sexta-feira, 18 de maio de 2018

Médico-legista é demitido do IML por falsa perícia no caso Renata Muggiatti

Um procedimento administrativo disciplinar apontou que ele emitiu laudo de exame de necrópsia com conclusão falsa quanto à causa da morte da vítima.


O médico-legista foi o primeiro a fazer perícia em Renata Muggiatti, em setembro de 2015, quando ela foi encontrada morta.  (Foto: Reprodução/Facebook)

Por José Vianna e Ederson Hising, RPC Curitiba e G1 PR
 

UM médico-legista Daniel Colman foi demitido do Instituto Médico-Legal (IML) por falsa perícia no caso envolvendo a morte da fisiculturista Renata Muggiatti, em Curitiba.

Um procedimento administrativo disciplinar apontou que ele emitiu laudo de exame de necrópsia com conclusão falsa quanto à causa da morte da vítima.


O secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR), Julio Cezar dos Reis, acolheu a decisão na terça-feira (15)

Colman, já indiciado pela Polícia Civil, estava lotado no IML de Curitiba. Após o indiciamento, a Direção da Polícia Científica do Paraná havia informado que ele seria afastado das funções


O médico-legista foi o primeiro a fazer perícia em Renata, em setembro de 2015, quando ela foi encontrada morta,

Colman havia atestado que a fisiculturista não tinha sido asfixiada — um outro laudo, produzido depois por uma junta de médicos-legistas, porém, apontou o contrário.

No relatório da Delegacia de Homicídios de Curitiba (Dhpp), assinado pela delegada Aline Manzatto, a conclusão é a de que "há provas consistentes da prática, dolosa, ou seja, intencional, da autoria do crime de falsa perícia.

O inquérito também tem informações de testemunhas sigilosas. Uma delas afirmou à polícia que ouviu Raphael Suss Marques dizer "Estou tranquilo, tá tudo certo, já paguei o perito. Paguei bem, R$ 350 mil.


A delegacia destacou que há fortes indícios de que houve corrupção atrelada ao crime de falsa perícia.

O advogado de Colman, Omar Geha, informou que não vai se pronunciar sobre o assunto neste momento e que, em breve, convocará uma coletiva de imprensa para falar sobre o processo.

O médico Raphel Suss Marques é acusado de matar a namoradafisiculturista Renata Muggiatti, em setembro de 2015.


De acordo com as investigações, Renata caiu do 31º andar de um prédio no Centro de Curitiba. No boletim de ocorrência, à época da morte, Raphael falou que Mugiatti se atirou do apartamento e que estava passando por frustações e depressão. Ele foi preso e solto, pouco tempo depois.


O primeiro exame do Instituto Médico-Legal (IML) indicou que a fisiculturista não foi asfixiada pelo namorado, antes da queda. No entanto, uma segunda análise do IML mostrava que ela tinha sido asfixiada.


O Ministério Público e a Secretaria de Segurança do Paraná abriram investigações para apurar por que saíram dois laudos do IML com resultados opostos.


Para esclarecer as dúvidas sobre a morte de Renata, a Justiça determinou a exumação do corpo. O resultado confirmou que a fisiculturista já estava morta ao cair do prédio.

Ainda não há definição sobre o julgamento do médico. Ao juízo, a defesa sustenta a tese de que Renata se matou.

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