Falso médico Pablo Mussolin atuou por seis meses no Pronto-socorro Municipal ‘Álvaro Azzuz’
Pacientes atendidos pelo falso médico devem procurar a Polícia
Enquanto a Prefeitura ignora a aflição da população de Franca, após a confirmação de que um falso médico atendeu por seis meses casos de média e alta complexidade no Pronto-socorro “Álvaro Azzuz”, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) orienta os pacientes que foram atendidos pelo falsário e que se sintam lesados a procurar a Polícia Civil e registrar a ocorrência.
A orientação foi feita pelo delegado regional do Cremesp de Franca, Ulisses Minicucci. Ele informou que o Conselho não deve investigar o caso, já que não se trata de um médico e sim de um falsário. “A investigação do caso, agora, foge da esfera dos médicos. Tornou-se um caso de polícia. Por isso, os pacientes que foram atendidos pelo falso médico e se sentirem lesados de alguma forma, ou mesmo as famílias de pacientes que suspeitam de algum erro, podem procurar a Polícia e registrar o caso”, disse.
De acordo com Minicucci, antes da confirmação de que Pablo Mussolin é um falsário, existia em andamento uma sindicância contra Pablo Galvão (nome usado por Mussolin). “O Cremesp abriu uma sindicância depois da denúncia de mau atendimento por parte do falso médico. Essa investigação estava em andamento, mas com a confirmação de não tratar-se realmente de um profissional, agora a investigação deve ser realizada pelo Ministério Público e não mais pelo Conselho”, disse.
O promotor de Justiça que atualmente responde pela área da Saúde em Franca, Carlos Henrique Gasparotto, informou que não tem nada a declarar sobre o assunto.
O falsário, que seria o responsável por coordenar as escalas dos médicos plantonistas, além de ser considerado o “braço direito” da OS (Organização de Saúde) responsável por administrar os PSs Municipal e Infantil - ICV (Instituto Ciência e Vida) -, também aparece em sindicância do Cremesp, feita no ano passado. Segundo o relatório, ele recebeu R$ 81 mil em agosto, após registrar que trabalhou os 31 dias do mês, 24 horas por dia.
O procurador do Trabalho Élisson Miessa dos Santos, que move uma ação sobre irregularidades na terceirização da administração dos PSs pela Prefeitura de Franca, informou, através de um assistente, que a confirmação da contratação de um falso médico não interfere no processo trabalhista.
O caso
Pablo do Nascimento Mussolin, preso por exercício ilegal da medicina na última quinta-feira, em Mairinque (SP), utilizava de forma irregular o registro no CRM (Conselho Regional de Medicina) de Pablo Vinício Tomaz Galvão. O falso médico, que atendia na região de São Roque (SP) e Alumínio (SP), atuou por seis meses no PS Municipal de Franca.
O verdadeiro Pablo Galvão não quis gravar entrevista, mas afirmou não ter qualquer envolvimento com a fraude.
Pablo Mussolin, que confessou usar o CRM do outro profissional por não ter o Revalida (Sistema de Reavaliação de Diplomas Médicos no Brasil), disse ter se formado na Bolívia, porém, não apresentou o diploma.
De acordo com a delegada Fernanda Ueda, até a tarde de ontem, a Prefeitura de Franca não havia entrado em contato com a polícia de Mairinque. Agora, ela aguarda o contato dos PSs para prosseguir com as investigações sobre a atuação do falso médico em Franca. Segundo a delegada, somente depois da cooperação da empresa e dos PSs, será possível investigar se Mussolin teve participação em algum atendimento que terminou em morte e se, nesses casos, houve algum erro médico que poderia ter causado os óbitos.
O falsário, assim como outra falsa médica, continua preso. Outra mulher, que usava o CRM da médica Cibele Lemos e Silva - que atua na região de Franca - continua foragida. Segundo a delegada, um quarto homem, que ainda não foi identificado, também está sendo investigado por utilizar o CRM de outro profissional para atender.
Segundo a polícia, os falsários assinaram a morte de 60 pessoas em apenas um hospital de São Roque. Todos os casos serão investigados.
Quase nada
Depois da tentativa de vários contatos e nenhuma resposta, a assessoria de imprensa informou ontem, por meio de nota, que a Prefeitura abriu procedimento de sindicância interna para apurar o caso e tomar as medidas cabíveis. Apesar da insistência da reportagem, a Prefeitura se negou a informar quais seriam esses procedimentos, se existe a suspeita de mais médicos atuando ilegalmente na cidade ou se o contrato com o ICV prossegue.
3 Comentários
guigarcia
21/07/2015
Medico falso para um salario falso, para um povo falso, para um prefeito falso,um governo falso, para um pais falso onde todos querem levar a melhor, dar seu jeitinho em cima dos outros, levando vantagem sem trabalhar, sem altruismo, so veem seus lados, nao enxergam os outros, os animais, a natureza, por isso vao sempre levar ferro. Cobram seus direitos sem fazer seus deveres.... Viva o Brasil! O Futebol!! Vai curinthiannnnnnnnn
Nelson da Rocha Neves
21/07/2015
FUNCIONAM EM FRANCA, EM DEFESA DE QUEM? A Câmara Municipal exerce, principalmente, funções legislativas e fiscalizadoras, participando da elaboração de leis sobre matérias de competência exclusiva do município e exercendo o controle da Administração local, principalmente quanto aos atos e as contas do Poder Executivo do Município. O Conselhos Municipal de Saúde é responsáveis por: Controla o dinheiro da saúde. Acompanha as verbas que chegam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os repasses de programas federais. Participa da elaboração das metas para a saúde. Controla a execução das ações na saúde. Deve se reunir pelo menos uma vez por mês.
Marcos
21/07/2015
Mairinque uma cidade de 42.000 habitantes, teve competência de detectar o falso médico se o mesmo ainda permanecesse em Franca ainda estaria exercendo a falsa profissão sem problemas e ainda no futuro receberia do Sr. Alexandre a chave da cidade por bons serviços prestados. Vergonha!!!
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