domingo, 18 de março de 2018

Ginecologista é preso por abusar de pacientes em Goiânia

Ginecologista é preso por abusar de pacientes em Goiânia

Segundo delegada, o médico já tinha sido preso dois anos antes pela mesma prática, mas recorreu da decisão e continuava atendendo em consultório no centro da cidade
Foto: Divulgação / PCGO
Matéria alterada para acréscimo de informação às 16h45
A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), prendeu na manhã desta terça-feira (23/1) o médico ginecologista Joaquim de Souza Lima Neto, de 58 anos, suspeito de abusar sexualmente de pacientes. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 10ª Vara Criminal
Segundo a titular da Deam, delegada Ana Elisa Gomes, o médico já havia sido condenado em 2015 pelo crime de violação sexual mediante fraude. Na época, a defesa recorreu da decisão e ele continuava trabalhando normalmente.
Porém, em dezembro de 2017 ele voltou a abusar de outras três pacientes durante consultas. Segundo relatos das vítimas, ele as submeteu à prática de atos libidinosos enquanto procedia exames ginecológicos de rotina. Em um dos casos, o médico chegou a submeter a vítima à prática de sexo oral.
Inicialmente, a polícia não havia divulgado o nome do médico, o que acabou acontecendo horas após. 
Decisão
A Juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia, decretou a prisão preventiva do médico ginecologista Joaquim de Souza Lima Neto, acusado de abusar sexualmente de duas pacientes.
Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), considerando que o acusado já possui duas condenações por fatos semelhantes, a prisão preventiva tem o objetivo de garantir a ordem pública e evitar a prática de novas infrações penais.
A primeira vítima relatou, perante a titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Goiânia, que o médico lhe recomendou procedimento de cauterização no colo do útero. Disse que, antes do procedimento, o acusado massageou seu órgão genital e lhe fez perguntas sobre sua vida conjugal. Ela contou que ficou constrangida e pediu para que ele realizasse a cauterização. Ao final o médico lhe perguntou se ela não havia gostado da experiência.
Uma semana depois da primeira acusação, outra vítima compareceu à delegacia informando que ao consultar-se com o mesmo médico, ele introduziu objetos em sua vagina e chegou a praticar sexo oral.
A mulher disse que ficou bastante atordoada e com medo diante do que estava acontecendo, não conseguindo esboçar nenhum tipo de reação. Da mesma forma, o médico perguntou se ela havia gostado, porém, a vítima contou que não conseguiu responder às perguntas feitas. Ele ainda lhe disse que não cobraria nada pelo procedimento e pediu para retornar ao consultório em dois meses.
A delegada de polícia pediu a prisão preventiva do médico, sustentando a necessidade de segregação cautelar diante dos fortes indícios a respeito do delito de violação sexual mediante fraude. Ainda, constatou que o acusado possui uma sentença condenatória pelo mesmo crime citado.
“Sobre essa questão, observo que, além da presença de fortes indícios de autoria por parte do acusado, verifico que as condutas supostamente praticadas são concretamente graves, uma vez que o investigado, se valendo de sua profissão e se utilizando de meios fraudulentos e ardilosos, teria praticado atos libidinosos com duas vítimas, que não dispunham, em virtude das características próprias do exame ginecológico relatado, de condições suficientes para expressar livremente a vontade de consentir com os atos sexuais”, afirmou a magistrada.
Dessa forma, Placidina Pires informou que tal circunstância demonstra a periculosidade social do investigado, indicando a necessidade de sua prisão preventiva para garantia da ordem pública. A investigação corre em segredo de justiça. (Com informações do TJ-GO)


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