segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Cinco vítimas que tiveram rosto deformado denunciam médico



 Dhayane Marquesdezembro 3, 2018

As denúncias são referentes a um procedimento realizado em 2017 e quatro em 2018
O médico Wesley Murakami é acusado de causar deformidades em rostos de pacientes, após a realização de procedimentos estéticos. O caso tem ganhado muita repercussão, após as vítimas procurarem a Polícia Civil, responsável pela investigação. Cinco vítimas já registraram denúncias contra o médico que atuava como cirurgião plástico em Goiânia.
As denúncias são referentes a um procedimento realizado em 2017 e quatro em 2018. De acordo com o delegado Carlos Caetano Júnior do 4º Distrito de Polícia Civil da capital, responsável pela investigação, o médico pode ser acusado de Lesão Corporal e a pena pode ser de 10 anos.
“O relato maior das vítimas é de deformidade, insatisfação, alguns ainda relatam que sentem dores, após um ano da realização do procedimento. Então a condenação vai depender dos autos, da quantidade de vítimas, a pena pode ser de 10 anos ou mais”, contou o delegado.
Em um dos casos, Murakami foi condenado a pagar a uma paciente que fez um procedimento estético no queixo, R$ 24 mil de indenização por danos materiais, morais e estéticos. A decisão foi da Justiça goiana e cabe recurso.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) afirmou que desde 2003, o médico Wesley Noryuki Murakami da Silva, está inscrito no Conselho, mas que não há uma especialidade médica registrada.
Uma das vítimas é o empreendedor Alexandre Cunha Garzon, de 29 anos. Em abril de 2011, ele procurou a clínica para tratar de acnes no rosto. “O médico, Wesley Murakami, me recomendou fazer laser pois eu tenho marcas de acne na face. Fiz os dois tratamentos, a aplicação a laser e a carboxiterapia”, contou em um depoimento. Após um ano, Alexandre voltou a clínica, e o médico então orientou a fazer outro procedimento, chamado Bioplastia. “Ele disse que era o tratamento perfeito para o meu caso”, relata.
Os procedimentos feitos por Wesley, continha a aplicação de PMMA, um tipo de plástico líquido usado para preenchimento corporal com efeito definitivo – não é absorvido pelo corpo. “Ele queria fazer a bioplastia no mesmo dia, pois, disse que era simples, bastava eu deitar na maca e em 30 minutos já estaria tudo pronto. Eu fiquei com medo, por ser tão rápido, perguntei se tinha algum efeito colateral ou se poderia dar algum problema, e ele foi categórico na resposta: ‘Não! O material é aceito pelo corpo, e não há qualquer chance de problemas”, relembra Alexandre.
De acordo com o Cremego, no último dia 23 de outubro, o médico foi punido com uma censura pública veiculada no jornal O Popular e no Diário Oficial do Estado por infração aos artigos 1º, 34 e 115 do Código de Ética Médica (Resolução CFM n.º 1.931/09, DOU 13/10/2009). O Conselho destacou que todas as apurações de denúncias contra médicos instauradas, tramitam em sigilo processual, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional (CPEP) Médico em seu artigo 1º.
O NewsGO não conseguiu contato com a defesa do médico em relação ao processo judicial e sobre as denúncias.




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