Página na web denunciava tortura e maus-tratos em clínica: 'Fui dopado'
Polícia de Ilha Comprida lacrou o local após pedido do Ministério Público. Vítimas foram atendidas e passaram por exames de corpo de delito.
11/07/2015 08h22 - Atualizado em 11/07/2015 08h37
Familiares, amigos e internos usavam rede social para denunciar clínica (Foto: Reprodução/Facebook)
Antes mesmo de uma clínica particular de recuperação para dependentes químicos ser fechada em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, por conta de uma determinação judicial, denúncias se acumulavam, em uma página criada em uma rede social, contra o tratamento dado às pessoas internadas no local. Um paciente teria morrido no estabelecimento, cinco pessoas foram detidas.
Familiares e amigos de vítimas de maus-tratos e cárcere privado fizeram uma campanha na web visando chamar a atenção das autoridades para a instituição. O Ministério Público (MP) investigou as denúncias e, com base nisso, apresentou um pedido para que o local fosse lacrado. A polícia fechou a clínica na quinta-feira (9).
Em um dos depoimentos na internet, o familiar de um interno conta ter visto pessoas sendo espancadas e confinadas, doentes, sem direito a atendimento médico. Já um paciente confirma o descaso. "Eu também fui espancado e dopado, e passava fome. Obrigado Deus, aqui se faz, aqui se paga", diz. Outro interno do equipamento relata que também passava fome e viu outras pessoas serem agredidas e receberem um "mata-leão" para dormir.
Clínica de recuperação foi fechada por maus-tratos
e cárcere privado (Foto: Divulgação/CTIC)
e cárcere privado (Foto: Divulgação/CTIC)
Os internos resgatados e outros que estavam de alguma forma debilitados foram encaminhados para unidades de saúde próximas. Todos estão passando por exames de corpo de delito e prestando depoimentos, visando ajudar a polícia nas investigações.
Clínica fechada
O Centro Terapêutico Ilha Comprida (CTIC) foi fechado após o MP receber denúncias de familiares de pessoas internadas, relatando que o equipamento registrava casos de maus-tratos e cárcere privado, dentre outras acusações. Uma pessoa teria morrido no local em maio deste ano.
O Centro Terapêutico Ilha Comprida (CTIC) foi fechado após o MP receber denúncias de familiares de pessoas internadas, relatando que o equipamento registrava casos de maus-tratos e cárcere privado, dentre outras acusações. Uma pessoa teria morrido no local em maio deste ano.
A polícia constatou e confirmou as condições precárias em que os internos viviam. Com isso, o dono da clínica e mais quatro pessoas foram presas em flagrante.
Por meio de nota, a Prefeitura de Ilha Comprida informa que, com a interdição judicial da clínica, o município precisou legalmente assumir a assistência emergencial e o encaminhamento dos internos. Desde a noite de quarta-feira (8), profissionais dos departamentos de Desenvolvimento e Ação Social e Saúde vêm entrando em contato com as famílias dos pacientes para que os busquem.
De acordo com o Departamento de Ação Social e Desenvolvimento, nesta sexta-feira (10), o setor ainda aguardava a chegada dos familiares de cerca de 30 internos. O município destaca que não mantinha parceria e nem convênios com a clínica.
Por meio de nota, a Prefeitura de Ilha Comprida informa que, com a interdição judicial da clínica, o município precisou legalmente assumir a assistência emergencial e o encaminhamento dos internos. Desde a noite de quarta-feira (8), profissionais dos departamentos de Desenvolvimento e Ação Social e Saúde vêm entrando em contato com as famílias dos pacientes para que os busquem.
De acordo com o Departamento de Ação Social e Desenvolvimento, nesta sexta-feira (10), o setor ainda aguardava a chegada dos familiares de cerca de 30 internos. O município destaca que não mantinha parceria e nem convênios com a clínica.
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