28 de abril de 2013 ↔ 2 comments
Porque o paciente do SUS tem que ser sempre maltratado?
DA REDAÇÃO DO ACESSEMED.COM.BR
POR WOLMAR CARREGOZI
Na grande maioria dos serviços públicos de saúde do Brasil, e Vitória da Conquista-BA está incluída aqui também, nota-se que há um descaso muito grande por parte dos administradores de hospitais e clínicas credenciadas com relação ao atendimento dos pacientes do SUS. O mais impressionante é que todos são unânimes em admitir que sem este convênio federal seria inviável a manutenção de seus estabelecimentos.
No entanto, o que se vê são recepções incompetentes, que atendem com despreparo e mau-humor; ambientes ensebados e mal cheirosos, paredes encardidas e mal conservadas.
Os impressos utilizados na saúde funcionam também como documentos de relevância jurídica, apesar disto receituários, muitas vezes são improvisados, recortados de folhas de papel ofício (sem o timbre da instituição), atestados fornecidos em receituário comum com um carimbo falhado, como se o texto não tivesse a menor importância. Deste modo, há, também, descaso para com a Justiça.
A situação piora se o paciente necessitar de uma internação. Enquanto aguarda uma vaga na enfermaria, o paciente do SUS pode ser acomodado em qualquer lugar, variando de uma sala minúscula e abafada até o chão de um corredor. Quando, finalmente, conseguir a tal vaga, será submetido a mais uma odisséia: enfermarias com colchões mal conservados, leitos enferrujados, escadas de dois degraus e suportes de soro em condições precárias, lençóis puídos, encardidos e amarfanhados, paredes e pisos ensebados, refeições paupérrimas servidas, muitas vezes, com atraso.
Todo paciente internado necessita de um acompanhante, que geralmente é um familiar (que funciona como um porta-voz da família) e que está ali para dar um suporte psicológico, emocional, assistencial e apoio nos procedimentos da enfermagem, tais como dar banho, fazer contenção, etc.
Entretanto, o acompanhante é tratado como se não existisse, não tem direito a refeições e, pior, não tem onde se acomodar, nem mesmo uma cadeira.
Entretanto, o acompanhante é tratado como se não existisse, não tem direito a refeições e, pior, não tem onde se acomodar, nem mesmo uma cadeira.
Estamos às portas de uma nova eleição de primeiro escalão, esperamos que desta vez os políticos escolhidos façam a diferença no que se refere à saúde do brasileiro. Que haja cobrança enérgica aos hospitais e clínicas conveniadas do SUS para que respeitem os usuários do convênio, e que, em caso contrário se faça o descredenciamento dos que descumprirem o contrato, pois, não estão fazendo nenhum favor à população, muito pelo contrário, estão, sim, “cuspindo na bandeja do cliente”.
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