MP prende nove pessoas acusadas de desviar medicamentos em São Paulo
Esquema é investigado desde 2015; MP aponta que desvios chegam a R$ 16,5 milhões
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo deflagrou nessa terça-feira, 31, a segunda fase de uma operação de combate a uma quadrilha acusada de desviar medicamentos de alto custo de órgãos públicos no Estado. Nove pessoas foram presas em Araraquara, Bauru, Guarulhos, Osasco e São Paulo, além de Brasília, Colatina-ES e Goiânia-GO.
As investigações da Operação Medlecy 2 apontam que o grupo conseguiu R$ 16,5 milhões ao revender medicamentos desviados para hospitais e clínicas, entre setembro de 2014 e maio de 2016. Os presos serão acusados de prática de organização criminosa e crime contra a saúde pública.
A operação é um desdobramento das investigações iniciadas em abril de 2015, em Bauru. Na ocasião, foram denunciadas 15 pessoas, sendo uma delas em Ribeirão Preto, que realizava a falsificação de documentos para operação da quadrilha, de acordo com o Gaeco.
No esquema, os criminosos conseguiam os medicamentos de alto custo por meio de furto, roubo e desvio de órgãos públicos, para, em seguida, por meio de empresas de fachada, vender esses medicamentos a clínicas e hospitais, segundo o Ministério Público.
As investigações apontam que as caixas dos medicamentos de alto custo, recuperadas durante a operação, inicialmente tinham sido vendidas à Secretaria de Saúde de São Paulo para o tratamento de câncer - cada caixa do remédio custava aproximadamente R$ 8 mil.
Oito pessoas continuam presas, entre elas, o acusado de falsificar documentos em Ribeirão Preto, além dos nove detidos nesta terça-feira. Também foi identificado que um dos investigados é funcionário público do Estado de São Paulo e trabalha como motorista no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Entre abril e maio de 2016, o servidor teria recebido R$ 125 mil em depósitos bancários.
Foto: Agência Brasil - arquivo
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