sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Utente acusa hospital de Santarém de negligência médica

19.10.10

Aos 31 anos, Florbela Violante nunca mais vai poder ter filhos e corre o risco de ficar incontinente para o resto da vida.
A mulher, residente em Rio Maior, acusa o serviço de ginecologia do Hospital de Santarém de negligência médica numa cirurgia de emergência que lhe trouxe complicações irreversíveis, realizada ao fim de um ano sem que o seu problema de saúde fosse correctamente diagnosticado.

O calvário de Florbela começou em Setembro de 2009, quando deu entrada no hospital com “dores horríveis na zona da barriga”, que foram atribuídas “a uma infecção simples no útero e ovários”.

Ao fim de seis dias de internamento e algumas ecografias, deram-lhe alta e medicamentos, com a garantia que estaria curada.

“Em Abril de 2010, fui novamente internada mais seis dias com as mesmas dores e os mesmos sintomas, mas ninguém foi capaz de fazer mais exames complementares para identificar o problema”, contou ao nosso jornal a queixosa.

Foi mais uma vez tranquilizada e enviada para casa, tendo ainda sido chamada para uma consulta externa em Junho, onde nada de anormal foi detectado.

Os problemas mais graves começaram em Julho, quando foi operada de urgência a uma endometriose, “porque, entretanto, a infecção já tinha alastrado para os intestinos”, conta.

Como consequência, foi-lhe retirado todo o aparelho reprodutor.

Mas, após este procedimento, ficou também incontinente.

Veio a descobrir, através do urologista que agora segue o seu caso, que a perda constante de urina se deve a um corte acidental na bexiga, não detectado durante a cirurgia.

Agora, prepara-se para ser sujeita a uma nova intervenção para tentar travar a incontinência, mas não tem garantias de que a operação será bem sucedida.

“Ninguém imagina o sofrimento que é viver assim. Além de não poder ter mais filhos, corro o risco de usar fralda para o resto da vida”, desabafou ao nosso jornal a queixosa.

“Na maior parte dos dias, nem me apetece levantar da cama”, acrescenta esta proprietária de um café em Rio Maior.

As consequências da operação cirúrgica causam-lhe óbvios transtornos na sua actividade diária.

Florbela Violante afirma já ter “esperado tempo suficiente” e promete ir até às últimas consequências com o seu caso, para que todo o pessoal clínico que teve intervenção no seu caso “seja chamado a assumir as suas responsabilidades”.

Já preencheu o livro amarelo no Hospital de Santarém, vai expor o caso à Ordem dos Médicos e pondera também accionar um processo na justiça.

“Além dos problemas físicos, há danos psicológicos e morais que são irreparáveis”, sublinha.


Hospital “lamenta”, mas refuta responsabilidades

Contactada pelo nosso jornal, a direcção clínica do Hospital de Santarém rejeita qualquer acusação de negligência médica.

O director, José Marouço, começa por explicar que a operação de emergência não foi provocada por nenhuma infecção que devia ter sido detectada nos internamentos anteriores, mas sim porque, “em Julho, surgiram novas suspeitas que a paciente teria um tumor maligno no ovário”.

“No decorrer da cirurgia, verificou-se a inexistência do tumor e que se tratava apenas de uma endometriose. Tanto numa como noutra situação, trata-se de um processo mutilante, pelo que lhe foram extraídos o útero e os dois ovários”, explica.

José Marouço confirma que “a operação provocou uma fístula entre a bexiga e a vagina, que provoca a actual situação de incontinência”, mas acrescenta que esta complicação “é um risco próprio associado a este tipo de intervenção”.

“O hospital lamenta que um dos riscos possíveis, ainda que diminuto, tenha ocorrido”, disse o director clínico, acrescentando que a operação à bexiga ainda não foi realizada porque “clinicamente, é preciso esperar cerca de três a quatro meses após a operação inicial”.

Segundo o mesmo, têm uma “taxa de sucesso superior a 90%, mas não garantias absolutas que possamos dar à paciente”.

