sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Médica acusada de matar sete pacientes em UTI é inocentada


Virgínia Helena Soares de Souza foi indiciada por homicídio por ‘antecipar a morte’

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Caso. Virgínia Helena Soares de Souza havia sido acusada de matar pacientes entre 2011 e 2013
PUBLICADO EM 22/04/17 - 03h00
CURITIBA. A médica Virgínia Helena Soares de Souza foi inocentada da acusação de matar sete pacientes, entre 2011 e 2013, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba. Ela, que era chefe da UTI, havia sido indiciada por homicídio doloso duplamente qualificado por “antecipar a morte” (eutanásia) dos doentes.
A decisão foi dada nessa quinta-feira (20) pelo juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri, que também inocentou os médicos Edison Anselmo da Silva Júnior, Maria Israela Cortez Boccato e Anderson de Freitas e as enfermeiras Laís da Rosa Groff e Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro, que também trabalhavam na UTI.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) já havia inocentado os médicos.
Além das mortes, todos os acusados também respondiam pelo crime de formação de quadrilha, com violação de deveres inerentes à profissão. O Ministério Público Estadual do Paraná, que afirmou que irá recorrer da decisão, havia pedido em outubro do ano passado que o caso fosse a júri popular.
A promotora de Justiça do MP-PR, Fernanda Nagl Garcez, afirmou que o MP respeita a decisão do juiz, mas que a considera inadequada. “O Código do Processo Penal estabelece que havendo a possibilidade depois da primeira instrução, crime de homicídio com indícios de autoria deve ser mandado a júri popular. Essa decisão não deixou o tribunal vir a julgar isso”, explicou.
“Não visualizo suficientes indícios de autoria para a prática dos supostos crimes narrados na denúncia aptos a submeter os acusados a júri popular. Não restou satisfatoriamente demonstrado que os acusados praticavam antecipações de óbitos, seja por questões técnicas, atinentes à medicina, seja pela tênue prova testemunhal nesse sentido”, afirmou o juiz na decisão.
O advogado da médica, Elias Mattar Assad, disse que o juiz acertou ao não levar o caso a júri popular. “Não tínhamos um fato criminoso. Exercer medicina intensiva não é crime e falamos (isso) desde o início”, afirmou em entrevista coletiva nessa sexta-feira (21).
O advogado contou que foi o responsável por dar a notícia em primeira mão para a médica. “Segurei nas mãos dela e falei da sentença do juiz. Os olhos dela se encheram de lágrimas”, afirmou.
Assad disse que a médica perdeu praticamente tudo o que tinha e que agora mora com o filho. A defesa informou que vai entrar uma ação contra o Estado.
“Não se pode ‘desacontecer’ o que já aconteceu. Não há dinheiro no mundo que devolva para alguém o que ela perdeu. Vamos entrar com uma ação contra o Estado de caráter pedagógico, para que o Estado não faça com outras pessoas o que fez com Virgínia”, contou. Assad também disse que entrará com ação por danos morais.
Virgínia já havia ganhado uma ação na Justiça do Trabalho contra o Hospital Evangélico, no valor de R$ 4 milhões. “Foi por questões trabalhistas, mas o hospital tem uma fila para pagar”, contou.


Objetivo dos envolvidos seria a liberação de leitos na unidade

CURITIBA. Os episódios suspeitos envolvendo a médica Virgínia Helena Soares de Souza e outros profissionais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba vieram à tona em 2013, após investigação da Polícia Civil.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os acusados agiram juntos para terminar com a vida de em pacientes internados na UTI, sob o comando de Virgínia.
Eles, supostamente, prescreviam certos medicamentos que, aliados à redução dos parâmetros de ventilação, levavam pacientes à morte. Os atos teriam como objetivo a liberação dos leitos na unidade de terapia intensiva.
Virgínia chegou a ser presa em fevereiro de 2013, sendo solta um mês depois. Em um manifesto divulgado naquele mês, ela afirmou que sofria “o maior erro investigativo e midiático da nossa história”. A médica sempre negou as acusações.
 

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COMENTÁRIOS (1)

Carlos<br />henrique
Carlos
henrique
Se alguém ainda acredita no judiciário tá ai a prova para mostrar que justiça no Brasil e somente contra pobres,negros e trabalhadores a medica foi pega em ligações telefónicas combinando as mortes e mesmo assim nada acontece a estes vermes por isso sou a favor de fazer justiça com as próprias mãos. 
Responder -  - 1 - Denunciar 12:49 PM Apr 22, 2017

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