sexta-feira, 11 de março de 2016

NO SUL DE MINAS

Delegado duvida de médicos e pede exumação de corpos de mãe e bebê

Segundo marido, dona de casa deveria passar por uma cesariana, mas médicos tentaram parto normal por cerca de três horas; Ministério Público acompanha o caso, e profissionais devem ser ouvidos nesta quarta-feira

Familia suspeita de erro medico que levou a morte de mae e filho
Grace já havia preparado o chá de fraldas do bebê
PUBLICADO EM 26/03/14 - 09h49
A alegria da chegada de um bebê em casa teve o pior desfecho possível para uma família de Ouro Fino, no Sul de Minas. Mãe e filho morreram menos de quatro horas após o parto. O caso aconteceu no último fim de semana, na Santa Casa da cidade, e a possibilidade de um erro médico não está descartada. Para tentar esclarecer os fatos, o delegado responsável pelo caso pediu a exumação dos corpos das vítimas.

O marido da dona de casa Grace Kelly Tavares Bazani, de 33 anos, contou que a mulher estava com nove meses completos de gestação quando começou a passar mal, na noite desse sábado (22), durante a festa de aniversário do filho de 10 anos.
“Minha mulher começou a ter um corrimento por volta das 22h, e fomos para o hospital. Quando chegamos à Santa Casa, o médico plantonista nos atendeu e, ao fazer o toque, disse que ela estava com 5 cm de dilatação e já estava em trabalho de parto. No entanto, o mesmo médico disse que não poderia realizar o nascimento do meu filho porque já tinha feito outro quatro partos naquele dia”, contou Luís Fernando de Almeida Pereira.
Ainda na versão dele, às 23h30, o médico acionou um outro profissional que estava em outra unidade de atendimento. Esse segundo médico chegou à Santa Casa por volta das 3h30 de domingo (23).
“A Grace foi para sala de parto às 2h37, antes da chegada desse médico. Ela já tinha estourado a bolsa e estava com 7 cm de dilatação. Minha esposa ficou até as 5h40 tentando o parto normal, inclusive com o uso do fórceps (espécie de pinça gigante que auxilia a retirada do bebê em caso de complicações no parto)”, disse.
Por volta das 6h, o médico informou à família que a criança, que receberia o nome de Giovanni, tinha morrido. Já a informação da morte da dona de casa chegou às 8h. Grace Kelly teria morrido, segundo informações passadas para a família, por causa de uma parada cardiorrespiratória.
“Pelo porte físico dela e o peso do bebê, que na última consulta estava com 4,2 kg e media 52 cm, não tinha como fazer parto normal e, sim, uma cesárea. Acho que ela fez muita força e não aguentou”, disse o viúvo.
O homem também contou que a médica responsável pelo acompanhamento do pré-natal da vítima, que foi feito em um posto de saúde, já havia avisado para a família que seria necessária a cesárea. Pereira contou que a mulher teve uma gravidez tranquila e não apresentava qualquer problema de saúde. Ela estava na terceira gestação e deixa uma filha de 17 anos e um filho de 10.
Após a morte de mãe e filho, os parentes foram buscar os documentos para a preparação do sepultamento e, segundo eles, a ficha de uma outra paciente de Jacutinga, na mesma região, estava no meio do prontuário de Grace. “Não sei o que aquele documento foi fazer lá. Nessa terça-feira (25), fomos à delegacia da cidade e registramos uma ocorrência. Nós só queremos entender o que realmente aconteceu com a minha mulher e meu filho dentro do hospital. Desejamos saber por que o primeiro médico se recusou a fazer o parto e por qual motivo não optaram pela cesariana”, finalizou Pereira.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a Santa Casa de Ouro Fino, mas foi informada que apenas a administradora do hospital pode comentar o caso. Segundo a instituição, porém, ela está viajando. Ela também não atendeu às ligações realizadas para o seu celular.
Investigação
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Arthur Augusto Ribeiro da Silva, ele solicitou o prontuário médico de Grace e a lista de funcionários que trabalharam no plantão.
“Já foi instaurado um inquérito. Estamos aguardando a resposta do juiz da comarca para saber se os corpos poderão ser exumados. O Ministério Público acompanha o caso, e esperamos resolver a situação o mais rápido possível”, disse o delegado. Se a exumação foi concedida e realizada, os corpos serão encaminhados para autopsia no IML para determinar as causas das mortes e investigar a possível conduta médica inadequada.
Silva ainda informou que os funcionários deverão prestar depoimento nesta quarta-feira (26). Segundo ele, a conduta dos profissionais no caso de Grace será investigada e, caso seja comprovada alguma falha ou irregularidade, os responsáveis podem responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A pena varia de um a três anos de reclusão.

COMENTÁRIOS (5)

linda<br />felippe
linda
felippe
Medicina x comercio. Triste a má vontade que existe desses médicos.
Responder -  - 0 - 4:57 PM Mar 31, 2014
linda<br />felippe
linda
felippe
Triste, muito triste. salvar vidas é a missão de médicos, mas o que vemos é a falta do socorro e morte de pessoas. Medicina x comercio. 
Responder -  - 0 - 4:56 PM Mar 31, 2014
Café<br />Town<br />Bown
Café
Town
Bown
Uma grande desgraça, que se deixa a gente que nem conhece a família, triste e revoltado, faça uma ideia como os vítimas deste lamentável erro médico estão! Perder duas pessoas queridas ao mesmo tempo, é super doloroso! Haja resignação! O Sr. Luiz Fernando vai precisar de muito apoio para continuar vivendo. Muito triste!
Responder -  - 0 - 4:09 PM Mar 26, 2014
Índia
Índia
Muito estranho a ficha de outra paciente estar no meio da ficha da Grace. Isso é um indício de que talvez tentaram burlar a certidão de óbito. Com a idade dela e o pré natal que deixava claro a cesária, além da demora no atendimento e o médido que faltou dizer que estava cansado, acho homicidio culposo um absurdo.
Responder -  - 0 - 11:38 AM Mar 26, 2014
lima
lima
Infelismente esses médicos, puxa sacos de hospitais, acabam colocando vidas de mães em risco para ter um custo menor para os hospitais. No HOSPITAL DIA DA UNIMED é um inferno, eles não aplicam anestesia para parto normal, ainda fazem chacotas com as gestantes, na hora que um pai estrangular um médico desses, vão dizer que o pai está errado. No HOSPITAL DIA DA UNIMED à burocracia é inaceitável.
Responder -  - 4 - 11:21 AM Mar 26, 2014

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