quinta-feira, 3 de abril de 2014

CRM investiga médica

CRM investiga médica acusada de integrar bando da degola em MG

Publicação: 27/04/2010 10:54 Atualização: 27/04/2010 10:59

O Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) vai abrir nesta quarta-feira (28/4) sindicância para apurar desvio de conduta da médica Gabriela Ferreira Corrêa da Costa, de 26 anos, acusada de integrar a quadrilha que torturou, assassinou e decapitou dois empresários no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Sete pessoas, entre elas a médica, estão presas por envolvimento nas crueldades atribuídas ao bando, comandado por Frederico Costa Flores de Carvalho. De acordo com o CRM-MG, embora a entidade não tenha recebido uma denúncia formal contra Gabriela, reportagens com as acusações feitas pela Polícia Civil de que ela transgrediu a ética médica vão embasar o procedimento interno, que poderá resultar na cassação de sua carteira profissional.

A acusação mais contundente foi noticiada com exclusividade no domingo pelo Estado de Minas. A reportagem mostra que, ao contrário do que é sustentado pela defesa de Gabriela, de que ela foi coagida a colaborar com a quadrilha, as investigações apontam a médica de 26 anos, que recebeu a carteira profissional em outubro, como a número 2 no esquema. De papel coadjuvante, responsável apenas pelas transferências bancárias do grupo criminoso, ela passa a ser considerada pela polícia como o braço direito de Frederico Flores, %u201Ca gerente da firma%u201D.

Na versão da polícia, que contrasta com o depoimento dado por Gabriela, ela teria presenciado sessões de tortura, espancamento e execução dos empresários Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura, que depois de mortos tiveram as cabeças e dedos das mãos decepados. A médica também teria usado seu registro profissional para emitir receitas e comprar remédios usados para dopar as vítimas, como um tranquilizante à base de clonazepam, que inibe as funções do sistema nervoso central e provoca sedação.

Segundo o CRM-MG, depois de aberta a sindicância, um conselheiro tem 30 dias para analisar as denúncias e apresentar seu relatório. Se ele concluir pela abertura de processo contra a profissional, são dados mais 30 dias para que os envolvidos, inclusive Gabriela, sejam chamados para prestar esclarecimentos. Como ela está presa, representantes do CRM-MG poderão ouvi-la na penitenciária. A seguir, é dado um parecer sobre o futuro da acusada: se ela será absolvida ou receberá punição, que vai de uma simples advertência à cassação de seu registro. Todo o processo ocorre em sigilo absoluto.

As investigações policiais apontam que Gabriela esperava receber da quadrilha, como recompensa, dinheiro para promover a clínica médica montada por ela, em fevereiro, no Centro da capital, registrada como Ética Serviços de Saúde Ltda. e com o nome fantasia de Help Medicina.

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