segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Hospital afasta médico preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Goiânia

Advogada explicou que profissional não era funcionário da unidade e apenas alugava uma sala e o centro cirúrgico. Mais de 20 mulheres já denunciaram o caso. Ele nega os crimes.


Por Vitor Santana, G1 GO
 




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Advogada de hospital onde médico preso por abuso atendia diz que homem alugava consultório
https://g1.globo.com/go/goias/noticia/hospital-afasta-medico-preso-suspeito-de-abusar-sexualmente-de-pacientes-em-goiania.ghtml

O Hospital São Lucas informou que afastou o médico Joaquim de Sousa Lima Neto, de 58 anos, preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Goiânia. A unidade de saúde explicou que ainda que o profissional não é funcionário contratado e que apenas aluga uma sala. Mais de 20 mulheres já procuraram a delegacia para denunciar o homem que se apresentava como ginecologista, mas não tem especialização na área.


A advogada do hospital, Roberta Siqueira reforçou que Joaquim apenas alugava uma sala e o centro cirúrgico da unidade. “É uma relação de prestação de serviço, não existe nenhum tipo de relação empregatícia entre hospital e médico”, disse.


A advogada conta, no entanto, que a direção do hospital só soube das denúncias no dia 27 de dezembro, após ser procurada pela polícia. Joaquim foi preso quase um mês depois. A comissão de ética do hospital encerrou o contrato de locação com o médico e o afastou do corpo clínico da unidade.

“Como ele mantém um contrato de locação do hospital, eu não posso demiti-lo, então tomamos as providências legais para afastá-lo”, completou.

Jovem de 22 anos foi uma das vítimas a denunciar médico por abuso em Goiânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

Jovem de 22 anos foi uma das vítimas a denunciar médico por abuso em Goiânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução


Apuração



Segundo a Polícia Civil, 23 mulheres já procuraram a delegacia e registraram denúncia contra o médico, que já foi condenado por violação sexual mediante fraude de outras pacientes, em 2015, mas aguardava recurso em liberdade.

Entre os depoimentos já colhidos estão o de duas irmãs, de 20 e 22 anos. Uma delas contou que, durante um exame, o profissional fazia perguntas obscenas. “Ele [Joaquim] já começou com muita conversa estranha. Já ficou perguntando quais lugares que eu gostava de fazer sexo. Na hora do exame, quanto me tocava ele ficou perguntando se eu estava gostando”, afirmou.

Diante de tantos casos, a delegada Ana Elisa Gomes deve ouvir mais testemunhas. “Infelizmente ele se utilizou da profissão para colocar em prática o seu desejo sexual. Nós acreditamos, inclusive, que de modo compulsivo”, disse.



O médico negou que tenha cometido os abusos. “Eu tenho uma secretária e todos os atendimentos são feitos mediante a presença dela. Eu vou continuar agindo como sempre agi, da maneira correta. Eu sou uma pessoa inocente. Eu estou com um advogado e vou usá-lo com esse propósito [de me defender das acusações]”, disse.

O médico também é investigado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). Segundo consta no sistema de consulta do órgão, o profissional em situação "regular", mas como "não registrado" no campo de especialidade. De acordo com o presidente do conselho, Leonardo Reis, o fato pode implicar mais um agravante no processo instaurado contra o profissional no órgão
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Médico foi preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Goiânia — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Médico foi preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Goiânia — Foto: Polícia Civil/Divulgação

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