quinta-feira, 5 de junho de 2014

Erro médico deixa paciente com lesões irreversíveis

Polícia Civil investiga uma denúncia de erro médico contra o cirurgião plástico Antônio Carlos Portioli Filho


25/01/2012 - 09h15 . Atualizada em 25/01/2012 - 09h32 

Gazeta de Ribeirão  Grupo RAC  


O delegado Samuel Zanferdini e foto da vítima após a cirurgia
(Foto: Sérgio Masson/Da Gazeta de Ribeirão)

 A Polícia Civil de Ribeirão Preto e o Cremesp (Conselho Regional de Medicina  do Estado de São Paulo) investigam uma denúncia de erro médico contra o cirurgião plástico Antônio Carlos PortioliFilho.

 Uma mulher de 40 anos, que prefere não ser identificada, afirma ter ficado com o abdômen e os seios deformados após se submeter a um implante de próteses de silicone e uma lipoaspiração em 2010. “É um abalo emocional muito grande. Estou sob prescrição de remédios, perdi meu marido e não tenho mais rendimento nenhum”, afirmou a mulher ontem por telefone. 

Segundo o advogado Thiago Secaf, a paciente desembolsou R$ 15 mil pelos dois procedimentos com o médico. Na primeira cirurgia ficou com diversas cicatrizes e procurou Portioli Filho para corrigir o problema. “Só que ficou pior que a anterior. Depois disso, o médico se afastou e não quis mais atendê-la”, disse Secaf. 

Em agosto de 2011, a paciente registrou uma denúncia contra o médico na regional de Ribeirão do Cremesp. No ano passado ela também entrou com um processo —que corre em segredo na Justiça— no qual pede uma indenização pelos supostos danos causados pelo médico e registrou um boletim de ocorrência no 4° Distrito Policial de Ribeirão.

De acordo com o delegado Samuel Zanferdini, que temporariamente coordena o distrito, o laudo do exame de corpo de delito apontou que as lesões são irreversíveis. O caso foi registrado como lesão corporal gravíssima. Como a paciente foi ouvida no último dia 17, o próximo passo será convocar o cirurgião plástico para prestar esclarecimentos.

Se for comprovado o dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de causar dano a outra), o médico pode responder por lesão corporal. “A pena é de um a cinco anos de reclusão”, disse Zanferdini. 

O Cremesp afirma que o processo de investigação da conduta do médico corre em sigilo e pode durar até três anos. “O número de conselheiros é pequeno para a demanda”, afirmou o conselheiro Isac Jorge Filho. O médico pode sofrer sanções que vão desde uma advertência até a suspensão ou cassação do exercício profissional.


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