Paciente morre antes de cirurgia e família acusa hospital de negligência
Parentes tentaram pagar por procedimento na Santa Casa de Ourinhos. Hospital afirma que homem seria transferido para outra unidade de saúde.
04/02/2015 13h55 - Atualizado em 04/02/2015 20h53
A família de um homem de 59 anos está indignada depois da morte do paciente que estava internado desde a semana passada, na Santa Casa deOurinhos
(SP). Eles acusam a unidade de saúde de negligência médica, já que a vítima não foi operada mesmo depois dos parentes terem se oferecido para pagar o procedimento.
(SP). Eles acusam a unidade de saúde de negligência médica, já que a vítima não foi operada mesmo depois dos parentes terem se oferecido para pagar o procedimento.
Francisco Luiz da Silva foi atropelado quando saia do trabalho na última quinta-feira (29). Ele foi socorrido para a Santa Casa de Ourinhos. Segundo os médicos, Francisco teve um rompimento da aorta, que é a principal artéria do corpo humano, por conta do acidente. Ele precisaria passar por um procedimento para implantar uma endoprótese. Mas para isso, o hospital deveria ser credenciado e ter os equipamentos necessários. A prótese funciona como uma braçadeira colocada no local lesionado e por isso a cirurgia é considerada de alta complexidade.
Como a Santa Casa de Ourinhos não pode realizar esse tipo de cirurgia, o nome de Francisco foi colocado em uma central de vagas. Mas, ainda de acordo com a família, teriam surgido vagas e até mesmo a possibilidade de que a cirurgia fosse feita na própria Santa Casa. Os parentes registraram um boletim de ocorrência e a Polícia Civil deve investigar o caso.
Francisco foi atropelado e esperava por cirurgiano hospital (Foto: Arquivo Pessoal)
Os filhos alegam que todos os entraves colocados pelo hospital para realizar a cirurgia foram resolvidos. Eles conseguiram prótese, médicos e até ofereceram dinheiro para que o pai fosse operado por médicos particulares.
“A sensação é de revolta. Meu pai foi atropelado na semana passada e eles se negavam a passar informações. Descobri depois que ele precisava de uma prótese e a Santa Casa não tinha o material. Conseguimos tudo, inclusive, uma vaga na UTI de Botucatu, mas eles disseram que não podiam passar o caso para lá e sim para Marília, mas o pedido foi negado na unidade. Ou seja, eu perdi duas vagas em dois dias”, conta o filho da vítima, Emerson Rafael da Silva.
Para Emerson, a burocracia pode ter contribuído para a morte do pai. “Meu pai morreu por negligência e omissão de socorro. Nós pagamos todos os custos e se negaram a realizar a cirurgia por questões burocrática. Deixaram o meu pai morrer de uma maneira cruel”, afirma.
O diretor técnico da Santa Casa explicou que o hospital fez tudo o que era possível e nega que tenha surgido uma vaga e que o procedimento poderia ter sido feito na unidade. A central de regulação de oferta de serviços de saúde (Cross) informa que recebeu solicitação para transferência do paciente em questão em 30 de janeiro. Como o paciente não apresentava condições clínicas para remoção o caso foi encerrado na terça-feira (3).
- Paciente morreu na Santa Casa de Ourinhos (Foto: Reprodução/TV TEM
Nenhum comentário:
Postar um comentário