sábado, 28 de setembro de 2013

Familiares das vítimas de erro médico em Mato Grosso

Clippings Jurídicos



MT: Vítimas de erro médico     (06/08/2010 19:23:00)           Famílias cobram agilidade em apuração  

        
Familiares das vítimas de erro médico em Mato Grosso saíram às ruas de Cuiabá ontem numa passeata de protesto contra o que entendem como descaso do Conselho Regional de Medicina (CRM) e da própria Justiça e chamar atenção para que processos que investigam a responsabilização pelas mortes tomem o rumo do arquivamento. 
 
Contrariando o movimento, o CRM informou oficialmente que apurou neste ano 87 denúncias diversas contra o trabalho do médico no Estado. Destas, 25 se transformaram em processos administrativos. Porém, nenhum médico teve o diploma profissional cassado. A condenação de maior peso se restringiu a uma suspensão temporária.
O presidente da Associação dos Familiares das Vítimas de Violência (AFVV), Heitor Geraldo Reyes, tem outros números. “Em todo Estado nós acompanhamos 300 casos, juridicamente, tanto como inquéritos, como aqueles que ainda estão em análise na polícia. A morosidade da Justiça tem sido o maior entrave”. 
 
Numa linha tênue entre a dor e a razão, muitos dos familiares, por iniciativa própria, resolveram dar um basta à impunidade ao fundar organizações de combate ao erro médico no Brasil. Também presente no protesto, a representante da Organização Saúde, Vida e Justiça (OSVJ), de Belém (PA), Ana Lúcia Barbosa, deixou de lado a psicologia ao ver o filho de 17 anos morto após sucessivos erros.
”Nossa função é monitorar todo e qualquer procedimento para que novos casos como o do meu filho não voltem a acontecer”, apontou. O médico responsável pela cirurgia do filho dela já foi condenado e responde em liberdade por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. Ana tenta reverter a decisão dada pela Justiça paraense.
Em Mato Grosso, um dos casos de maior repercussão foi a da oficial de justiça Heide Aparecida de Almeida, 34, em 2008. Após fazer uma cirurgia reparadora no nariz e tomar um remédio contra dor, Heide desencadeou reação alérgica e parada cardíaca vindo a morrer meia-hora após frustrada tentativa de reanimação. “Minha filha era alérgica e a sindicância desconsiderou isso. O local em que ela estava não tinha estrutura para atendê-la”, revelou o pai da vítima, Epaminondas de Almeida. O caso de suposto erro médico foi encaminhado ao CRM, que não entendeu como tal. Em análise do caso, o Conselho Federal também descartou erro médico.
De acordo com o presidente do conselho, Arlan de Azevedo Ferreira, na época, os conselheiros entenderam que “o ocorrido (morte) não tinha relação com a cirurgia em si e por isso ele (médico) não foi apenado”, revelou. Ferreira ainda disse que até mesmo durante testes de alergia, o paciente corre risco. “Até nos testes eles podem vir a sofrer choque anafilático”, confirmou. Familiares de Heide entraram na Justiça com processo criminal para provar que o médico agiu com imperícia ao administrar a medicação responsabilizando também a instituição de saúde na ação. Eles ainda exigem uma indenização por danos morais. Heide deixou um filho com seis anos de idade.

Fonte: Dhiego Maia – Diário de Cuiabá 


http://www.advsaude.com.br/noticias.php?local=1&nid=5012

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