quinta-feira, 5 de junho de 2014

Erro médico deixa criança tetraplégica

 Atualizado em terça-feira, 19 de novembro de 2013 - 15h10

Problema na anestesia provocou parada cardíaca e, consequentemente, falta de oxigenação no cérebro

Francisco abandonou o emprego para se dedicar ao filho / Alexandre TortorielloFrancisco abandonou o emprego para se dedicar ao filhoAlexandre Tortoriello
O menino Ravy, aos cinco anos, era uma criança saudável, que jogava bola e fazia todo tipo de atividade. Hoje, aos 13 e pesando cerca de 16kg, não anda, não fala, se alimenta por uma sonda na barriga e não movimenta os membros do corpo, atrofiados. Ele está tetraplégico e não vai à escola desde uma mal sucedida cirurgia de fimose e hérnia umbilical, em 24 de janeiro de 2006, no Hospital Municipal Infantil Ismélia da Silveira, em Duque de Caxias.

Um problema na anestesia provocou uma parada cardíaca em Ravy, e, como consequência da falta de oxigenação no cérebro, o garoto ficou quatro meses em coma no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, para onde foi transferido.

A justiça determinou que a prefeitura de Caxias fornecesse o tratamento especializado e os meios necessários para sua assistência, como remédios, transporte ao local de tratamento e cadeira de rodas.

O pai de Ravy, Francisco de Assis, era vendedor e trabalhava em projetos sociais de auxílio a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Após o episódio, foi obrigado a deixar de lado todas as suas atividades para se dedicar integralmente aos cuidados com Ravy, já que sua esposa se separou e não fornece nenhuma assistência para cuidar dele ou dos seus outros dois filhos, Kalindy de 17 anos, e Ramany, de 15 anos.

Atualmente Francisco sobrevive com um salário mínimo concedido após perícia do INSS no menino e doações de amigos.

A prefeitura de Caxias emprestou uma cadeira de rodas para adultos. Obviamente Ravy mal conseguia se sustentar na cadeira, grande demais. A família teve que comprar um modelo especial, do tamanho dele. Por falta de recursos, o menino não está podendo fazer a maioria das atividades do extenso tratamento para melhorar sua qualidade de vida.

O tratamento de um caso como o de Ravy Silva é multidisciplinar: exige uma série de diferentes terapias e remédios e dieta diversificada. O menino precisa tomar mais de 10 remédios regularmente, como medicamentos para evitar convulsões, relaxantes musculares, analgésicos e inibidores de refluxo. Como não consegue mastigar, os alimentos precisam ser batidos no liquidificador e coados, antes de serem introduzidos no organismo pela sonda.

De acordo com o pai, Ravy precisa fazer fisioterapia, Terapia Ocupacional, fonoaudiologia, musicoterapia e equoterapia. Um dos lugares que frequentava era a rede Sarah, na zona oeste do Rio, onde há uma série de terapias necessárias para o tratamento do garoto. Mas, por falta de recursos, ele não consegue mais levar o filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário