o Glivec. O primeiro custa R$ 5.800 o frasco. O segundo, cerca de R$ 10 mil. Os dois são usados no tratamento de câncer. Foram encontradas 33 ampolas de Mabthera. Poucas distribuidoras têm autorização para vender esse remédio. Ou seja, os hospitais e clínicas que compraram sabiam que estavam obtendo o produto ilegalmente.
A operação reúne várias investigações de diferentes delegacias com suspeitos em comum. A ação foi mapeada na capital e em Santo André, onde foram identificados membros da quadrilha. A Vigilância Sanitária fiscaliza 21 locais - entre hospitais e clínicas - que compraram os remédios no Estado. O medicamento não pode ser vendido em farmácia e deve ser administrado em clínicas e hospitais de infusão.
A polícia informou que a quadrilha agia no hospital Mário Covas, no Instituto do Câncer, no hospital do Servidor Público e em um posto de fornecimento no bairro da Vila Mariana. O medicamento roubado desses hospitais era revendido para 20 Estados e para o Distrito Federal.
A operação - chamada Medula - começou por volta das 6h e visa cumprir dez mandados de prisão, e outros nove de busca e apreensão contra suspeitos. Participaram da operação 64 policiais civis e 50 agentes da Vigilância Sanitária.
Dahir Fernandes Filho, suspeito de chefiar a quadrilha, aliciava funcionários dos hospitais e revendia os medicamentos roubados por meio de três distribuidoras pertencentes aos três filhos - duas mulheres e um homem - do suspeito, presos ontem.
Era uma organização familiar, que contava com a presença do ex-genro do suspeito. A família possui quatro distribuidoras em Santos, Sorocaba e São Paulo. O sócio de um dos seus filhos numa distribuidora foi detido na semana passada com 35 caixas de remédios desviados. Ele foi liberado após o depoimento.
Na manhã de ontem, foram apreendidos ao menos R$ 240 mil em medicamentos na casa de Fernandes Filho em São Caetano do Sul. As ampolas de Mabthera, que precisa ser armazenado corretamente para manter sua eficácia, estavam em uma caixa de isopor, sem refrigeração.
O esquema- Os aliciadores convenciam os funcionários dos hospitais a desviar, roubar ou furtar os medicamentos.
- Depois, os aliciadores revendiam os produtos para as distribuidoras.
- No caso do suposto chefe da quadrilha, os remédios eram comprados ilegalmente e encaminhados para as distribuidoras dos seus filhos e revendidos com notas frias.
Investigações
- Empresas. São investigadas 13 distribuidoras que comercializam remédios desviados dos hospitais públicos para 20 Estados, além do Distrito Federal.
- Destino. A Vigilância Sanitária fiscaliza 21 locais - entre hospitais e clínicas - que compraram os medicamentos no Estado de São Paulo.
- Alvo. A polícia afirmou que a quadrilha agia no hospital Mário Covas, no Instituto do Câncer, no hospital do Servidor Público e em um posto de fornecimento no bairro da Vila Mariana.
Apreensão
Contraceptivo. Cerca de 1.500 cartelas de anticoncepcionais desviadas do sistema público de saúde foram apreendidas, ontem, em Sorocaba (SP), durante a Operação Medula.
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