2 comentários:

  1. Alerta a todos os camionistas ou emigrantes
    Faz hoje mais ou menos 13 meses que estive em Portugal a fim de gozar uns dias de descanso, aproveitei a folga e fui ao hospital de SANTAREM
    a fim de resolver uma situaçao de perda de força na minha perna direita.
    Depois de 4h de espera la fui atendido por um puto recenformado que penso ter passado com a nota minima...
    o atendimento foi tipo... (mas o que é que tu queres? achas que isso é motivo para estares aqui?)
    depois da rapida consulta a espera prolongou se... esperei 3h por um hortopedista para o ouvir dizer que aparententemente
    eu nao tinha nada.... cheguei á conclusão de que se nao entramos no hospital de SANTAREM com uma fractura exposta nenhum medico
    consegue diagnosticar o problema que nos faz ir ao hospital, foram 7h no hospital de SANTAREM para nada... enfim acho que serve para enervar os utentes!
    Passados 4 dias voltei ao hospital de SANTAREM com o mesmo problema e com uma distençao no musculo sartorio da perna direita; problema que tambem nao
    foi diagnosticado no hospital de SANTAREM depois de 5h de espera e uns 10 minutos de consulta !
    Sai do hospital de SANTAREM com a ideia de que era eu que estava inconscientemente a inventar uma doença qualquer!
    Só comecei a aperceber me do que realmente estava a acontecer quando passados uns dias voltei ao trabalho em Espanha e fui ao medico!
    Quando fui observado no Hospital Valdesilla em Santander e sem fazer qualquer exame logo me imformaram que iria ser internado nesse mesmo dia,
    fiquei surpreso uma vez que poucos dias antes no pais ao lado o diagnostico medico concluia que eu estava de perfeita saude!
    Ao ser internado logo fiz exames como; TAC, Resonancias Magnecticas com e sem contraste, Electromiagrafia, Gammagrafía Nuclear,Rastreo Galio-67 e SPECT
    entre outros que nem sei o nome, no total foram 13 exames em 9 dias; ainda fiquei mais surpreso quando me foi diagnosticada paraplejia subita e
    progressiva confirmada bilateral impossibilitando a marcha autonoma, disfunçao do aparelho digestivo e urinario,
    hipoestesia e parestesias em ambas as extremedidades inferiores, insensibilidade ao toque ou agulhas...
    enfim... uma NEUROPATIA PERIFERICA (medula e nervos inflamados , lesões hiperintensas em toraxica T2 nos cordoes medulares desde a Dorsal D3 a D5-D6
    e hisointensas em Toraxica (T1), Hernias discais em vertebras lombares L4-L5 e L5-S1 com 75% de obstruçao medular!
    Coisa pouca, sem importancia e perfeitamente normal para os medicos do hospital de SANTAREM!
    Imagino que em Portugal com os periodos de espera entre consultas das varias expecialidades, esperar exames e voltar a esperar consultas este diagnostico estaria concluido em 2 ou 3 anos!
    Sem querer ser pessimista penso ate que hoje estaria a escrever este texto deitado numa cama explicando como a nigligencia e falta de profissionalismo dos nossos medicos
    em portugal deixa os casos clinicos dos utentes arrastarem se a casos de paraplejia total como seria o meu na falta de tratamento e outros ainda mais graves tendo alguns deles como fim a morte;
    creio que a morte é considerada pelos medicos portugueses como sendo o fim do problema e das despesas da segurança social!
    Estive um mes internado, cinco meses em cadeira de rodas e quase outros tantos a andar com muletas; hoje estou a andar sem qualquer apoio;
    ainda nao posso correr mas ainda estou em recuperaçao, fui informado pelos medicos de que nao vou ficar como era e de que tenho de abandonar a minha profissao actual,
    espero bem que estejam enganados e que nos proximos 6 meses de baixa ou ate á expiraçao da mesma (18 meses) eu recupere totalmente e que os faça mudar de opinião;
    se assim nao for... ainda me considero um sortudo, pois á uns meses atraz pensei que nao voltaria a andar sem a ajuda de uma cadeira de rodas ou de um andarilho!
    Aqui deixo o meu testemunho... espero que seja um motivo de alerta para colegas camionistas ou com outra profissao que os leve a viajar fora de portugal!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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