segunda-feira, 24 de março de 2014

Planos de saúde: 6.550 reclamações

  • Em seis meses.....

    • Segundo Procon-SP, das dez empresas com mais reclamações, quatro estão na lista de suspensão da ANS

  • Entre problemas, demora para autorizar procedimentos e reajustes abusivos
Atualizado:
Reprodução de Internet Foto: Agência O Globo
Reprodução de Internet Agência O Globo
RIO - A Fundação Procon-SP divulgou nesta quinta-feira o ranking dos dez fornecedores da área de saúde que mais causaram reclamações no primeiro semestre deste ano. Segundo o órgão, o segmento ocupou o sexto lugar entre os mais reclamados, com 6.550 atendimentos, entre pedidos de orientação e queixas contra a operadora ou administradora de benefícios.
Das dez empresas citadas pelo Procon-SP, três (Amil, Amico, do Grupo Amil, e SulAmérica) também constam da lista de operadoras que tiveram a venda de planos suspensa pela Agência Nacional de Saúde (ANS), mas foram beneficiadas por liminar da Justiça que atendeu à ação da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde). Entre as mais reclamadas estão ainda Qualicorp, Green Line, Unimed Paulistana, Intermédica, Universal Saúde, Bradesco Saúde, Golden Cross, além da Somel que teve quatro planos suspensos pela ANS na última terça-feira.
O diretor executivo da Fundação Procon-SP, Paulo Arthur Góes, afirma que o custo é muito alto para o consumidor e o retorno, muitas vezes, difícil.
— Passados 15 anos do marco regulatório do setor, com a edição da Lei nº 9.656/98, continuam os sérios problemas de acesso aos serviços médicos assistenciais e de aplicação de elevados índices de reajuste, com especial vulnerabilidade dos consumidores de planos coletivos, que não contam com adequada proteção da legislação e da própria agência — afirmou Góes.
CONFIRA aqui A LISTA DE EMPRESAS DIVULGADA PELO PROCON-SP.
Selma do Amaral, diretora de Atendimento do Procon-SP ressalta que os maiores problemas têm sido observados nos planos coletivos, que detêm hoje 80% do mercado de planos de saúde no país com menos de 30 inscritos.
- Essa situação dos planos coletivos por adesão, e dos falsos coletivos, se reflete no ranking. A médio e longo prazos, a situação poderá ficar ainda pior, pois hoje os consumidores têm dificuldade de contratar planos individuais. Os planbos coletivos, inicialmente, parecem atraentes, mas as mensalidades sobem muito, sem estarem submetidos às regras de reajuste estabelecidas pela ANS.
Entre os problemas enfrentados pelos consumidores que procuraram o Procon-SP estão:
- Cobertura assistencial: demora em autorizar procedimentos; negativa total ou parcial de cobertura ou reembolso quer seja com base no Rol de Procedimentos editado pela ANS, quer com base em discutíveis cláusulas contratuais de exclusão ou em interpretações unilaterais (alegação de preexistência de doença/urgência e emergência)
- Rede assistencial: impossibilidade de marcação de consultas ou exames; não cumprimento de prazos máximos para atendimento (consultas, exames, cirurgias); alterações na rede credenciada; imposição de restrições ao direito de escolha, garantido contratualmente
- Reajustes de faixa etária em desrespeito ao estatuto do idoso; reajustes com base em índices de sinistralidade; aposentado ou demitido - dificuldades na manutenção do plano;
- Cancelamento do plano sem prévia notificação; erros no boleto; atrasos no envio de boletos ou carteirinhas e guia médico; multa excessiva por atraso nos pagamentos; cobranças após rescisão do contrato, entre outros. Neste item, continuamos a destacar a empresa Qualicorp, que atua como administradora de benefícios em planos coletivos, que passou a ocupar a segunda colocação do ranking e contra a qual foram computadas 176 queixas no período.
Segundo o Procon-SP, os grupos Unimed Paulistana, Amil e Greenline foram convocados para apresentar um Plano de Metas ao Procon-SP, para reduzir o número de queixas e aumentar a solução dos casos já registrados no órgão. Ainda de acordo com o órgão, as três empresas comprometeram-se a alcançar solução de 80% dos casos registrados logo no primeiro atendimento.
Empresas justificam posição no ranking
O Grupo Amil (Amil, Amico, DIX e Medial) informou que, considerando um total de mais de 6,3 milhões de beneficiários, resolveu 75% das 517 solicitações encaminhadas à empresa no prazo de seis meses.
A Qualicorp esclareceu que, como "administradora de benefícios, com mais de 1,8 milhão de beneficiários", não atua como operadora de plano de saúde. A companhia desconhece os critérios para a elaboração do ranking divulgado pelo Procon SP, que em número absoluto representa 0,009% do total de seus clientes.
A Green Line informou que,apesar de ter sido listada na terceira posição, as reclamações "atingiram somente 0,03% da quantidade total de seus beneficiários que correspondem a cerca de 450 mil." Além disso, destaca que o índice de solução alcançado foi de 87%, " o que demonstra que, devido ao incentivo dado para que os beneficiários procurem os órgãos de defesa do consumidor, tais reclamações, na maioria das vezes não procedem."
A Unimed Paulistana ressaltou que aparece na quarta posição da lista, depois de ter aparecido em terceiro lugar no levantamento de 2012."Nossos números representam menos de um quarto do primeiro lugar no ranking, mas estamos trabalhando para zerar as reclamações".
A Sul América informou que as queixas consideradas pelo Procon-SP referem-se às Cartas de Informações Preliminares (CIPs), e que a empresa recebeu, aproximadamente, 14 pedidos de informações preliminares por mês, considerando uma base de 2,6 milhões de clientes."Sendo que, em 70% desses casos as reclamações foram atendidas satisfatoriamente".
A Intermédica diz que “se fosse aplicado o critério correto de proporcionalidade” a empresa não constaria da lista.
A Universal Saúde disse não ter condições de comentar o ranking do Procon-SP ista" porque na lista constam "apenas o número de reclamações, sem qualquer indicação do teor das mesmas, o que é imprescindível para que possa haver uma manifestação concreta e realista".
A Bradesco Saúde enviou nota destacando que possui uma carteira de 1,6 milhão de clientes distribuídos em São Paulo, e que as reclamações registradas no Procon-SP correspondem a 0,003% do total de clientes da seguradora no estado. "A Bradesco Saúde prioriza a contínua melhoria do atendimento aos seus segurados".
A Golden Cross informou que atua de acordo com as normas determinadas pela ANS e preza pela excelência no atendimento aos associados. "A operadora vem trabalhando na ampliação de sua rede e no credenciamento de novos médicos e hospitais, além de manter um investimento contínuo na capacitação de profissionais e em novas tecnologias."
Procurada pela reportagem, a Somel não foi localizada para comentar o assunto.





























































































































































































Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/defesa-do-consumidor/planos-de-saude-6550-reclamacoes-em-seis-meses-9657043#ixzz2wtBUw0X1 

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