sábado, 29 de julho de 2017

Procon-SP notifica clínicas por preço abusivo de vacina contra H1N1

Aumento na procura teria feito unidades dobrarem o valor da imunização contra o vírus





RIO - Com a corrida por vacinas contra a gripe H1N1 em algumas regiões do país, que começou após o surto da doença em São Paulo, unidades de saúde teriam até dobrado o preço da vacina nos últimos dias. Após receber várias reclamações, o Procon-SP está notificando desde a última quinta-feira, hospitais e laboratórios do estado a prestarem esclarecimentos quanto ao aumento dos preços na imunização contra o vírus.
Até esta terça-feira oito estabelecimentos de saúde haviam sido notificados pelo órgão. A autarquia não divulgou o nome dos locais. Uma das reclamações mencionadas pelo Procon-SP foi de uma mãe, que levou um dos filhos para se vacinar, e dias depois, por questão de agenda, levou o outro filho e precisou desembolsar o dobro do preço pela vacina. De acordo com a autarquia, alguns estabelecimentos reajustaram os preços de R$ 120 para até R$ 215 por exemplo. No ano passado o valor era de, aproximadamente, R$ 45.
O Procon-SP informou que continua realizando um levantamento dos estabelecimentos de saúde que estariam cobrando valores abusivos, e que ainda não há previsão para o fim da ação. O Procon esclareceu ainda que, não há um preço tabelado, mas que, com base no Código de Defesa do Consumidor, que veda aos fornecedores a prática de valores abusivos, as instituições terão que explicar o motivo do aumento e praticar um preço razoável. Após a notificação, os hospitais terão até dez dias para apresentarem justificativa. Comprovadas as irregularidades, as empresas serão penalizadas de acordo com o CDC. O órgão informou ainda que fiscais também estão inspecionando drogarias para verificar os preços dos remédios contra a gripe H1N1.
REMÉDIOS EM FALTA
O gerente de projetos sociais Luis Fernando Guggenberger e sua esposa, a assessora de imprensa Patrícia Prado, todo ano tomam a vacina contra a doença, mas ano passado Patrícia acabou não sendo imunizada, e no último dia 25 ela foi diagnosticada com o vírus da gripe H1N1. Após uma via-crúcis por cinco farmácias diferentes atrás de um dos medicamentos necessários para o tratamento da doença, o casal só encontrou o remédio, na rede pública de São Paulo.

— Os atendentes das farmácias disseram que estavam há um mês sem receber o medicamento e que nenhuma na região tinha. Minha sogra ajudou a cuidar da minha esposa e acabou contraindo o vírus também, mas felizmente ela foi medicada no próprio hospital — relata Guggenberger.
De acordo com o especialista em vírus emergentes e reemergentes e epidemiologia, Felipe Salvador é importante que a população se imunize contra o vírus para evitar que o surto que aconteceu em São Paulo se espalhe pelo país.
— Ao vacinarmos uma pessoa, estimulamos o sistema imunológico a produzir defesas contra o vírus. Isso não protegerá somente o indivíduo, como também toda a população, pois como a transmissão da gripe ocorre por contato direto, quanto mais pessoas vacinadas, menor será o contato entre pessoas desprotegidas com prováveis portadores do vírus.
CRESCE A PROCURA NO RIO
No Rio de Janeiro, na clínica Alergo Ar, unidade da Tijuca, o preço da dose da vacina contra H1N1 varia ente R$ 95 e R$ 120. Há duas opções de vacina: a Trivalente (H1n1 e duas cepas), que cada dose custa R$ 95 e a Quadrivalente (H1N1 e três cepas), a R$ 120 cada dose. A clínica tem unidades na Tijuca, Centro, Madureira e Niterói.
Na Vaccini, em Copacabana, a vacina está sendo vendida a R$ 120. Já na clínica Kinder, que conta com unidades em Ipanema, Barra, Leblon e Tijuca, é oferecida apenas a Tetravalente, a R$ 140 a dose, mas é preciso ligar antes para ver se há doses disponíveis. Na Barra, chegam poucas doses e são distribuídas senhas (50 números), às 8h30m.

— A procura está muito grande, eu cheguei a ir a três clínicas para avaliar os preços e o tamanho das filas e mesmo assim fiquei 3h30m esperando e paguei 120 por cada vacina. Mas o problema maior que eu percebi é a questão da falta de fila preferencial, já que é uma doença com risco maior para grávidas e idosos não existe uma prioridade, que na minha opinião deveria. Havia uma mulher com 9 meses de gestação que ficou esperando como todo mundo — relatou um homem, que preferiu não se identificar, após ter sido imunizado juntamente com sua esposa e seus dois filhos na clínica Vaccini, em Copacabana.
O Procon Estadual do Rio informou que até o momento não recebeu reclamações de consumidores quanto ao preço ou à falta da vacina contra o vírus H1N1, e que, quando isso acontecer, o Procon vai analisar quais medidas serão adotadas.
De acordo com a Secretaria estadual de Saúde do Rio, foram registrados este ano quatro casos de gripe H1N1 no estado. O número, porém, pode ser bem maior, já que a notificação só é obrigatória para casos graves da doença. Segundo o Ministério da Saúde, até o dia 26 de março, foram notificados 372 casos em São Paulo. No estado, a campanha contra a doença começou nessa segunda-feira, devido a grande quantidade de casos. No entanto, a campanha nacional de vacinação, realizada pelo Ministério da Saúde só terá início no dia 30, até lá as vacinas só podem ser encontradas em instituições de saúde particulares. O fim da campanha nacional está previsto para o dia 20 de maio.


Leia mais: https://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/procon-sp-notifica-clinicas-por-preco-abusivo-de-vacina-contra-h1n1-1-19020220#ixzz4oDvgx0aY 
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