segunda-feira, 8 de junho de 2020

Médicos esquecem objeto de metal em paciente durante cirurgia em SP


  
Há 77 dias um homem de 31 anos vive com um objeto pontiagudo metálico espetado no interior das costas. O material, que pode ser um bisturi ou várias agulhas, foi esquecido durante uma cirurgia de hérnia de disco.
Desde então, ele tenta, sem sucesso, se submeter a uma nova cirurgia para a retirada do objeto.
Depois de sofrer um acidente de moto e ficar quase um ano perambulando por hospitais com dores na perna esquerda e nas costas, o gerente de uma agência de turismo em São Paulo Nelson Fernando Mazorca Celestino descobriu que precisaria operar a coluna.
A cirurgia, paga pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ocorreu no dia 25 de março no Hospital Municipal de Campo Limpo (zona sul de SP). Naquele dia, durante a cirurgia, a energia acabou duas vezes e o gerador de emergência falhou.
"O médico me disse que por causa da falta de luz ele acha possível terem esquecido algo dentro de mim", relatou, referindo-se ao neurologista Walter Felau.
Por causa das dores, Celestino deixou de trabalhar e está em sua casa, no Grajaú (também na zona sul), desde janeiro deste ano. Lá, instalou-se na sala de TV para evitar ter de subir as escadas que levam até seu quarto.
"Antes da cirurgia já não estava conseguindo me locomover direito. A minha esperança depois da operação era ficar melhor. Mas só piorei."
Duas tomografias mostram que, após a cirurgia, o quadro clínico dele se agravou, principalmente por causa do material metálico deixado na região da vértebra que foi operada.
Pontiagudo
Os exames não conseguem determinar qual objeto está no corpo do gerente. O laudo cita apenas que é um objeto metálico e pontiagudo. Por isso, Celestino imagina que seja um bisturi ou agulhas, já que frequentemente sente pontadas no local da cirurgia.
Ele diz que fará uma radiografia para tentar saber que objeto está nas suas costas.
Desde que descobriu o problema, em 13 de maio, o paciente tenta marcar uma nova operação. Agendou o procedimento quatro vezes. Mas foram cancelados pelos médicos. Em uma das ocasiões, ficou 16 horas esperando no corredor do hospital.
Nesta semana, a chefia dos neurologistas informou Celestino por telefone que ele seria operado na próxima segunda-feira, dia 14. Mas ele teme não ser operado. "Só acredito quando estiver na mesa de cirurgia."

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