quarta-feira, 11 de maio de 2016

UBERLÂNDIA

Justiça solta médico suspeito de estupro

Após dois dias preso, radiologista de 37 anos pagou fiança de R$ 27.250 e foi solto; vítima, de 32 anos, está fazendo tratamento psicológico, segundo advogada

Médico ficou recolhido em uma das celas do Presídio Professor Jacy de Assis
Após dois dias preso, radiologista de 37 anos pagou fiança de R$ 27.250 e foi solto; vítima, de 32 anos, está fazendo tratamento psicológico, segundo advogado
PUBLICADO EM 28/10/11 - 23h04
RICARDO VASCONCELOS

Dois dias depois de ter sido preso em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, suspeito de estuprar uma paciente, um radiologista de 37 anos pagou fiança e foi solto na noite de anteontem. O médico estava detido na Presídio Professor Jacy de Assis e ganhou a liberdade provisória após um alvará de soltura ser expedido pelo juiz da 2° Vara Criminal da cidade, Joemilson Donizetti Lopes.

A fiança paga, no valor de R$ 27.250, corresponde a 50 salários mínimos. No pedido de liberdade encaminhado à Justiça, o advogado do médico, Alberto Alves Cabral Neto, alegou que o seu cliente preenche todos os requisitos legais para responder ao processo em liberdade.

"Ele tem residência fixa, trabalho lícito e não ameaça ninguém. Além disso, é inocente", garante Neto.

Segundo a Polícia Civil, na terça-feira passada, quando foi preso, o radiologista foi acusado por uma cobradora de ônibus, de 32 anos, de abusar dela durante a realização de exames na clínica da qual o suspeito é o proprietário.

Em depoimento, a mulher, que está grávida de seis meses, disse que, após o atendimento, o especialista passou a mão nas pernas dela, deu um beijo e mordeu suas nádegas e colocou o dedo em sua vagina. De acordo com a vítima, inicialmente, o radiologista teria esperado uma assistente, que acompanhava o exame, sair da sala para cometer o abuso.

"Trata-se de uma denuncia infundada e penerária. Ele não praticou tal ato. Se fosse verdade, ela teria esboçado alguma reação de imediato como, por exemplo, gritar, o que não ocorreu", explica o advogado. Ainda segundo Neto, todo o procedimento foi acompanhado por uma funcionária da clínica, que teria se ausentado durante menos de dois minutos, para buscar um exame em uma sala ao lado. "Não houve tempo para acontecer o suposto assédio e a paciente não reclamou nada com a funcionária. As pessoas que aguardavam atendimento também não perceberam nada", acrescentou.

O advogado da cobradora, Rogério Eduardo Elias, informou que sua cliente não teria motivos para inventar o caso. Ele disse que a mulher, que espera o terceiro filho, ainda está abalada e precisou procurar atendimento psicológico para superar a situação. Devido ao transtorno que passou, ela deve entrar com uma ação por danos morais contra o médico. A delegacia de mulheres de Uberlândia instaurou um inquérito para investigar o caso. O inquérito deve ser concluído em até 30 dias. 

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