sexta-feira, 4 de abril de 2014

Erro médico em Niterói

Enviado por Marcela Freitas 29/7/2013 22:09:20
Letícia teve bebê e após receber alta, sentiu fortes dores. Após exame, a compressa foi vista (Foto: Julio Diniz) ::

Erro médico em Niterói

dona de casa Letícia de Brito Silva Carvalho, 30 anos, moradora de Itaboraí, acusa uma médica de ter esquecido compressa cirúrgica dentro do seu corpo durante cesariana realizada, no dia 6 de maio deste ano, na Maternidade São Francisco, no bairro de mesmo nome, em Niterói.
Segundo a paciente, o material só foi encontrado em seu corpo dois meses depois da cirurgia, após ela ter passado por vários atendimentos na Climi Saúde – clínica da médica que a operou – e por duas internações. No dia 18 deste mês, a dona de casa conseguiu realizar uma nova cirurgia para retirada da compressa cirúrgica que mede, aproximadamente, 40 centímetros. 
Letícia contou que estava com cesariana prevista para o dia 7 de maio, mas foi antecipada em um dia. No dia do parto, ela entrou em contato com sua médica, que disse que mandaria sua sócia atendê-la. Letícia, então, entrou em trabalho de parto e foi levada por familiares para a Maternidade São Francisco por orientação da obstetra.
“Passei dois dias no hospital e, quando cheguei em casa, senti muitas dores, além de febre, náuseas e dor de barriga. No dia 9 de maio, fui levada novamente ao hospital e nada foi encontrado. Passei seis dias internada. Meu abdômen ficou maior do que quando estava grávida. Recebi alta, mas as dores não cessaram”, contou.
De acordo com Letícia, um mês após o parto, ela voltou em sua médica, que cogitou a hipótese dela estar rejeitando o bebê. “A médica me perguntou se eu queria realmente a gravidez. Sou casada, há nove anos, e planejamos tudo. Nosso filho foi muito esperado. Reclamei que uma parte do meu abdômen estava com um caroço e ela disse que poderia ser uma rejeição ao bebê. Pensei em procurar um psiquiatra”, revelou. 
Ainda segundo Letícia, ela procurou outro especialista em obstetrícia, que após exames de tomografia, conseguiu localizar o corpo estranho. “No dia da cirurgia, essa médica apareceu no Hospital Icaraí, onde fui operada pela segunda vez. Ela disse que tiraria o edema. Eu falei que sabia que ela havia esquecido o material em mim e ela se assustou. Não permiti que ela me tocasse. Graças a Deus, deu tudo certo. Já denunciei essas médicas ao Cremerj e vou denunciá-las à polícia. Estou fazendo isso para que nenhuma mulher passe mais pelo que eu passei. Por culpa delas, fiquei dias sem amamentar meu filho e ainda não consigo segurá-lo no colo sem ajuda de parentes”, afirmou.  
 
Maternidade se defende


Em nota, a assessoria de imprensa da Maternidade São Francisco informou que a maternidade é um hospital de corpo clínico aberto, o qual recebe equipes médicas cadastradas e aptas a exercer suas respectivas especialidades. A equipe médica citada no caso foi escolhida pela própria paciente, equipe esta que não integra o quadro de profissionais do hospital. Durante a internação e nova internação (24 horas após o ato cirúrgico), o tratamento foi conduzido por sua médica assistente. O único exame que foi realizado e solicitado na maternidade foi uma ultra-sonografia no abdômen, o qual não apontou o material no corpo da paciente. Alguns dias depois, a paciente teve alta autorizada pela sua médica. A equipe de reportagem entrou em contato com a médica responsável pela cesariana, mas ela não retornou as ligações. A assessoria de imprensa do Cremerj também foi procurada, mas não retornou.


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