OMISSÃO
Ministério Público pede condenação de médicos por morte de criança
Eles são acusados de prática de crime de homicídio qualificado (doloso), tendo como vítima a menina Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos
27/08/2014 14:29:34 - Atualizado em 27/08/2014 18:42:46 | Autor: Gazeta Online - Redação Integrada
Foto: Divulgação/Facebook
Bárbara Agostinho Coitinho morreu à espera de vaga no HGL
A família da criança alega que houve negligência médica no tratamento dispensado à garota. Bárbara sofria de cardiopatia congênita (anormalidade da estrutura ou função do coração) e foi internada no dia 10 de agosto após uma crise que a levou a perder os movimentos e a fala.
De acordo com o pai da criança, o motorista Marcos Coitinho, ela deu entrada no hospital às 15h, e foi atendida pelo neurocirurgião Fábio Poton Furieri, pois não havia pediatra de plantão. Após o atendimento, o neurocirurgião não foi mais localizado.
“Estávamos em Rio Quartel, Linhares, quando Bárbara passou mal. Então a levamos ao HGL e ela foi medicada. Dizem que o médico saiu às 18 horas, mas o plantão dele seria até às 7 horas de segunda-feira. Ninguém sabia dizer onde ele estava”, diz o pai.
“Estávamos em Rio Quartel, Linhares, quando Bárbara passou mal. Então a levamos ao HGL e ela foi medicada. Dizem que o médico saiu às 18 horas, mas o plantão dele seria até às 7 horas de segunda-feira. Ninguém sabia dizer onde ele estava”, diz o pai.
Na ocasião, Marcos explicou que dois enfermeiros sensibilizaram-se com a situação, e depois das 21 horas informaram que a garota havia morrido. O fato aconteceu Hospital Geral de Linhares (HGL).
Segundo o MPES, o médico plantonista deveria ter acompanhado a criança, por conta da gravidade do caso. No entanto, ele se ausentou do plantão sem justificativa e sem informar aos funcionários do HGL.
Foto: Reprodução/TV Gazeta
Pais de Bárbara Agostinho Coitinho, que morreu à espera de atendimento no Hospital Geral de Linhares
Diante desses fatos, o MPES entendeu que os médicos acusados – o primeiro ao abandonar o plantão, e os demais por não atenderem à situação de emergência – agiram com dolo eventual, situação em que, embora não haja intenção direta de praticar o crime, o agente não se abstém de agir e assume o risco de produzir o resultado, que, neste caso, foi a morte da criança.
A denúncia será analisada agora pelo Poder Judiciário, a quem compete o processamento da causa. Caso seja confirmada a denúncia do MPES, os médicos serão levados ao Júri Popular, a quem compete o julgamento, por se tratar de crime doloso contra a vida.
Neurologista foi indiciado
O neurologista Fábio Poton Furieri, que atendeu a menina Bárbara Agostinho Coitinho, de 10 anos, que morreu no Hospital Geral de Linhares (HGL) no último dia 10, foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção ou assume o risco de matar) por ter abandonado a paciente em estado grave antes do término de seu plantão.
“Durante a investigação ficou apurado que o médico que atendeu a vítima, abandonou o hospital, sem justificativa, sem informar aos colegas de sua saída e sem informar sobre a gravidade do caso. Ele disse que saiu porque garantiram que outro médico assumiria o plantão, mas ele não deveria ter saído antes do outro profissional chegar”, explicou o delegado Fabrício Lucindo, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV).
Outros dois médicos que estavam de plantão também foram indiciados por omissão de socorro, por terem negado atendimento à paciente. Eles não tiveram os nomes divulgados.
“Após a saída do médico, os únicos profissionais que tentaram manter a criança viva foram os enfermeiros e técnicos de enfermagem do setor de emergência. No momento de desespero, os enfermeiros pediram ajuda a outros dois médicos, que se recusaram a atender, por não serem pediatras”.
Para a família de Bárbara a decisão gera esperança. “Estamos acompanhando para ver o que vai ser feito”, disse o pai Marcos Coitinho.
Médicos não falam sobre acusação
O neurologista Fábio Poton Furieri disse que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que se reunir com o Conselho Regional de Medicina (CRM). O clínico Will Robson da Silva Andrade não quis falar com a reportagem. Já o médico Patrick Fereguette Oliveira não foi localizado.
Médicos não falam sobre acusação
Fonte: Gazeta Online
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