Allessio Fiore Sandri é respeitado na cidade, que tem aproximadamente 111 mil habitantes, e atende crianças e adolescentes desde os anos 90

Um reconhecido médico pediatra de Umuarama, no noroeste do Paraná, é acusado de abusar sexualmente de pelo menos quatro mulheres.
7 de dezembro de 2019 - 00:00 - Atualizado em 7 de dezembro de 2019 - 00:00
Allessio Fiore Sandri é respeitado na cidade, que tem aproximadamente 111 mil habitantes, e atende crianças e adolescentes desde os anos 90. Com uma reputação de ouro, ninguém poderia imaginar o que terror que acontecia com mulheres dentro do consultório do médico.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
Pediatra de Umuarama já possui pelo menos quatro denúncias de abuso
A atriz Nina Marqueti, uma das vítimas do médico, relembra que sofreu o abuso na adolescência, quando ainda morava na cidade. “Ele começou a me tocar assim, e eu lembro que ele abaixou a minha calça, a minha calcinha“, conta a vítima.
Atualmente, Nina mora em Nova Iorque, nos Estados Unidos (EUA), e encontrou na cidade uma maneira de curar o seu trauma. No palco, Nina interpreta sua própria história para encorajar outras milhares de vítimas de abuso.
“Ele OLHOU pra mim de uma maneira, e falou ‘eu não consigo trabalhar com você porque você não relaxa’. Eu fiquei olhando em volta, e nada era condizente, nada do cenário era condizente com o que estava acontecendo comigo, sabe? Olhei e tinha uma cruz pendurada na parede dele, tinha foto da família, tinha diploma, tipo… quem é essa pessoa?”, relembra Nina em meio a lágrimas.
Quase dez anos após o trauma, Nina tomou coragem para denunciar o médico, e para sua surpresa descobriu que não estava sozinha: outras três denúncias já haviam sido registradas contra o pediatra no Brasil.
“Você é tomado por uma tristeza imensa. Um sentimento de injustiça. Eu sei o que aconteceu. Eu sei que tem alguém que fez esse tipo de cosia comigo”.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
Estagiária também foi abusada pelo médico
Em 2018, uma outra vítima foi escolhida para um estágio de recepcionista na clínica do pediatra de Umuarama, e no quinto dia de trabalho o pior aconteceu.
Ao se queixar de dor na garganta, a vítima relembra que Alessio pediu que ela tirasse a blusa para que ele pudesse a examinar.
“Ele pediu pra eu erguer a blusa, para ele ouvir meu coração. Uma coisa que eu achei meio estranha na verdade. Depois pediu para eu me deitar na maca, e nisso muito ligeiro e disfarçadamente ele foi abaixando a minha calça e conseguiu colocar a mão por dentro da minha calcinha”, contou a jovem.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
De acordo com a ex-estagiária de Alessio, ela lembra dos momentos que antecederam o abuso. “Ele começou a falar da filha dele, que a filha dele tinha um corpo muito bonito, e mostrou uma foto dela nua como se fosse algo normal, que não é na verdade”.
Logo depois de sofrer o abuso, a vítima registrou o crime na Delegacia da Mulher de Umuarama em 10 de outubro de 2018. Entretanto, um ano antes, em 6 de novembro de 2017, um outro boletim de ocorrência contra o mesmo médico também havia sido registrado por uma adolescente de 13 anos.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
Adolescente foi estuprada por médico aos 13 anos
Conforme a vítima que fez a denúncia em 2017, ela ficou sozinha no consultório atendendo a um pedido do próprio pediatra.
“Eu achei que ele ia pra dar um beijo na bochecha, e acabou acertando no cantinho da boca. Aí depois ele segurou a minha cintura e me deu um selinho”, relembra a adolescente.
Logo depois do acontecido, a família da jovem registrou um boletim de ocorrência, e logo em seguida a esposa do médico entrou em contato com a família.
“A esposa dele, dizendo-se muito abalada, muito constrangida disse ‘olha não faça isso com a minha família, você vai destruir a nossa família’. Aí eu expliquei pra ela que ela estava se fazendo de vítima, mas a vítima era a minha filha”, conta o pai da adolescente.
No momento, o caso da adolescente é o único em que o médico Allessio Fiore Sandri já virou réu, e responde por estupro de vulnerável e crime contra a dignidade sexual.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
Inquérito ficou parado por dois anos
De acordo com a equipe de reportagem do Jornal da Record, por dois anos o inquérito sobre o caso ficou parado no Mistério Público de Umuarama, e só foi enviado ao juiz quando uma equipe da Record começou a investigar as denúncias.
Além disso, procurado, o médico acusado não quis gravar entrevista, e apenas afirmou que o caso está nas mãos da justiça.
(Foto: reprodução Jornal da Record)
Primeira denúncia contra o médico aconteceu em 1995
Conforme o histórico em nome do médico, o primeira caso que se tem denúncia foi registrada em 1995, dentro de um hospital.
De acordo com a vítima, que afirma que estava meio desacordada no momento do abuso, ela não entendia o motivo de tais exames estarem sendo feitos de forma invasiva.
“Ele tocou no meio seio, tocou nas minhas partes íntimas. Aí eu assustei, acabei levantando, e foi aí que ele saiu do quarto”.
Apesar de pouco mais de 20 anos após o crime, a vítima resolveu registrar queixa logo depois de ver que mais boletins de ocorrência estavam sendo registrados no nome do médico.
“Fiz para poder juntar como prova, já que o meu está prescrito né? É possível que exista uma grande quantidade de vítimas”, conclui a mulher.
Defesa nega que médico tenha praticado os abusos
Procurada pelo jornalismo investigativo da Record, a defesa de Alessio negou que o médico tenha praticado os abusos.
No momento, o caso sobre o pediatra de Umuarama segue sendo investigado, e corre em segredo de justiça.
Veja matéria completa!
https://www.youtube.com/watch?v=Q3vqgiFtI7s&feature=youtu.be


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