quinta-feira, 22 de maio de 2014

Médico é condenado por esquecer ataduras em abdômen de paciente!


Frase do dia: “Seja a mudança que você deseja ver no mundo.” (Mahatma Gandhi)
É um caso real, atual e deu manchete :Médico é condenado por esquecer ataduras em abdômen de paciente. E,onde a prevenção falha, o erro acontece! O Tribunal de Justiça de Santa Catarina  noticiou hoje, 13/12/2011, a condenação de um médico ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 24.000,00, valor que devidamente atualizado, com honorários de sucumbência, chega a R$ 100.000,00, pelo esquecimento de ataduras no interior do abdômen da paciente ao realizar cirurgia de colecistectomia (retirada da vesícula). (Ação nº. 2010.075078-0). Manchetes como esta são freqüentes e serão cada vez mais freqüentes, especialmente para os serviços e profissionais que insistem em não se adequar ao novo conceito de gestão para área da saúde. Casos como este, ocorrem, já ocorreram ou irão ocorrer nos nossos hospitais, com os nossos médicos e equipes de saúde, tendo nossos familiares, amigos, conhecidos e nós mesmos como vítimas, por absoluta falta de prevenção. Erros como estes, embora compreensíveis, sob a premissa de que todos somos humanos e por isto, passíveis de cometer erros, são inadmissíveis, tendo em vista as diversas ferramentas existentes para o seu controle e prevenção, como por exemplo, check-lists de centros cirúrgico, treinamento e capacitação da equipe para prevenção, procedimento operacional estabelecido para contagem de gases/ataduras, utilização de materiais reagentes, que podem ser detectados por radiografias, dentre tantas outras. No Brasil não temos estatísticas precisas sobre os processos cuja finalidade é o reconhecimento de má-prática profissional (chamado erro médico) por profissionais e instituições de saúde, tendo em vista a inexistência de indexação do objeto das ações de forma padronizada, unificada e interligada no território nacional. Em 2009 o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo do Poder Judiciário para a grande maioria deste tipo de ações, divulgou estatística demonstrando que os processos desta natureza quadruplicaram entre 2002 (120) e 2009 (471), considerando apenas o STJ. Realizando cálculos estatísticos por estimativa com base em dados oficiais relativos ao número total de processos no Brasil pendentes de julgamento em 2009 (69,2 milhões) e o número total de processos pendentes de julgamento no STJ em 2009 (212.446), pode-se afirmar, de forma conservadora, que estão pendentes de julgamento pelo menos 152.240 ações com acusações de má-prática profissional contra profissionais e instituições de saúde. Considerando que há 371.788 (segundo o estudo Demografia Médica no Brasil, publicado pelo CFM em 2011) médicos em atividade no Brasil, pode-se afirmar que mais de 40% do total de profissionais já tem uma ação judicial contra si, com acusação de má-prática profissional. Além do número e risco de ações judiciais, importa refletir sobre as estatísticas relativas aos efeitos econômico-sociais dos chamados erros médicos. O Institute of Medicine, realizou estudo nos EUA, que indica que os erros médicos representam a sexta causa de morte, atrás somente de doenças cardíacas, câncer, derrames e acidentes, sendo que as mortes decorrentes de erros de medicamentos (prescrições e administrações) representam a 4ª causa de mortes naquele país. Além disso, o estudo indicou a estimativa de que cerca de 100 mil pessoas morrem ao ano nos EUA em decorrência de erros médicos, custando ao sistema de saúde cerca de 29 bilhões de dólares. Outro estudo realizado por Manoel de Carvalho, publicado no Jornal de Pediatria em 2002, indica que cerca de 15% das internações em unidades de terapia intensiva neonatal sejam acompanhadas de erro médico e que aproximadamente 1 milhão de pessoas sejam atingidas em algum grau por erros médicos nos EUA anualmente. Neste mesmo estudo há indicação de que a taxa de erro na prestação de serviços médico-hospitalares é de 1%, e que embora pareça pequena esta taxa é altíssima e inaceitável quando comparada a outros setores. O autor cita exemplos catastróficos ao levar esta estatística para outros setores, representando, por exemplo, a produção de 2 aviões defeituosos por dia; extravio de 16.000 cartas por hora e desconto de 32.000 cheques por hora em bancos errados nos EUA. A probabilidade de morte decorrente de erro de medicação é três vezes maior do que a probabilidade de morte por acidente automobilístico. Os erros decorrentes de erro de medicação prolongam o tempo de internação hospitalar em dois a quatro dias e geram um custo adicional de cerca de 4.500,00 dólares por paciente. O risco do paciente sofrer alguma espécie de erro médico aumenta cerca de 6% a cada dia de internação, especialmente um unidades de terapia intensiva. Isto quer dizer que a falta de gestão na prevenção de riscos, além de ocasionar mortes e danos desnecessários aos pacientes, gera um dano à saúde econômico-financeira dos sistemas de saúde e das entidades inseridas neste setor. São vidas e muito dinheiro desperdiçados. O erro acontece onde a prevenção falha! Por isto, hoje o investimento e foco na gestão é essencial para prevenir os desperdícios, econômicos e de vidas também, garantindo o exercício profissional mais tranqüilo, seguro e bem remunerado por um lado, e clientes/pacientes mais saudáveis e fidelizados, por outro. Qualidade percebida, é cliente feliz e fidelizado. O contrário é a imagem, ainda que de um ótimo profissiononal, manchada de forma as vezes irrecuperável  junto à sociedade e aos pacientes . O TOPGESTO – Gestão Segura em Saúde, se propõe a realizar este trabalho, pois tem experiência e longa casuística positiva neste sentido. Depois de existente o fato negativo, de nada adianta chorar sobre o leite derramado!
 Aline Dalmarco  (aline@topgesto.com.br )
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