quarta-feira, 4 de junho de 2014

Homem de 39 anos morre após ter alta do PS com ‘crise de ansiedade


03/06/2014 Autor(a): Juliana Pereira Função: RepórterFoto(s): Wilker Maia/Comércio da Franca

Homem de 39 anos morre após ter alta do PS com ‘crise de ansiedade’
Grávida de cinco meses, a promotora de vendas Karina Lopes Fagundes, 35 anos, espera explicações para a morte de seu marido
Mais um paciente morreu após passar por atendimento no Pronto-socorro “Álvaro Azzuz”. O frentista Jean Carlos da Silva, 39, morador do Jardim Esmeralda, morreu na manhã do último sábado, 31, após passar pelo pronto atendimento no dia anterior reclamando de dores no peito.




Silva chegou ao “Azzuz” por volta das 8h30 da última sexta-feira, 30, queixando-se de fortes dores na região torácica. O frentista ficou cerca de 6 horas no PS, período no qual passou por exames e recebeu medicação. “


Mediram a pressão e viram que estava alta. Quando deram os remédios, ele piorou muito. Reclamava que os braços estavam dormentes e que estava passando mal. Então chamei ajuda e pedi para os médicos fazerem exames”, disse a mulher do paciente, a promotora de vendas Karina Lopes Fagundes, 35, que relata ainda que o marido passou por um eletrocardiograma e fez um raio-X do tórax.
“O médico viu os exames e disse que ele não tinha nada. Começou a perguntar se ele estava nervoso, se usava drogas. Disse que ele tinha só uma crise de ansiedade e mandou a gente procurar um psicólogo. Achei um absurdo, ele nunca usou drogas”, disse Karina.
Mesmo ainda reclamando de dor no peito, Silva recebeu alta. Revoltada, a mulher procurou por um médico particular, mas conseguiu agendar a consulta somente para o dia seguinte.
Na manhã de sábado, ainda com dores, o frentista se preparava para o atendimento com o médico particular quando começou a passar mal. “Ele acordou, comeu e estava se arrumando. Ele estava com muita dor, então nos sentamos na cama. Ele se encostou em mim, deu um suspiro e caiu para o lado. Fiquei desesperada e chamei o socorro”, disse Karina. Segundo ela, Silva foi levado para a Santa Casa, onde já teria chegado morto. 
O corpo do frentista passou por perícia no IML (Instituto Médico Legal), cujo resultado fica pronto em 30 dias. Da certidão de óbito, consta que a causa da morte é indefinida.
Jean deixa Karina grávida de cinco meses, além de outros dois filhos de 12 e 6 anos. “Não consigo entender como liberam um homem com tanta dor no peito. Trataram meu marido como um cachorro. Ele só viu o médico pela segunda vez durante o tempo que passou no pronto-socorro, porque passou mal, se não teria tido só aquela consulta de um minuto”, disse Karina.
O Comércio questionou a Secretaria de Saúde sobre a conduta do atendimento de Jean no “Azzuz”, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição. 
Outras quatro mortes suspeitas, de pacientes que morreram após passar por atendimento na Rede Municipal de Saúde, são investigadas: em novembro de 2013, Kelly Cristina de Souza, 27, morreu depois de passar diversas vezes pelo PS e ser operada na Santa Casa; Luara Pietro Ribeiro, 25, morreu em janeiro depois de passar oito vezes pelo PS e enfrentar duas cirurgias também na Santa Casa; Clésia Novais, 31, morreu em fevereiro após receber glicose no PS mesmo sendo diabética; Francisca Firmina da Silva, 47, morreu em março meia hora depois de receber alta no PS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário