quarta-feira, 14 de março de 2018

Hospital recusa atendimento e professor acaba morto, diz família

Rapaz, que tinha 26 anos, sofreu um acidente de motocicleta na quinta (6).

Hospital garantiu que o paciente foi atendido dentro da ambulância.

Do G1 PR, com informações da RPCTV Cascavel

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) está investigando a morte de um professor vítima de um acidente em uma estrada rural de Braganey, no oeste do Paraná, ocorrido na quinta-feira (6). Como não há hospital na cidade, Marcos Sasse, de 26 anos, foi levado para o Hospital Santa Simone, em Corbélia, mas o atendimento foi recusado, conforme afirmou o enfermeiro da secretaria de Saúde de Braganey Sebastião Costa Alves. O professor acabou morrendo.
Segundo ele, que acompanhou a vítima na ambulância, o rapaz precisava ser estabilizado, mas o médico, que também é dono do hospital, não avaliou o estado da vítima. “Eles se alteraram bastante, dizendo que eles não tinham nada a ver com pacientes de Braganey, que o paciente de Braganey tem que ser encaminhado para Nova Aurora porque nosso hospital é Nova Aurora. Eu disse: “doutor, eu não posso sair com esse paciente daqui para Nova Aurora porque é um caso de fratura exposta, e fratura exposta é risco de vida para o paciente, pois ele tem que ser operado”. (...) Ele até riu da minha cara dizendo que uma perna quebrada não era risco de vida para o paciente”, explicou.
Depois de ter percorrido 23 km de Braganey até Corbélia, a ambulância seguiu mais 38 km até Nova Aurora, onde fica o hospital de referência de Braganey. Lá, o paciente foi estabilizado, mas pela gravidade dos ferimentos, foi encaminhada a Cascavel, também no oeste do estado. Contudo, antes de chegar à cidade, ele não resistiu aos ferimentos e morreu dentro da ambulância, três horas após o acidente.
O advogado do hospital negou que tenha havido negligência e disse que o paciente foi avaliado dentro da ambulância. Para ele, colocar o rapaz dentro do hospital seria "perda de tempo". “Reduzir fratura, no hospital de Corbélia fraturas expostas, operar o abdômen no hospital de Corbélia, operar o tórax no hospital de Corbélia, talvez uma neurocirurgia no hospital de Corbélia. É inviável. O que ele chama de medicar o paciente? O que ele chama de medicar é atrasar”, argumentou o advogado Jorge Trannin.
A família do rapaz afirmou que quer Justiça. "O básico que eles deveriam fazer, cumprir com o juramento da medicina deles, que é salvar vidas, eles não fizeram. Nesse momento, não importa se era SUS ou se era particular. Eu venderia tudo para salvar a vida do meu irmão", lamentou o irmão da vítima Marcelo Sasse.
A 10ª Regional de Saúde de Cascavel informou na tarde desta segunda-feira (10) que na terça-feira (11) vai se reunir com a equipe da secretaria de Saúde de Braganey para definir como vai ficar o atendimento na cidade. Um levantamento deve ser encaminhado ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina. A regional também afirmou que em casos graves, como a do professor, o hospital credenciado de abrangência deve atender e avaliar imediatamente o paciente, sem recusar.
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COMENTÁRIOS
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  • Razorbac Faria
    HÁ 4 ANOS
    Se o médico de Corbélia fica c/ o paciente - que claramente necessitava de atendimento multidisciplinar - e esse viesse a falecer, era culpa do médico de Corbélia que não encaminhou o paciente a tempo, se o médico de Corbélia encaminhasse - como, de fato, encaminhou - o professor para um centro mais equipado e ele não resistiu, culpa do médico da Corbélia, ou seja, não há saída para o médico de Corbélia; há que se apontar um culpado imediato, que é sempre o médico.
    • Everaldo Stassun
      HÁ 5 ANOS
      EUUU SOUUU BRAZILEIRO COM MUITO ORGULHO COM MUITO AMORRRRRRR BRAZIL PÁ PÁ BRAZILPÁPÁ Ê Ê Ê È BRAZILLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
      • Liliane L.
        HÁ 5 ANOS
        Apenas mais um caso que tá virando rotina! saúde pública vergonha nacional

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