GOIÁS
Dono de laboratório e biomédico são presos suspeitos de fraudar exames de pacientes do SUS, em Goiânia
De acordo com a Polícia Civil, as amostras de sangue eram colhidas pela faxineira, e o material coletado era guardado em uma geladeira, junto com alimentos.
Por Sílvio Túlio e Paula Resende, G1 GO
22/03/2018 12h07 Atualizado há 19 horas
De acordo com o delegado Izaías Pinheiro, responsável pelo caso, em uma geladeira tinha linguiça e mandioca junto com sangue, fezes, urina, entre outros materiais coletados. Um vídeo feito pela corporação registrou a forma como o material era armazenado no refrigerador (veja vídeo abaixo).
Em relação à faxineira, o delegado disse que ela chegou a machucar pacientes enquanto tentava colher sangue.
"Uma vez, a faxineira furou o braço de um paciente três ou quatro vezes para tentar tirar o sangue, que ele passou mal", relatou o delegado.
O laboratório Doutor Selim Jorge, localizado no Setor Aeroporto, está interditado por tempo indeterminado. Na delegacia, o proprietário, o farmacêutico Selim Jorge João, de 70 anos de idade, se defendeu. Ele alega que atua na área há 35 anos e "não entende o motivo da prisao". O homem afirma que a faxineira da clínica fazia a coleta porque, segundo ele, "tinha curso técnico".
O delegado afirmou que a maioria das pessoas lesadas é paciente do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Lá eles estão fazendo exames só no olho, sem passar pelos equipamentos necessários. Ele falsificava os laudos para furtar o SUS. Ele [o dono] disse que realmente faz isso, e que equipamento para ele não tem importância nenhuma. Disse que tem 40 anos de experiência e que o olho dele é melhor que qualquer equipamento", contou o delegado.
O G1 entrou em contato, às 13h09, por email, com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, que responde pelo SUS, e aguarda um posicionamento do órgão sobre o caso.
Faxineira se defende
A faxineira, que preferiu não se identificar, desmentiu o farmacêutico e disse ao G1, na delegacia, que tem apenas o ensino médio. Ela confirmou que fez a coleta de sangue, mas disse que está arrependida.
"Uma vez ele pediu para eu fazer a coleta, ajudar o Edson. Cheguei a fazer a coleta umas três vezes, mas quando a vigilância sanitária esteve lá no mês passado, falei para ele que não ia mais fazer e pedi demissão. Estou de aviso", argumento.
Segundo a Polícia Civil, a funcionária vai ser ouvida, a princípio, como testemunha do caso.
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